Sepultura: "novo álbum é um petardo", diz resenha
Resenha - Mediator Between Head And Hands Must Be The Heart - Sepultura
Por Emanuel Leite Jr.
Fonte: DP no estúdio com o Sepultura
Postado em 26 de setembro de 2013
O blog DP no estúdio com o Sepultura (http://blogs.diariodepernambuco.com.br/estudiosepultura), único veículo de comunicação que tem acompanhado todo o processo de surgimento do novo álbum do SEPULTURA (desde o primeiro dia de gravações em Venice, na Califórnia-EUA), publicou ontem a primeira resenha brasileira do "The mediator between head and hands must be the heart". A análise também foi publicada com destaque na edição de ontem do jornal Diario de Pernambuco, o mais antigo em circulação na América Latina. Confira, abaixo, trechos da resenha.
Às vésperas de completar 30 anos de existência, o SEPULTURA se reuniu com o produtor Ross Robinson, com quem a banda havia trabalhado há 18 anos na obra-prima Roots, para construírem juntos o mais novo disco do grupo de rock brasileiro mais bem sucedido internacionalmente. Gravado entre os meses de junho e julho deste ano, o álbum "The mediator between head and hands must be the heart" tem lançamento previsto para o dia 25 de outubro, através da Substancial Music no Brasil e da Nuclear Blast em todo o mundo. Em seu 13º disco de estúdio, o Sepultura mantém a característica postura crítica em suas letras. Musicalmente, "The Mediator" é um petardo, variando entre canções rápidas, agressivas e brutais com outras em que o peso do groove forma um verdadeiro paredão sonoro.
(...)
Com letras de Andreas Kisser e Derrick Green e mantendo a linha de contestação político-social às mazelas de nossa sociedade, ouvimos Derrick urrar contra os traumas das guerras travadas em nome dos interesses de seletos grupos, passando por uma irônica revisão histórica do Vaticano ou pela crítica ao consumismo inconsequente a que somos induzidos em um meio social que valoriza o ter e despreza o ser, além, claro, da manipulação da opinião pública através de discursos hermeticamente redigidos ou de retóricas religiosas (de todas as religiões, frise-se) que levam às pessoas a aceitarem conflitos ou mesmo entrarem em embates que não lhes dizem respeito. Um alerta, enfim, para que as pessoas usem aquilo que diferencia os seres humanos dos demais animais: a capacidade de ponderarmos a razão e a ação com o nosso coração (emoção).
Musicalmente, "The mediator between head and hands must be the heart" consegue reunir elementos característicos e marcantes de toda a história da banda sem, contudo, soar como uma repetição. Na realidade, "The mediator" é um álbum singular, uma vez que não se parece com nada que a banda fizera anteriormente. A produção de Ross Robinson deixou o disco com um timbre de guitarra e baixo assombrosos. Pesado, cavernoso, apocalíptico. O clima sombrio e caótico de Metrópolis é reproduzido com maestria no álbum, que leva o ouvinte a uma viagem por um mundo soturno e agressivo. Derrick Green mostra toda a sua versatilidade, indo do gutural à la death metal ao barítono. Andreas Kisser mostra mais uma vez porque é um dos mestres dos riffs, além de bons solos de guitarra, algo que resgatou desde o Kairos. E Paulo Xisto tem seu melhor trabalho em toda sua carreira, com ótimas linhas de baixo.
"The mediator" marca a estreia do baterista Eloy Casagrande em estúdio com o Sepultura. E o jovem músico apresenta o seu cartão de visitas com uma performance arrebatadora logo na faixa de abertura, "Trauma of War": uma das músicas mais agressivas, pesadas e brutais da história do quarteto. Na sequência, "The Vatican", com uma épica introdução de teclado, composta pelo maestro Renato Zanuto, que soa como um órgão de uma cerimônia macabra, que se funde de forma harmoniosa aos riffs infernais e ao bumbo duplo. "Trauma of War" e "The Vatican" apresentam um Sepultura com elementos de death metal que não se ouviam desde o Schizophrenia, de 1987, com direito a passagens com blast beats (isso mesmo!).
(...)
A participação do lendário baterista Dave Lombardo (ex-Slayer e ex-Testament) pode ser ouvida em "Obsessed", música que promete ver muitas rodas serem abertas nos próximos shows da banda. Destaque, também, para a introspectiva e melancólica "Grief", uma das mais belas canções do Sepultura. Um timbre limpo de guitarra abre espaço para Derrick explorar seu barítono, em passagem emocionante. As guitarras pesadas encaixadas em trechos da música mantêm o clima pesaroso em tributo às vítimas da boate Kiss, de Santa Maria-RS.
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Sem querer imitar o passado e olhando para o futuro, "The mediator between head and hands must be the heart" apresenta um Sepultura modernizado e poderoso. Vivêssemos em outros tempos de indústria fonográfica, este álbum reuniria condições para ser tão bem sucedido comercialmente como foram "Chaos AD" e "Roots".
Nota: 9/10
The Mediator Between Head And Hands Must Be The Heart track listing
01. Trauma Of War
02. The Vatican
03. Impending Doom
04. Manipulation Of Tragedy
05. Tsunami
06. The Bliss of Ignorants
07. Grief
08. The Age Of The Atheist
09. Obsessed
10. Da Lama ao Caos (Chico Science & Nação Zumbi cover)
Por EMANUEL LEITE JR. para o blog "DP no estúdio com o Sepultura" e para o jornal Diario de Pernambuco.
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