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Royal Blood: Injetando fôlego novo num gênero com quase 70 anos

Resenha - Royal Blood - Royal Blood

Por Ricardo Pagliaro Thomaz
Postado em 22 de dezembro de 2014

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

Eu simplesmente estou pasmo! Sem reação! Este fim de ano tive a grata surpresa de descobrir os britânicos do Royal Blood. Sabe aquele grupo que te deixa tão perplexo de ouvir que suas primeiras reações ao ter contato com o material dos caras são perguntas como "de onde eles são?", "quem são eles?" e principalmente "cara, como eles tocam o que tocam?"

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Pois acabo de topar com este grupo novo em folha e me surpreender com o material de estreia do duo de Brighton, Inglaterra, formado em 2013. Permitam-me apresentar estes caras: Mike Kerr, baixista e vocalista e Ben Thatcher, o baterista. Talvez você aí esteja se lembrando de um outro duo de Rock composto de um guitarrista e uma baterista, isso, o White Stripes. Confesso que o White Stripes nunca me chamou muito a atenção, mesmo após ter ouvido um disco inteiro deles, nunca me interessei por seguí-los. Já o Royal Blood tem um ingrediente a mais no som deles que me fascinou na primeira escutada. A banda iniciou sua carreira lançando alguns singles contendo material do primeiro álbum e um EP em Março de 2014, "Out of the Black", antes do lançamento de seu debut em 25 de Agosto de 2014.

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O peso impresso no baixo de Mike Kerr e a técnica com que executa suas passagens é de saltar aos olhos, de fato! Basta escutar apenas uma vez o disco para sentir a pulsação vibrante que o baixista imprime em seu baixo saturado e cheio de peso e vigor sonoro. O baterista também destila uma bateria extremamente vibrante, toda a malha sonora muito crua e primitiva, mas ao mesmo tempo com um vigor e uma sonoridade que só as melhores bandas de Hard Rock são capazes de imprimir.

O som dos caras é uma mistura de Stoner Rock com Hard Rock muito bem executado, com pitadas de muito Blues, Rock Alternativo e um frescor no som que faz com que tudo que os caras tocam pareça de certa forma novo, moderno. E olha, não é querer fazer pouco da geração iPod não, mas outra vez se prova o impacto visual que uma boa ilustração de capa de álbum pode ter. O que me atraiu primeiramente para conferir o som dos caras foi a capa do disco do duo, uma das ilustrações mais interessantes e emblemáticas que eu já vi. Pela figura, creio que se trata de uma mulher coberta com um longo vestido e uma das máscaras mais bizarras, mostrando apenas os olhos. Não entendo ainda o que vem a ser ou significar, mas foi o bastante para me tragar para o disco, adicionado isso ao título do álbum, Royal Blood (Sangue Real). E quando uma coisa me captura desse jeito a atenção, eu pelo menos quero dar uma conferida. Que decisão mais feliz a minha!

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Várias faixas aqui merecem destaque. A faixa de abertura "Out of the Black", uma das músicas mais bacanas que ouvi nessa década ou nas outras. A segunda faixa, "Come on Over" lembra bastante a crueza do alternativo com o blues e o clima soturno de um Black Sabbath. "Figure It Out" tem um riff matador e passagens que vão crescendo em um ritmo pulsante, demonstrando claramente que há influências de Led Zeppelin neste disco, aliás impressiona a forma como com apenas um baixo e uma bateria os caras consigam soar tão pesado quanto o Led! Merece destaque também as linhas geniais do baixo de Kerr em "You Can Be So Cruel", a pesada "Little Monster", a mudança de andamento pulsante de "Loose Change", a ultravibrante "Ten Tonne Skeleton" e a faixa de fechamento do CD que me fisgou de cara, a estilosa melodia bluesística e enérgica de "Better Strangers", fechando um álbum que impressiona do início ao fim.

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Um excelente começo de estrada para este duo que está, desde agora entre as minhas promessas favoritas para os próximos anos, sem mencionar que o duo será banda de abertura para o Foo Fighters em vários concertos em 2015. Se você ainda não conferiu, eu recomendo altamente que vá atrás, pois trata-se de um Rock moderno, pesado e cheio de energia, uma música que injeta fôlego novo para um gênero com quase 70 anos de existência e que promete nos direcionar para mais coisas interessantes por vir.

Royal Blood (2014)
(Royal Blood)

Tracklist:
01. Out Of The Black
02. Come On Over
03. Figure It Out
04. You Can Be So Cruel
05. Blood Hands
06. Little Monster
07. Loose Change
08. Careless
09. Ten Tonne Skeleton
10. Better Strangers

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Site oficial:
http://www.royalbloodband.com/

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Sobre Ricardo Pagliaro Thomaz

Roqueiro e apreciador da boa música desde os 9 anos de idade, quando mamãe me dizia para "parar de miar que nem gato" quando tentava cantarolar "Sweet Child O'Mine" ou "Paradise City". Primeiro disco de rock que ganhei: RPM - Rádio Pirata ao Vivo, e por mais que isso possa soar galhofa hoje em dia, escolhi o disco justamente por causa da caveira da capa e sim, hoje me envergonho disso! Sou também grande apreciador do hardão dos anos 70 e de rock progressivo, com algumas incursões na música pop de qualidade. Também aprecio o bom metal, embora minhas raízes roqueiras sejam mais calcadas no blues. Considero Freddie Mercury o cantor supremo que habita o cosmos do universo e não acredito que há a mínima possibilidade de alguém superá-lo um dia, pelo menos até o dia em que o Planeta Terra derreter e virar uma massa cinzenta sem vida.
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