Slavior: música pesada sem se prender a rótulos
Resenha - Slavior - Slavior
Por Rodrigo Simas
Postado em 22 de fevereiro de 2009
Nota: 8
A proposta do Slavior é clara: fazer música pesada sem se prender a rótulos e tentar unir as influências individuais de cada membro em um trabalho coeso e inovador. Na teoria pode realmente parecer simples, na pratica é extremamente complicado. Superando os desafios, o grupo finalizou seu debut em 2007 e logo obteve opiniões díspares da crítica especializada.
O trio, formado por nomes – se não muito conhecidos na cena metal – experientes e com uma enorme bagagem musical, já instiga desde o início: Mark Zonder, exímio baterista que já defendeu as baquetas do influente Warlord e do combo progressivo Fates Warning, Greg Analla, versátil vocalista e ex-Seventh Seal e Tribe Of Gypsies, e por último, mas não menos importante, Wayne Finlay, que cuidou das guitarras, baixos e teclados de todo o trabalho e tem no currículo passagem pelas bandas de Vinnie Moore e Michael Schenker.
Ficou curioso? Pois é, se a descrição da banda já é surpreendente, o som é ainda mais impactante. Mesclando estilos e tendências variadas sempre com um referêncial pesado, aqui há espaço para experimentação, de Pantera a Tool, do próprio Fates Warning a Linkin Park, do funk ao pop, de hip-hop ao metal... tudo com muito groove e as famosas levadas sincopadas do gênio Mark Zonder, que também compõe e mais uma vez mostra porque é um dos mais influentes e respeitados bateristas da sua geração.
Greg Analla cumpre bem seu papel, conseguindo encaixar linhas vocais diversificadas e criativas em cima de arranjos não muito convencionais enquanto Zonder quebra tudo na bateria. Wayne Finlay mostra o que aprendeu durante os anos de aprendizado com lendas vivas da guitarra e mandar ver em bases precisas, alternando sua pegada em riffs inspirados e excelentes solos, que se não aparecem em demasia, são usados somente quando necessário.
Nesse ritmo, desde o início com "Origin", passando pela grooveada "Deeper" (influências de Faith No More?), a incialmente estranha "Dove", que tem uma base reggae mesclada a furiosas guitarras, a quebradíssima "Give It Up" (uma mistura de progressivo com Red Hot Chili Peppers), até o final com a boa "Red Road", o Slavior atira para várias direções e deve agradar ouvintes ecléticos, já que o resultado é definitivamente convincente – mas dificilmente vai ser assimilado pelos radicais que aguardavam um direcionamento mais tradicional.
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