Resenha - Planet X - Derek Sherinian
Por Valmor José Pedretti Júnior
Postado em 02 de novembro de 1999
Nota: 10
(Colaborou Raquel Nunes Ebert)
Qual de nós, fãs de boa música e grandes bandas, nunca sonhou com um supergrupo que misturasse músicos extraordinários que tivessem optado pela carreira solo ou por abandonar sua banda de vários anos? Bom, não que isso não tenha sido tentado. O The Firm, de Jimmy Page e Paul Rodgers, é um bom exemplo. Infelizmente, um exemplo de pouco êxito. Com esse pensamento na cabeça, podemos nos colocar a examinar o disco de estréia desse novo projeto, o Planet X, encabeçado pelo ex-Dream Theater/Alice Cooper Derek Sherinian. De um álbum que tinha como objetivo fechar o contrato do tecladista com a sua gravadora, nasceu uma das mais promissoras bandas de prog/fusion dos últimos tempos. Para tanto, Derek reuniu um grupo de músicos fantásticos e criou o primeiro do que esperamos que se torne uma série de gravações memoráveis. É interessante observar como Sherinian adota freqüentemente uma pose de arrogante, quando dispara comentários sobre seu trabalho (ele afirmou recentemente que pretende ser "o Gene Simmons do rock progressivo") e o de outros (quando explica a primeira faixa do disco, "Atlantis", que é dividida como uma trilogia, num estilo tipicamente progressivo, mas que não passa de um escrachado deboche ao que chama de "música levada a sério demais"). Na sequência desse longo épico jocoso, temos uma série de petardos recheados de debulhações doentias (destaque para "Money Shot" e "Space Martini")
Como estudante de bateria, não posso evitar a necessidade de comentar a line-up do Planet X, começando pelo extraordinário indivíduo que atende pelo nome de Virgil Donati. Esse (ainda) não tão comercialmente conhecido baterista australiano compôs com Derek todos os temas do CD e é dono de uma técnica de dois bumbos assustadora (quem teve a chance de conferir o vídeo do Modern Drummer Festival dedicado à Virgil sabe do que eu estou falando. Ele passeia pelo kit com a destreza e agilidade de um baterista de jazz aliada à pegada forte dos metaleiros). No baixo, temos o sideman de carteirinha Tony Franklin, que inclusive fez parte do já citado The Firm. Instrumentista incontestável, Franklin deixou o grupo após a gravação deste primeiro disco, sendo substituído por Ricc Fierabracci. Na guitarra, Brett Garsed (ex-Nelson), um conhecido do batera, que foi convocado pra exercer uma função bem burocrática, visto que os teclados são quem ditam a direção das músicas. É interessante perceber que o estilo de Derek soa muito mais parecido com uma guitarra. E isso deixa de ser uma simples coincidência quando descobrimos que algumas das maiores influências musicais do rapaz são Eddie Van Halen e Randy Rhoads. Mas, o que torna de vez essa banda um supergrupo é a recente saída de Brett Garsed e a adição do virtuoso Tony Macalpine ao plantel. Esse timaço já está em estúdio trabalhando no segundo álbum, e não se pode esperar algo menos que incrível.
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