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Bangers Open Air

Resenha - Nº 6 - Present

Por Thiago Sarkis
Postado em 19 de abril de 2000

Nota: 5 starstarstarstarstar

A banda belga Present lança seu primeiro álbum pela gravadora Carbon 7, tradicional por trabalhar com bons conjuntos de música progressiva em geral.

A gravadora segue investindo no estilo, mesmo que as possibilidades de retorno financeiro sejam pequenas. Nº 6 é a maior prova disso. Um álbum totalmente experimental, onde quase todas as músicas são instrumentais e cheias de improvisos e maluquices, que poucos seres humanos conseguiriam imaginar. Não há toque de virtuosismo algum e a idéia central é pegar um tema, uma harmonia e sugar todo o possível dela com improvisações e partes compostas de piano (principalmente), baixo, guitarra e violoncelo. Esses temas são excelentes e soam de maneira bem forte no começo. Porém, o pouco dinamismo e a repetição ininterrupta de um mesmo tema por mais de dezesseis minutos, por exemplo, como acontece na primeira faixa, "The Limping Little Girl", acabam irritando quem os ouve. Para dar uma idéia de como as composições se desenvolvem, imagine Frank Gambale bêbado, completamente chapado, improvisando em harmonias bem mais simples do que as tradicionais que costuma compor e repetindo-as por longos minutos. Se você conseguiu simbolizar isso em sua mente, muito bem, você já sabe quão chatas ficam as músicas depois de três, quatro minutos. Os músicos são bons e, como já foi dito, os temas são realmente interessantes, porém a repetição dos mesmos leva qualquer um ao desespero.

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Pierre Chevalier nos pianos e Yuval Mesner no violoncelo dão um show, tanto nos improvisos, quanto nos temas, e de seus instrumentos saem as partes mais interessantes e pesadas das músicas.

São no total treze faixas e apenas quatro músicas: "The Limping Little Girl" (dividida em quatro partes), "Le Rôdeur", "Ceux D’en Bas (Suite)" (dividida em 6 faixas e com mais de dezenove minutos de duração) e "Sworlf".

Nos momentos mais pesados, pensei logo no Apocalyptica tocando suas músicas próprias, não Metallica. Acredito que fãs dos violoncelistas do Apocalyptica têm tudo para curtir pelo menos uns cinco minutos de cada música. Depois disso, dificilmente vão agüentar mais dez, quinze minutos de música. De qualquer maneira, fica aí a dica. Quem quiser conferir, é só visitar o site oficial dos belgas, que eles vendem o CD por lá mesmo.

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Sobre Thiago Sarkis

Thiago Sarkis: Colaborador do Whiplash!, iniciou sua trajetória no Rock ainda novo, convivendo com a explosão da cena nacional. Partiu então para Van Halen, Metallica, Dire Straits, Megadeth. Começou a redigir no próprio Whiplash! e tornou-se, posteriormente, correspondente internacional das revistas RSJ (Índia - foto ao lado), Popular 1 (Espanha), Spark (República Tcheca), PainKiller (China), Rock Hard (Grécia), Rock Express (ex-Iugoslávia), entre outras. Teve seus textos veiculados em 35 países e, no Brasil, escreveu para Comando Rock, Disconnected, [] Zero, Roadie Crew, Valhalla.
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