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Raul Seixas: uma pré-história conhecida apenas por fãs

Resenha - Sessão das Dez - Sociedade da Grã-Ordem Kavernista

Por Alan James
Postado em 18 de abril de 2010

Raul Seixas dispensa apresentações. Um dos pilares do rock brasileiro, e ao mesmo tempo um dos maiores nomes da MPB (sim, pois ele era de tudo), conhecido por sua obra única, especialmente a sua fase de ouro nos anos 70 (até porque a partir de 78 ele só teria bons momentos avulsos). Porém, sua pré-história é conhecida apenas por fãs, e era pouco explorada.

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Raul estreou na indústria fonográfica em 1967, gravando um LP pela Odeon (atual EMI) com sua banda Os Panteras, que por razões diversas não fez sucesso algum e ficou esquecido, depois vindo a ganhar status de cult.

Depois disso, Raul tornou-se produtor e compositor da CBS em 1970, e começou e muito bem ambas as carreiras, fazendo vários hits ("Doce Doce Amor" para Jerry Adriani, "Ainda Queima a Esperança" para Diana, entre várias outras), e assumindo a produção de diversos artistas, desde o próprio Jerry até Odair José, passando por Leno (com o qual e para quem produziu o hoje antológico álbum "Vida e Obra de Johnny McCartney", recentemente relançado pela Lion Records no exterior), entre outros.

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Porém, Raul que era sempre inquieto, depois de 1 ano acumulando as funções começou a se cansar, e resolveu cantar de novo suas composições. Para tal, decidiu formar um grupo junto com dois artistas amigos (Sérgio Sampaio e Edy) e uma artista que era do elenco da gravadora (Myrian Batucada), e assim surgiu a Sociedade da Grã-Ordem Kavernista, um alter-ego coletivo como uma espécie de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles.

Com o tal grupo, compôs quase 40 músicas, mas dessas apenas 12 foram aprovadas pela Censura, e acabaram integrando seu único LP, "Sessão das Dez", que agora é finalmente relançado de modo devido pela Sony Music (havia sido em 95 pelo selo Rock Company, mas praticamente de forma artesanal), com som remasterizado, informações técnicas e restauração da arte original.

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Há anos perpetuou-se a lenda de que Raul teria aproveitado uma viagem de altos executivos da gravadora, e aí então tendo agendado estúdio, gravado, produzido, finalizado e lançado o LP durante esse tempo, mas Edy hoje afirma que nada disso é verdade, que o disco em questão era algo que os executivos sabiam que estava sendo feito, pois o estúdio era agendado com o consentimento deles.

Lendas à parte, o disco é algo psicodélico só que com tempero brasileiro, mais ácido que vários trabalhos internacionais do gênero (embora como sempre acontecia com estilos musicais, a psicodelia chegou aqui com atraso), e isso se deve a ironia das letras e também das interpretações, fora os arranjos inventivos e peculiares, que possibilitaram a existência de curiosidades, como "Dr. "Paxeco (com pegada soul-rock, uma prévia do Raul que viria pela frente, faixa essa no qual supostamente ele tocou todos os instrumentos, exceto a bateria) e o samba "Aos Trancos e Barrancos" (única incursão de Raul pelo gênero).

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Vários outros estilos fazem parte desse mix: o brega ("Êta Vida", "Todo Mundo Está Feliz"), o pop com toques regionais ("Quero Ir", curiosamente muito parecida com "Coroné Antônio Bento", de Tim Maia, e tão boa quanto), seresta ("Sessão das Dez", Edy cantando uma composição de Raul, que viria a regravá-la 3 anos depois em seu disco Gita), Myrian Batucada em início de carreira mostrando que era mesmo cantora de sambas ("Chorinho Inconsequente", e "Soul Tabaroa", essa por sinal a única não composta pelos kavernistas, e que é uma ótima mistura de samba com forró), e até mesmo o nonsense ("Eu Não Quero Dizer Nada", com certeza a música mais pirada do disco, com vocal de Edy, cuja letra e arranjo mudam de forma inusitada; e por fim, "Finale", que nada mais é do que uma descarga que encerra magistralmente o álbum). Vale citar algumas vinhetas também que estão entre as músicas, entre elas uma que diz "eu comprei uma televisão a prestação" e sua vinheta-irmã que diz "há um hippie em pé no meu portão".

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O disco passou em brancas nuvens, ninguém tomou conhecimento de seu lançamento (a não ser os mais informados, e aqueles que devem ter lido algumas das matérias que os kavernistas fizeram na época para promover o trabalho), e logo depois saiu de catálogo, tornando-se muito raro e ganhando o status de cult com o passar dos anos.

Segundo Edy em recente entrevista, o disco não significou nada para cada um deles, pois todos desenvolveram suas carreiras como se nunca tivessem feito esse álbum, sequer o citavam em entrevistas, ou o faziam raramente, se faziam. Até porque Raul depois foi um grande astro por mérito próprio (embora tenha usado "Sessão das Dez" como um caldeirão de experiências); Sérgio Sampaio viria a fazer muito sucesso depois com a sua "Eu Quero Botar O Meu Bloco na Rua"; Edy depois adotaria o sobrenome Star, faria shows em boates e casas noturnas, gravaria um LP cult pela Som Livre em 1974 (com várias músicas compostas especialmente pra ele, e texto assinado curiosamente por Roberto Carlos, que compôs para esse trabalho junto com Erasmo) e depois viajaria pra Espanha para dirigir uma casa noturna de shows; e Myrian Batucada desenvolveu uma carreira como sambista, com alguns discos e compactos lançados, além de aparições esporádicas cantando em musicais da TV Globo, mas nunca com um grande sucesso e projeção igual à de Raul e Sérgio.

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Esse é um disco histórico, fruto da colaboração de artistas tão diferentes, mas que seguindo a filosofia hippie da época se juntaram e produziram mais um rico trabalho da história e da cultura nacional que vale a pena ser cada vez mais conhecido e apreciado por um público que não mais apenas os fãs de Raul Seixas.

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