Skull And Bones: metal da pitoresca "banda de um homem só"
Resenha - Waking Up Songs - Skull And Bones
Por Fernão Silveira
Postado em 04 de janeiro de 2009
O heavy metal tem uma magia única, inspiradora, que motiva os fãs a explorarem (ou descobrirem) seus talentos na busca por uma música genuína e feita com o coração. É neste espírito "Do It Yourself" – o velho lema da revolução punk dos anos 70 – que o multiinstrumentista, letrista e escritor gaúcho Carlos Fernando de Souza Silva, mais conhecido como Spartacus, apresenta o EP "Waking Up Songs", da banda SKULL AND BONES.

Orgulhoso, Spartacus se identifica como "A One Man Band" (no caso, a "band" é o SKULL AND BONES). E fica fácil entender o porquê: no EP, que tem cinco faixas, algumas tiradas da demo "Dresden Reloaded", ele canta, toca guitarra, baixo e parte da linha de bateria (o restante foi entregue a um músico de estúdio não identificado), além de escrever todas as letras e compor todas as canções... Ufa!
Talvez nem seja necessário, embora seja inevitável, dizer que o trabalho é completamente "artesanal" (para não escrever amador). As músicas foram gravadas no estúdio caseiro de Spartacus, o que fica evidente durante a audição do EP. Naturalmente, a mixagem e a finalização ficaram bem aquém do desejado, em especial na harmonização da bateria com os demais instrumentos.
A vontade e o espírito criativo de Spartacus são realmente inquestionáveis, mas as músicas soam um tanto monotônicas. Percebe-se facilmente que ele gosta muito do heavy metal épico, repleto de inversões e complexidades sonoras. O problema é que este estilo exige um refinamento técnico totalmente incompatível com as atuais capacidades do SKULL AND BONES. Outra constatação: o nosso admirável bardo gaúcho é bem melhor com os instrumentos de cordas (especialmente a guitarra - mas vale uma menção à linha de baixo na música "Amazon") do que com o microfone.
Críticas à parte, não se pode deixar de notar, e louvar, a garra do artista em produzir um trabalho autêntico, original, com todas as cores de sua paixão pelo heavy metal. Também é evidente a estratégia de Spartacus em utilizar suas gravações amadoras para alavancar uma oportunidade verdadeiramente profissional na música. Em sua página no MySpace, ele escreveu: "Nós gravamos em nosso estúdio caseiro. Nosso equipamento é mediano, mas eu acredito – como alguém disse – que se você colocar seu coração e ter fé, as pessoas que ficarem ligadas serão tocadas. E eu poderia fazer muito melhor se tivesse um estúdio de ponta com um produtor e um engenheiro de som... Eu componho facilmente e tenho dezenas de músicas para gravar." Bem vendedor, não é mesmo??
É claro que Spartacus ainda tem um longo caminho a percorrer, mas o cara possui gana para transformar em realidade o seu sonho de "ser contratado [por alguma gravadora] e sair em turnê pelo mundo". Por isso, meu caro, não deixe a peteca cair. "Up the Irons!", como diz a banda que tanto lhe influenciou.
"Waking Up Songs" (EP) – SKULL AND BONES
1 – Waking Up Songs
2 – Inquisition
3 – Amazon
4 – Domination
5 – Aztec Slaughter
Produção independente
Site da banda:
http://www.skullandbonesband.com
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Show do AC/DC no Brasil não terá Pista Premium; confira possíveis preços
Download Festival anuncia mais de 90 atrações para edição 2026
O disco do Metallica que para James Hetfield ainda não foi compreendido; "vai chegar a hora"
Os melhores guitarristas da atualidade, segundo Regis Tadeu (inclui brasileiro)
A música do Kiss que Paul Stanley sempre vai lamentar; "não tem substância alguma"
As duas bandas que atrapalharam o sucesso do Iron Maiden nos anos oitenta
"Guitarra Verde" - um olhar sobre a Fender Stratocaster de Edgard Scandurra
Mais um show do Guns N' Roses no Brasil - e a prova de que a nostalgia ainda segue em alta
Ace Frehley deixou livro pronto para ser lançado em 2026
O artista que Neil Peart se orgulhava de ter inspirado
Regis Tadeu explica por que não vai ao show do AC/DC no Brasil: "Eu estou fora"
A banda que Dave Grohl acha "indiscutivelmente a mais influente" de sua geração
Priorizando a saúde, Paul Rodgers não irá ao Rock and Roll Hall of Fame 2025
Como era sugestão de Steve Harris para arte de "Powerslave" e por que foi rejeitada?
Ramones e a complexidade técnica por trás da sua estética

Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto


