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Jimi Hendrix: ainda empolgante, mesmo não sendo inédito

Resenha - Valleys Of Neptune - Jimi Hendrix

Por Alan James
Postado em 12 de abril de 2010

Todos sabem que Jimi Hendrix é (ou então é considerado por muitos, inclusive por este que vos fala) o maior e melhor guitarrista da história. Dono de uma técnica incomum e privilegiada, cantor, produtor e compositor, sendo que nesse último quesito ele era por demais produtivo.

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Em 4 meteóricos anos, compôs tanto e mesmo tendo lançado 4 discos, deixou infinitas horas de material, entre takes alternativos, músicas inéditas e shows ao vivo. Após sua morte em 1970, muitos discos saíram com boa parte desse material, que nem sempre teve o devido cuidado, tampouco foi bem administrado por quem controlava seu espólio e seu acervo. A situação era tão grave que em 1994 a família de Hendrix (leia-se seu pai Al e sua meia-irmã Janie) entraram com um processo, e conseguiram reaver o controle de sua obra e seu acervo. Nascia então a Experience Hendrix, a empresa que a partir de então relançou seus discos em catálogo com todo o cuidado, remasterizados e com o máximo de informação, e também brindou aos fãs com vários lançamentos muito bons, entre eles "First New Rays Of The Rising Sun" (4º disco de estúdio em que Hendrix trabalhava antes da sua morte), o ótimo "BBC Sessions", a essencial caixa "Jimi Hendrix Experience", o show completo em Woodstock, entre outros, chegando até mesmo a criar a gravadora Dagger Records, para lançar discos piratas oficiais de shows ou material de estúdio de Hendrix, mas que não teriam a qualidade que um lançamento do mercado mainstream exige.

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No início do ano, a Experience Hendrix fechou um acordo com a Legacy Recordings/Sony Music (após muitos anos em parceria com a MCA/Universal), que prevê o lançamento da música de Hendrix das mais diversas formas, e cuja intenção é a exploração de seu vasto acervo. E o 1º passo dessa campanha é o relançamento (pela 2a vez em CD) de seus discos de estúdio em edições com DVD, cada um com um mini-documentário sobre o respectivo disco, e também o lançamento de "Valleys of Neptune", que a Experience/Legacy vende como o "novo álbum inédito de Jimi Hendrix".

Quem for com muita sede ao pote e não pesquisar vai pensar que realmente trata-se de um disco inédito de Hendrix, composto apenas de músicas inéditas não conhecidas e jamais lançadas. Ledo engano. A rigor, trata-se de uma coletânea de versões inéditas pra músicas já conhecidas de Hendrix, rascunhos embrionários que mais tarde tonariam-se músicas de Hendrix, e de inédito mesmo temos apenas uma música, que é a faixa título, por sinal a melhor do disco: um rock vigoroso que seria parte de seu último disco de estúdio (caso Hendrix, depois um bom tempo tentando, finalmente tivesse ficado satisfeito com alguma versão dessa música), com sonoridade que ainda soa atual (graças também à tecnologia de hoje), e que é um clássico com a marca de Hendrix, onde a letra é criativa e inventiva, sua guitarra comanda a festa, completada pelo baixo sólido de Billy Cox e a bateria sempre única de Mitch Mitchell, esses dois sendo a segunda e última formação do Experience.

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De resto, vamos aos comentários:

"Stone Free": 1º single e clássico de Hendrix, aqui aparece em um remake gravado em 69 em um arranjo diferente e mais elaborado do que a versão original de 66. O baixo de Billy Cox (na versão original quem toca é Noel Redding) garante uma sonoridade mais black a essa música, devido a seu modo sólido na execução. Um outro remake com o Experience original já havia saído na caixa Jimi Hendrix Experience de 2000. Começa o disco com chave de ouro.

"Valleys of Neptune": comentada acima. Gravada entre 69 e 70, jamais lançada. Saiu como 1º single deste trabalho.

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"Bleeding Heart": um cover de Elmore James, era uma preferida de Hendrix, que tocava sempre essa em seus últimos shows de 1970, senão antes. Aqui aparece em uma versão de estúdio de 69, gravada com músicos que tinha acabado de conhecer nos EUA, porém, essa foi a 2a sessão onde Billy Cox (amigo de Hendrix há anos, tendo tocado com ele na época em que serviram o exército) tocou, depois que Noel foi dispensado das sessões de gravação (o Experience ainda duraria algum tempo fazendo shows, Noel incluso). É uma versão bem energética, com uma ótima mistura de rock e soul, e Hendrix como sempre se destacando com sua guitarra. Outras versões já haviam saído antes, como na coletânea Blues de 94, South Saturn Delta de 97, entre outras. Mais uma que merece destaque.

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"Hear My Train' A Comin": um dos blues mais conhecidos pelos fãs de Hendrix, que tentou gravá-la inúmeras vezes em várias ocasiões, com músicos e em estúdios diferentes, porém nunca chegando a uma versão final. Era sempre tocada em seus shows, aparições na TV e no rádio. Aqui aparece em uma versão de estúdio de 69, com o Experience original, quando estava testando arranjos pras músicas que seriam parte do repertório da turnê daquele mesmo ano. Inúmeras versões dela saíram antes, como a antológica (melhor e mais interessante) versão acústica em Blues, entre outras. Essa é uma música que torna-se cansativa de ouví-la após tantos minutos num mesmo tema, já que se trata de uma canção arrastada.

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"Mr. Bad Luck": rock poderoso de Hendrix, um dos pontos altos do disco também. Composta em 66, foi gravada e 67 pro disco Axis: Bold As Love, porém não lançada. Hendrix gravou finalmente essa música em 1968, já com o nome Look Over Younder, finalmente lançada em South Saturn Delta. Aqui aparece na versão de 67, ainda com seu 1º título, em um arranjo mais contido do que a futura Look Over Younder.

"Sunshine Of Your Love": clássico do Cream! Dispensa apresentações e comentários acerca de sua qualidade. Era uma das favoritas de Hendrix, que quase sempre a tocava em suas apresentações entre 68 e 69, e antes só estava disponível dessa forma em BBC Sessions. Aqui aparece finalmente uma versão de estúdio, gravada também na ocasião em que testava arranjos pras músicas da turnê de 1969, que seria a última com o Experience original. A banda manda ver no riff original, e depois se metem numa jam que nada tem mais a ver com o tema original, e com isso, fazendo valer novamente a criatividade de Hendrix e banda.

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"Lover Man": composição em que Hendrix fez uma nova letra para Rock Me Baby, de B.B. King. Tocada dessa forma em seu show de Monterey em 67, sendo que depois Hendrix fez essa letra, e tentou gravar essa canção inúmeras vezes até 1970: primeiramente com o título Here He Comes (tendo sido lançada dessa forma em South Saturn Delta), depois rebatizada como Lover Man. Aqui aparece também em gravação na mesma ocasião da faixa anterior. Por sinal essa versão é a mais diferente e curiosa de todas, já que aqui a música é tocada como uma mistura de rock e soul, bem diferente do rock característico que Hendrix costumava sempre tocar em todas as outras versões. Por sinal, já havia saído antes na caixa de 2000, e em outros trabalhos. Vale pela curiosidade, pois a música funciona melhor como um rock.

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"Ships Passing Through The Night": Hendrix compôs essa música em 69 e desde então tentou gravá-la várias vezes, em diversas ocasiões e estúdios, e com músicos diferentes. Acabou evoluindo e se tornando a superior Night Bird Flying, que saiu em First Rays Of The New Rising Sun. Essa versão foi gravada com o Experience original, por sinal, sendo essa a última sessão de gravação com eles (meses depois Hendrix formaria a banda Gypsy Sun and Rainbows, depois a Band of Gypsys, e por fim a 2a formação do Experience). Música monótona, mas que já tinha um potencial, a ponto de Hendrix perceber isso e fazê-la evoluir 1 ano mais tarde. Uma versão superior e mais viajante, porém com mais feeling existe em piratas, tendo o acompanhamento de um trompete no arranjo.

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"Fire": grande clássico de Hendrix, parte importante de seu 1º disco, Are You Experienced?. Tocada por Hendrix em praticamente todos os seus shows até o início de 1970. Aqui gravada na mesma ocasião de outras faixas desse disco, em 69 no qual testava arranjos de músicas para sua turnê. A original é mais lenta, e ao vivo ela sempre ficava mais rápida e poderosa, como na melhor versão dela, gravada no show de Woodstock, que saiu em cd e dvd (por sinal na ocasião, Hendrix estava totalmente inspirado e transformou a música). Portanto, em nada diferente de outras versões já lançadas antes.

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"Red House": 1º blues composto por Hendrix, é um clássico do gênero. Lançada originalmente na versão inglesa de seu 1º disco. Gravada na mesma ocasião que a faixa anterior e outras desse disco, aqui Hendrix conduz a banda a uma jam que se tornaria marca registrada sempre que executava essa música.

"Llullaby For The Summer": suposta composição inédita, trata-se na verdade de um embrião do que viria a ser a música Ezy Rider, que Hendrix mais tarde desenvolveria e gravaria para seu 4º disco de estúdio, que saiu somente em 97 sob o nome First New Rays Of The Rising Sun. Essa versão também é da última sessão de gravação com o Experience original, de abril de 69, sendo que a banda acabaria 2 meses depois. A banda manda ver numa jam em cima do riff principal, e apenas esse riff seria aproveitado por Hendrix em Ezy Rider (que a essa altura já existia como embrião, gravada com o Experience, e que saiu em Hear My Music, lançado em 2004 pela Dagger). Porém, Ezy é bem superior, e Llullaby é apenas um embrião do que seria uma grande música.

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"Crying Blue Rain": outra suposta composição inédita de Hendrix gravada na mesma ocasião que a anterior, trata-se na verdade de um improviso em cima de "Catfish Blues", um cover que Hendrix chegou a tocar ao vivo, e que já havia saído antes na coletânea de gravações inéditas "Blues", bem como uma versão ao vivo na caixa de 2000. Hendrix depois viria retrabalhar de novo em cima de "Catfish", obtendo mais sucesso e fazendo-o de forma muito superior na música "It's Too Bad", que também saiu na caixa de 2000, e um dos pontos altos da mesma.

Essa, a anterior e outras faixas desse disco (e de outros lançamentos) flagram o Experience tentando fazer seu 4º disco de estúdio (diferente do disco que Hendrix começaria a trabalhar em 1970) após terem lançado o insuperável Electric Ladyland (1968). Porém, além de gravar várias músicas e não conseguir chegar a um consenso quanto a um produto final (sem contar que várias delas não passavam de jams que não chegavam a lugar nenhum), Hendrix agora utilizava o estúdio para compor material baseado no improviso (ao invés de chegar com algo pronto), o que irritou particularmente Noel Redding, e essa foi uma das causas do fim da banda.

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Esta música encerra o disco melancolicamente, e com isso, é possível ver que Valleys começa muito bem, mas comete o erro de vários discos de depois ir decaindo a medida que as músicas são escutadas.

Ainda assim, vale pela ótima qualidade de sempre nos lançamentos de Hendrix, com som excelente (cortesia de Eddie Kramer, fiel engenheiro de Hendrix em sua carreira) e ótima arte gráfica, com informações sobre todas as músicas.

Apesar de esse lançamento não ser o que os fãs esperam (já que não se trata de um disco inédito), pelo menos a Experience tem liberado sempre material inédito de Hendrix, e os fãs querem mais.

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Pena que outros artistas não façam o mesmo, quando poderiam desenvolver produtos de qualidade pra fazer a felicidade dos fãs e, claro, ganhar com isso em todos os sentidos.

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