Ghost: "Opus..." é um novo clássico do Metal
Resenha - Opus Eponymous - Ghost
Por Diego R. Oliveira da Silva
Fonte: Discos, Histórias e Rock
Postado em 04 de junho de 2012
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Finalmente, após um gigantesco atraso, uma interminável espera, eis que surge em minhas mãos Opus Eponymous, disco de estréia dos suecos do GHOST.
Lançado oficialmente no exterior no final de 2010, o disco apresentava o estreante e desconhecido grupo sueco, que rapidamente se tornou uma febre entre os headbangers, inclusive de famosos como James Hetfield, do METALLICA.
O rebuliço foi tamanho que os suecos passaram a ser alvo de elogios efusivos e críticas ferozes. Para quem ainda não sabe, o GHOST executa um som com temática satanista e ocultista, só que ao invés de apostar numa sonoridade extrema, como tende a maioria das bandas do estilo, aqui, em Opus Eponymous, tudo soa como uma grande viagem no tempo, rumo ao período transitório entre as décadas de 1970 e 1980.
Para garantir um impacto ainda maior, os caras se apresentam mascarados, com seu vocalista de codinome Papa Emeritus, vestido como o papa e usando uma máscara em forma de caveira. Aliás, nenhum dos integrantes tem seu nome divulgado e os instrumentistas atendem apenas por Nameless Ghoul. Esta dúvida gerou boatos de que seriam músicos famosos do meio, e de que não gostariam de ter suas identidades reveladas. Especula-se que seriam oriundos da prolífica cena death/black sueca, de bandas como Repugnant e In Solitude. Ninguém sabe se isto procede, o que sabe-se é que isto serviu de uma grande estratégia de marketing, ajudando a espalhar a febre GHOST pelo mundo.
No começo, mantive um certo distanciamento da banda, para mim soava como um "hype", uma busca por um novo salvador do estilo. O tempo passou e comecei a me ater mais na música dos caras, o que na verdade é o que deve-se fazer em todos os casos, e percebi muitas qualidades na banda, muito do que eu sempre gostei de ouvir estava presente em músicas como Con Clavi Con Dio, Ritual e Elizabeth. Agora, recebo a edição nacional do disco e ela só me faz confirmar a boa impressão que tinha do grupo.
Após a fúnebre intro Deus Culpa, o petardo Con Clavi Con Dio dá as cartas do que todo o disco nos reserva, ou seja, um heavy metal calcado no oitentismo, que acerta em cheio os apreciadores de bandas como o MERCYFUL FATE , principalmente no primoroso trabalho de guitarras. Uma das maiores críticas que a banda recebeu foi justamente a semelhança com o grupo de KING DIAMOND, que, apesar de evidente, não resume o que é o som dos caras.
O hit single Ritual foi o carro chefe do álbum desde o início, mostrando guitarras no melhor estilo MERCYFUL FATE e vocalizações corretíssimas de Papa Emeritus, além de um grande apelo comercial, no bom sentido, é óbvio. As duas primeiras músicas do álbum - excetuando-se a intro - mostram a evidente semelhança entre o GHOST e o MERCYFUL FATE, como foram as mais divulgadas, geraram as acusações de mera cópia que o grupo ostentou no início.
Entretanto, quando você ouve Elizabeth, quarta faixa de Opus Eponymous, a banda mostra que tem muito a oferecer e que sua música vai bem mais além do que apenas uma cópia do som dos dinamarqueses. Riffs pesados se misturam a um refrão que consegue ser ao mesmo tempo psicodélico e acessível, uma composição como a tempos não ouvia. Fantástica, a composição que homenageia a famosa condessa Elizabeth Battory, eternamente fonte de inspiração no meio metálico, mostra que nomes como ATOMIC ROOSTER, BLUE OYSTER CULT, PENTAGRAM e, é claro, o eterno BLACK SABBATH se misturam ao melhor da psicodelia sessentista no som destes caras. Quem achava que o som deles se limitava a cartilha do rei diamante, mudará seu pensamento com este já clássico do metal. Sim, Elizabeth já é um clássico...
O mergulho na psicodelia sessentista só se acentua com a chegada de faixas como Stand by Him e Satan Prayer,onde a mescla com sonoridade sabbathica, principalmente dos discos pós Sabotage, surte um agradabilíssimo efeito. Aqui tudo soa retrô e é impossível não se empolgar! Destaque para os belos arranjos de teclados em ambas.
Opus Eponymous é um disco que tem excepcionais faixas, destacá-las individualmente é tarefa até injusta. Mas, Genesis, faixa que encerra o álbum é o grande destaque, mostrando toda a competência do grupo. Um som instrumental onde eles transitam por diversos estilos com uma propriedade impressionante. Genesis é a cereja do bolo, encerrando este grande disco, uma grata surpresa que refuta a tese de que o metal acabou nos anos oitenta. Quem não consegue enxergar isto ou mesmo quem não quer, tem em Opus Eponymous a chance de descobrir um novo clássico. É apenas uma questão de "abrir a cabeça"!
Duvidar da qualidade destes suecos e acreditar que não passam de uma grande jogada de marketing, me desculpem, é burrice!
Faixas
1- Deus Culpa
2- Con Clavi Con Dio
3- Ritual
4- Elizabeth
5- Stand by Him
6- Satan Prayer
7- Death Knell
8- Prime Mover
9- Genesis
Fonte:
Discos, Histórias e Rock 'n' Roll
http://www.discosehistorias.blogspot.com
Outras resenhas de Opus Eponymous - Ghost
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



As cinco melhores bandas brasileiras da história, segundo Regis Tadeu
Bruno Sutter aposta alto e aluga o Carioca Club para celebrar 50 anos de Iron Maiden em São Paulo
Os quatro clássicos pesados que já encheram o saco (mas merecem segunda chance)
A melhor banda de rock progressivo de todos os tempos, segundo Geddy Lee
"Estou muito feliz pela banda e por tudo que conquistamos", afirma Fabio Lione
A melhor banda ao vivo de todos os tempos, segundo o lendário Joey Ramone
Kiko Loureiro diz o que o levou a aceitar convite para reunião do Angra no Bangers Open Air
Os cinco maiores guitarristas de todos os tempos para Neil Young
Guns N' Roses fará 9 shows no Brasil em 2026; confira datas e locais
O grupo psicodélico que cativou Plant; "Uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos"
A maior canção já escrita de todos os tempos, segundo o lendário Bob Dylan
10 álbuns incríveis dos anos 90 de bandas dos anos 80, segundo Metal Injection
Sweden Rock Festival anuncia line-up com Iron Maiden e Volbeat entre os headliners
Com mais de 160 shows, Welcome to Rockville anuncia cast para 2026
A música inspirada em Soundgarden que virou um hit do Metallica - não é "Enter Sandman"
Marco Antunes diz que Andre Matos tentou tirar Kiko Loureiro e Luis Mariutti do Angra
O hit do Led Zeppelin com mais de 10 minutos de duração que foi escrito numa única noite
As 100 maiores músicas da história do heavy metal, segundo a Rolling Stone
Tobias Forge quer praticar mergulho para tornar uso de máscara no palco menos claustrofóbico
Ghost ganha disco de platina dupla nos Estados Unidos com "Mary on a Cross"
Confira os indicados ao Grammy 2026 nas categorias ligadas ao rock e metal
O pior disco do Ghost, de acordo com a Metal Hammer
A música inspirada em Ozzy Osbourne que "surgiu do nada" e mudou a história do Ghost



