Flying Colors: Música acessível e inteligente
Resenha - Flying Colors - Flying Colors
Por Ricardo Seelig
Postado em 08 de março de 2012
Nota: 9
O Flying Colors surgiu a partir de uma ideia do produtor executivo Bill Evans: reunir músicos virtuosos em seus instrumentos e um vocalista pop para gravar música atual de um jeito antigo. Para a empreitada, Evans chamou o baterista Mike Portnoy (Adrenaline Mob, ex-Dream Theater), o baixista Dale LaRue (Joe Satriani, Dixie Dregs), o tecladista Neal Morse (Spock's Beard), o guitarrista Steve Morse (Deep Purple, Dixie Dregs) e o vocalista Casey McPherson (Alpha Rev). Para produzir o que sairia dessa reunião foi escolhido o produtor Peter Collins, responsável pelos álbuns Power Windows (1985), Hold Your Fire (1987), Counterparts (1993) e Test for Echo (1996) do Rush, e pelo clássicos Operation: Mindcrime (1988) e Empire (1990), do Queensryche.
A turma se reuniu em janeiro de 2011, e durante nove dias foram compostas e gravadas as onze faixas do álbum de estreia. Com um som que pode ser definido como uma espécie de "progressivo pop", o Flying Colors pariu um disco excelente. As composições trazem elementos de rock, heavy metal, folk, funk e fusion, além dos já citados pop e prog, convivendo de forma harmônica em ótimas canções. Do início com a brilhante "Blue Ocean" ao encerramento com a longa "Infinite Fire", o que temos é um desfile de bom gosto. Ótimos arranjos permeiam as canções, todas com ricas passagens instrumentais.
"Blue Ocean" é uma faixa espetacular e que serve de cartão de visita para o Flying Colors. Tudo o que o álbum tem de melhor está nela: instrumental refinado, sonoridade limpa, vocais agradáveis, melodia atraente. A balada "Kayla" é outro destaque, com ótimas linhas vocais. "The Storm" soa como se o U2 tivesse gravado Scenes from a Memory, álbum clássico lançado pelo Dream Theater em 1999. "Forever in a Daze" é outro grande momento, com um show à parte de Dave LaRue.
Beatles e Supertramp colidem em "Love is What I'm Waiting For", enquanto em "Everything Changes" a voz de Casey McPherson lembra, e muito, o timbre de Chris Martin, do Coldplay.
Para quem curte faixas mais pesadas, "Shoulda Coulda Woulda" e "All Falls Down" aproximam-se do heavy metal, e ambas contam com grandes performances de Mike Portnoy e Steve Morse. Aliás, o baterista é responsável pela maior surpresa do disco ao cantar a bonita balada "Fool in My Heart". Já para os proggers, o grande momento é "Infinite Fire", que em doze minutos transita por diversas atmosferas e é, de longe, a faixa mais progressiva do disco, chegando a lembrar os melhores momentos do Yes.
Flying Colors é um grande álbum que mostra que é possível produzir, ao mesmo tempo, música acessível e inteligente. Uma ótima surpresa, e, desde já, um dos melhores discos de 2012.
Faixas:
Blue Ocean
Shoulda Coulda Woulda
Kayla
The Storm
Forever in a Daze
Love is What I'm Waiting For
Everything Changes
Better Than Walking Away
All Falls Down
Fool in My Heart
Infinite Fire
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