Resenha - Bravery - Bravery
Por Bruno Romani
Postado em 30 de junho de 2005
Nota: 5
Incrível, mas parece que uma geração inteira acabou de descobrir aquele vinil "Boys Don’t Cry" do The Cure, pertencente a algum membro mais velho da família, e resolveu formar uma banda. Os nova-iorquinos do The Bravery, com seu disco homônimo, fazem parte dessa turma que adora um teclado misturado a batidas secas e vocais distorcidos com linhas de baixo simples e dançantes. Logicamente, o visual inclui cuidados com o terninho apertado, o delineador em torno dos olhos e aquela franja premeditadamente desleixada.
"Swollen Summer" e "Unconditional" são boas canções pop com refrões grudentos, e com certeza numa festa a música do The Bravery é algo agradável. A produção não deixa a desejar e fica consolidada uma tendência no pop-rock atual. Rock dançante é o que está pegando. Em muitos momentos fica dificil resistir ao balanço, como a batida de "Honest Mistake" demonstra.
Esperar mais do que isso e levar o CD para casa acaba por se tornar um martírio. É um suplício ouvir a segunda geração de bandas que resgatou os anos 80. Cada nota, progressão, melodia, pausa e refrão soam datados. Gosto de bolor na boca. Cheiro de naftalina nas narinas. "No Brakes" e "Give In" são múmias vestidas de novidade; não porque Robert Smith fazia esse tipo de som quando provavelmente os integrantes do The Bravery ainda aprendiam o ABC, mas porque aparecem como a ninhada do The Killers e do Interpol. Estão fadados ao desaparecimento.
Alguém aí, por exemplo, se lembra do Candlebox? Quem se lembra da segunda geração do grunge com certeza se lembra deles, embora deva desconhecer o paradeiro. Como dizem, não se monta uma banda para tocar a música que está no rádio hoje, mas para tocar o que estará nas rádios amanha.
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