A banda rival do Genesis que Phil Collins diz apenas ter copiado o pessoal do jazz
Por Bruce William
Postado em 16 de abril de 2025
Durante os anos 1970, o rock progressivo floresceu no Reino Unido com nomes como Genesis e Yes ganhando destaque. Embora as duas bandas seguissem caminhos próprios, a comparação entre elas era inevitável - especialmente quando se tratava de técnica musical. Phil Collins, que assumiu as baquetas do Genesis em 1970 e depois os vocais, sempre teve o jazz como grande referência, mas viu com certa reserva como outros grupos absorveram essas mesmas influências.
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Falando à Interview Magazine (via Far Out), Collins admitiu: "Eu era fascinado por big bands. Fui um grande fã do Buddy Rich. Comprei todos os álbuns dele." Além da admiração, ele fez uma ressalva que parecia conter um leve incômodo: "O que ele fazia com as big bands foi copiado por muitos grupos diferentes - o Yes é um deles. Esse estilo de arranjo acabou entrando no rock'n'roll."
A afirmação pode soar apenas como uma observação crítica, mas o fato de Collins ter citado especificamente o Yes, uma banda frequentemente considerada mais ousada e tecnicamente avançada que o Genesis, levanta a possibilidade de que haja ali também uma pitada de ressentimento. Afinal, apesar do enorme sucesso do Genesis, o Yes sempre foi reconhecido como referência técnica dentro do prog.

Inclusive, Steve Howe, veterano guitarrista do Yes, chegou a admitir em uma ocasião que a banda era muito competitiva com Genesis e ELP: "Achávamos que éramos melhores que os outros (risos). Não iríamos bancar os líderes de torcida do Genesis", disse.
Curiosamente, antes de entrar no Genesis, Phil Collins chegou a ser convidado para fazer um teste com o próprio Yes, mas não compareceu. Anos depois, acabou colaborando com Bill Bruford, baterista do Yes, o que mostra que, apesar das críticas, havia respeito entre os músicos. Ainda assim, Collins escolheu destacar o Yes como um exemplo de banda que "copiou" os arranjos de Buddy Rich, o que pode ser lido como uma tentativa de desmerecer a originalidade do grupo rival.

O contraste entre as duas bandas era evidente: enquanto o Genesis equilibrava teatralidade com uma abordagem mais melódica, o Yes mergulhava em estruturas mais complexas e virtuosismo técnico. Ao apontar que o Yes apenas adaptou ideias do jazz para o rock, Collins parece sugerir que faltava à banda algo mais autêntico ou inovador, uma afirmação que, para muitos fãs de prog, é difícil de engolir.
A influência de Buddy Rich e do jazz como um todo é inegável em ambos os grupos, mas a forma como cada banda reinterpretou esse legado é o que define suas identidades. No fim, o comentário de Collins pode dizer mais sobre a rivalidade e os olhares cruzados dentro do prog britânico do que sobre qualquer suposta falta de originalidade por parte do Yes.

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