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Dorsal Atlântica: esoterismo e complexidade em seu quarto álbum

Resenha - Musical Guide From Stellium - Dorsal Atlântica

Por Bruno Rocha
Postado em 15 de maio de 2017

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

O DORSAL ATLÂNTICA vinha em uma crescente de popularidade e de respeito por parte dos headbangers brasileiros. Com a ópera "Searching For The Light", a banda carioca avançou ainda mais em detalhes e características variadas em sua sonoridade, ao mesmo tempo em que o trabalho lírico foi mal compreendido e a banda passou a ser taxada de "metaleiros intelectualizados".

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Pois bem. Em 1991 houve a saída do baterista Toninho "Hardcore", o que ensejou audições a fim de se encontrar um novo músico para o posto vacante. Após quase um ano de testes, Guga Távora foi o escolhido para assumir as baquetas. Seu estilo mais técnico e refinado, que eram obradas em mãos e pés pesadíssimos, ampliou ainda mais as possibilidades de composição da ousada DORSAL ATLÂNTICA. Segundo Carlos "Vândalo" Lopes, a causa da saída de Hardcore foi a insatisfação com a pouca grana que a banda ainda recebia.

Com o power trio fechado em Carlos "Vândalo" Lopes (vocais, guitarra), Cláudio "Cro-Magnon" Lopes (baixo) e Guga, a banda fez um show em abril 1992 na antiga quadra da escola de samba Estácio de Sá, juntamente com os paulistas do Korzus, abrindo para os alemães do Kreator, que na época promoviam "Coma Of Souls". A hora de gravar um novo full-length chegou, e o trio entrou em estúdio para registrar o quarto álbum de estúdio da carreira, "Musical Guide From Stellium", o segundo com letras completamente em inglês.

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Neste quarto registro, lançado em 1992, a banda passou a abordar temas esotéricos em suas letras. A começar pelo título do álbum: "stellium", em astrologia, é o nome dado ao momento em que três ou mais planetas se encontram no mesmo signo ou na mesma casa astrológica (duvido você não ter lembrado daquele mangá/anime…), o que causa uma potencialização nas características do signo afetado. A faixa 4, "Kali Yuga (From Vishnu Purana)", relaciona o atual estado do mundo com o último período em que o planeta deve atravessar, que os hindus chamam de "Kali Yuga". Ainda, na faixa "Thy Will Be Done", é trazido as palavras do profeta Nostradamus, que tem suas falas cantadas em quatro idiomas por Vândalo.

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Musicalmente falando, "Musical Guide From Stellium" mostra um DORSAL ATLÂNTICA mais progressivo e de músicas mais complexas. É um trabalho de difícil assimilação em uma primeira ou segunda audição, devido ao imenso número de detalhes que temos a possibilidade de captar advindas das músicas. O trabalho começa com "Razor’s Edge", uma música rapidíssima, que mostra o que Guga veio fazer de fato na banda dos irmãos Lopes, ritmo que se mantém na segunda faixa, "Recycle Yourself". Os bumbos duplos de Guga conduzem insanamente a música "The Hidden And Unexpected". O Hardcore toma o papel de frente na já citada "Kali Yuga (From Vishnu Purana)".

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A chibata come de novo em "Seven Races", que é mais veloz que Hélio Castroneves no oval de Indianápolis, e em "Rock Is Dead", com suas mudanças repentinas de andamento. Um dos grandes momentos do disco vem com "Warrior", que traz uma veia Doom oitentista muito forte. A ousadia em grande evidência da Dorsal torna esta faixa o grande destaque do álbum! A falta de medo em ousar se mostra novamente no groove à la DEEP PURPLE de "My Generation". Fim da versão regular. A versão lançada pela Cogumelo Records traz ainda as faixas "Prison Cell Stage" e a progressiva "Thy Will Be Done". Estas duas faixas trazem uma mixagem mais bruta em relação a mais bem acabada das músicas da versão regular, que foi lançada via Heavy Discos.

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Com "Musical Guide From Stellium", a importante banda carioca chegou no ápice de sua criatividade. Partes que remetem aos primeiros dois álbuns do grupo se misturam com mil mudanças de andamento, todas muito bem planejadas e emendadas. Influências setentistas e esotéricas emolduram com perfeição o tradicional som agressivo do power trio. Convém lembrar que este foi o primeiro registro da DORSAL ATLÂNTICA com captação de som profissional. Belo trabalho foi feito nos estúdios, pois a guitarra de Vândalo soa pesada e o baixo de Cro-Magnon tem o destaque que merece, a altura de sua performance como sempre magnânima. Também, a performance de Guga nas baquetas não foi menos que magistral. A criatividade da capa é de fazer cair o queixo de qualquer elemento, tanto que foi escolhida como uma das melhores de 1992 pela mídia especializada. Assim como o álbum em si.

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Definitivamente, um clássico do Heavy Metal nacional, que mostra como misturar agressividade, ousadia, complexidade e inteligência num só álbum.

Musical Guide From Stellium – Dorsal Atlântica (Heavy Discos, 1992)

Tracklist:
01. Razor’s Edge
02. Recycle Yourself
03. The Hidden And Unexpected
04. Kali Yuga (From Vishnu Purana)
05. Seven Races
06. Rock Is Dead
07. Warrior
08. My Generation
09. Prision Cell Stage (bonus-track)
10. Thy Will Be Done (bonus-track)

Line-up:
Carlos "Vândalo" Lopes – vocais, guitarras
Cláudio "Cro-Magnon" Lopes – baixo
Guga – bateria

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Sobre Bruno Rocha

Cearense de Caucaia, professor e estudante de Matemática, torcedor do Ferroviário e cafélotra. Entrou pelas veredas do Heavy Metal na adolescência e hoje é um aficionado e pesquisador de todos os gêneros mais tradicionais desta arte e de suas épocas. Tem como forte o Doom Metal, não obstante o sol de sua terra-natal.
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