Dr. Kong: Resgatando o rock nacional em sua essência
Resenha - Protagonista - Dr. Kong
Por Gleison Junior
Postado em 09 de dezembro de 2016
Antes de iniciar a resenha é necessário explicar uma coisa, sabe aqueles momentos que você está focado em algo e para dar uma descontraída e sair um pouco do foco, você simplesmente abre uma porta para o próprio conhecimento e do nada se vê surpreendido com algo inovador, confesso que esse momento é raro, mas às vezes ele surge e nesses lampejos é imprescindível estar antenado e não deixar isso simplesmente passar. Pois bem, isso acaba de ocorrer e fui surpreendido por uma banda que não sábia da existência, a excelente "Dr Kong".
Dr Kong curiosamente é da mesma cidade que o redator que vos escreve, e ainda mais, uma banda que resgata a qualidade musical do rock nacional dos anos 80, é nítida as influências em bandas que fizeram a revolução da juventude oitentista como Paralamas do sucesso, Capital Inicial, Plebe Rude e a influência mais nítida Barão Vermelho. Um desavisado com toda certeza irá confundir o trabalho da banda com qualquer um relacionado ao cantor Frejat, tamanha a semelhança entre os vocais dele com o do vocalista Flávio Carvalho.
Deixemos as semelhanças e as influências de lado e foquemos na música da banda "Dr Kong", os músicos não se limitam em misturar com sabedoria e muita percepção estilos diferentes em sua proposta, é nítida linhas que progridem do Hard Rock ao Blues, do Rock and Roll ao Stoner, tudo com conhecimento de causa, os músicos são excelentes, tudo muito bem executado.
A banda anuncia de forma oficial o lançamento do álbum "Protagonista" em várias plataformas virtuais, mas com pouca divulgação fica complicado encontrar o material do grupo, afinal ainda não foi liberado de forma aberta ao público, apenas a alguns lampejos de faixa a faixa, aguçando o ouvinte a ficar ansioso pelo lançamento do material físico que tem planejamento de sair em Janeiro de 2017, tudo arquitetado e intencional por parte do grupo.
Falando um pouco sobre o álbum, voltamos ao início dessa resenha, a banda busca resgatar a essência do Rock nacional, letras inteligentes, rockão casca grossa com muito punch e feeling são apenas o cartão de visita e tudo isso é nítido logo na abertura do álbum com a faixa que leva o nome do disco, "Protagonista". Na sequencia das treze faixas a com cara de rock britânico "Fale Tudo", apresenta bases solidas com arranjos que se elevam deixam a faixa gostosa de ouvir e de fácil assimilação, logo você se encontra cantarolando junto com a banda.
"Honoráveis Primatas" por si só é uma criação fantástica, letra que faz uma analogia a raça humana que em muitas das vezes age igual a um animal, os arranjos são criativos e tocados de tempo em tempo, a base é livre e varia a cada segundo. "Olho no Furacão" é a primeira faixa que tem aquela pegada mais Blues, característica que no decorrer do álbum se apresenta como uma das principais vertentes do grupo.
"Consciência" é a personificação do homem em uma moto, um cigarro, uma bebida e a estrada, levada abluesada na medida certa, uma faixa macia de se descer e fácil de tragar. "Superficial" de superficial só tem o nome, música forte com uma marcação em cima do tempo e letras de protesto a política brasileira, música atual e que irá perdurar por muito tempo.
"Indignação" possui um apelo mais comercial em sua proposta, seja na parte lírica quanto na harmonia que é mais alegre com forte probabilidade de se tornar um hit nas rádios que não são especialistas em Rock. "Não Perca o Humor" é uma balada doce e suave, sem letra apelativa e de sofrimento, o amor é tratado com delicadeza e muita destreza pelo grupo.
"Rarefeito" é complexa e interessante, sua linha blues com coros estilo Beatles, é uma música com um swinge delicioso de se ouvir e se balançar. "Passos" é mais uma balada que trata com respeito o amor entre os seres.
"Me chame essa Noite" continua com uma levada mais calma e toda sua construção é sobre as harmonias de um violão, refrão muito bem feito, por sinal, é impressionante como essa banda tem a competência de criar música boa e de fácil entendimento.
"Por Sorte" é mais uma balada que a banda explora, demonstrando e deixando claro que essa será uma marca da carreira do grupo, tocar Rock and Roll, Blues e falar de amor. "Metatonia" de forma inteligente encerra o álbum, digo isso, pelo fato de nessa faixa eles explorarem uma cadência clássuda que de imediato nos remete ao clássic rock dos anos 60/70.
Muitos me chamaram de louco, mas após os anos 90 e o declínio do Rock nacional, eu jurava que seria difícil encontrar no Brasil uma banda que representasse com toda propriedade a bandeira de um estilo que fez história em nosso país, pois eu quebrei a cara e hoje tenho certeza que uma banda representa o sentimento de resgate de um estilo adormecido, Dr Kong é a certeza que o rock nacional ainda tem muita lenha pra queimar.
Dr Kong – Protagonista
01 – Protagonista
02 – Fale Tudo
03 – Honoráveis Primatas
05 – Consciência
06 – Superficial
07 – Indignação
08 – Não Perca o Humor
09 – Rarefeito
10 – Passos
11 – Me Chame Essa Noite
12 – Por Sorte
13 – Metânoia
Formação:
Flávio de Carvalho – Vocais
Eliel Carvalho – Guitarra
Gustavo de Carvalho – Guitarra
Gustavo "Cachopps" Silva – Baixo
Wagner "Capucho" Arruda
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