Resenha - Fly By Night - Rush
Por Fábio Trovão
Postado em 30 de março de 2000
Com certeza, muitos leitores ao verem esse álbum na discografia básica irão reclamar dizendo que esse não é o melhor álbum do Rush. E eu serei obrigado a concordar. Porém, esse álbum é um dos mais, ou até mesmo o mais importante da banda. Porque? Simples. Depois de um álbum de estréia bom, lançado em 1974 independentemente, porém seguindo apenas o estilo criado pelo Led Zepellin alguns anos antes, Fly By Night, lançado em 1975 já por uma grande gravadora (Mercury), é o álbum que marca o início das incursões ao Rock Progressivo da banda e principalmente a estréia do baterista preferido de 9 entre 10 bateristas de rock no mundo: Neil Peart. E não podemos esquecer de seu enorme talento como letrista, fato que é raro em se tratando de bateristas. É claro que não podemos deixar de mencionar o talento em seus instrumentos, e principalmente como compositores, dos outros 2 membros: Geddy Lee (Baixo/Teclados/Vocal) e Alex Lifeson (Guitarras).
O disco abre com a faixa Anthem, e a banda já começa a mostrar que não é mais apenas um clone do Led Zeppelin. Riffs rápidos e pesados e a bateria já assombrando o mundo. Logo após vem Best I Can, mantendo o nível da primeira, e também no mesmo nível vem Beneath, Between & Behind, que já começa a mostrar o letrista de mão cheia que é Neil Peart. A música é um pequeno conto sobre o tempo da nobreza.
A música seguinte é talvez o ponto alto do álbum. By-Tor & The Snow Dog começa no mesmo estilo das outras, Hard Rock rápido. Porém no meio ela vira um Rock Progressivo. Mistura essa que viria a se tornar a marca registrada da banda. E a letra mostra toda a criatividade de Neil. Ele simplesmente cria uma batalha entre dois...cães que um roadie conheceu numa festa: By-Tor (uma pastor alemão) e Snow Dog (um Husky Siberiano).
Fly By Night, a faixa seguinte, foi o primeiro sucesso comercial desse álbum, sendo sempre pedida até hoje em shows. Em Making Memories, Alex Lifeson agrega influências Country. E na baladíssima Rivendell, Neil Peart se baseia no livro Senhor Dos Anéis (Lord Of The Rings) de J.R.R. Tolkien. Influência que viria a ser muito usada na década de 90 por bandas como Blind Guardian. E o álbum fecha com In The End, mais uma faixa Hard Rock. Essa faixa tem um valor sentimental para este que vos fala e para muitos outros fãs cariocas de Rock em geral, pois foi a música de despedida da única rádio Rock do Rio de Janeiro, a Fluminense FM, que foi vendida para uma rádio Dance (argh!) que, óbvio, nem merece ter seu nome citado nesse espaço rockeiro.
Fly By Night não é o melhor álbum, nem o mais criativo, mas foi crucial na carreira dessa banda que é uma das preferidas do público rockeiro de todo o mundo. E aguardem em breve outras obras-primas do Rush aqui nesta seção.
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