Wolfmother: Afinação baixa, riffs matadores e lisergia do Stoner
Resenha - New Crown - Wolfmother
Por Leoni Coutinho
Postado em 28 de março de 2014
Nota: 8
Foram cinco longos anos de espera. Que passaram com diversas mudanças de formação, embriaguez - que resultou de vexames em shows até a prisão de Andrew Stockdale - e muita expectativa por material novo de uma das mais promissoras bandas das últimas décadas.
O Wolfmother despontou pro mundo no início dos anos 2000, com a sonoridade do rock setentista, bebendo na água "Stoner" de bandas como KYUSS e CORROSION OF CONFORMITY. Com músicas marcantes, que viraram trilhas de uma série de filmes, os australianos alcançaram um nível bem alto pra uma banda com apenas dois discos, fazendo shows em palcos principais de grandes festivais, como Rock Am Ring e Isle of Wight. Porém, os problemas internos derrubaram a banda. O Wolfmother chegou a acabar oficialmente em 2013, e Andrew Stockdale, vocalista do grupo, lançou um álbum solo nesse mesmo ano.
E aí, para surpresa de todos, ainda em 2013, a banda retorna, com a formação novamente alterada e Andrew como único membro original, o Wolfmother anuncia um novo álbum e turnê mundial.
Falando, finalmente, do álbum, fica claro desde o início que o som da banda se mantém idêntico ao dos dois trabalhos anteriores: Afinação baixa, riffs matadores, a voz grasnida, desafinada e incrível de Stockdale, e a lisergia do Stoner Rock.
O porradeiro começa com "How Many Times". Sonzeira sem tempo pra respirar. Curta e direta. Mostrando o que está pra vir: baixo à lá Geezer, formando uma parede de som com a guitarra. "Enemy Is In Your Mind" diminui um pouco o ritmo, mas mantém a inspiração. Um grande riff e um baixo galopante, estourando os tímpanos. Aqui a sonoridade do Wolfmother me lembrou muito Truckfighters, outra grande banda que surgiu nos últimos anos.
E aí, começa a grande candidata a hit do disco, "Heavy Weight", que já ganhou até clipe. Refrão fácil, melodia marcante, conquista de primeira.
Aí vem mais uma candidata a hit, "Tall Ships", com uma melodia mais lisérgica, introduz o teclado ao trabalho. "Feelings" é a parte zueira, curta e tão simples que destoa do que vinha sendo apresentado. Em seguida vem "I Ain't Got No", que lembra muito ROLLING STONES. Também fraca, se comparada às outras faixas.
"She Got It", com menos de três minutos, mostra uma influência totalmente punk. "My Tangerine Dream", de ritmo mais cadenciado, deixa tudo calmo pro grande encerramento. "Radio", fácil de cantar, com fraseados de baixo sensacionais e mais um grande riff. Música pra colocar no som do carro e pegar estrada. "I Don't Know Why" não encerra com a grandiosidade que o ábum merecia, mas é uma boa música. Funkeada e leve, lembra o trabalho solo de Stockdale.
No geral, um grande álbum de rock, de uma banda que fez muita falta ao mundo da música nesses anos sem novidades. Esperamos que o próximo álbum não demore tanto e que a turnê se estenda ao Brasil.
Track-list:
1. How Many Times
2. Enemy Is In Your Mind.
3. Heavy Weight
4. New Crown
5. Tall Ships
6. Feelings
7. "I Ain't Got No"
8. She Got It
9. My Tangerine Dream
10. Radio
11. I Don't Know Why
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