Pink Floyd: Como reagiu a mídia britânica aos primeiros singles da banda
Por André Garcia
Postado em 13 de março de 2022
Ao longo de 1967, aquele que ficou marcado na história de Londres como o ano da psicodelia, o nome do Pink Floyd estava na boca da mídia musical.
Seu aguardado álbum de estreia, "Piper at the Gates of Dawn" chegou às lojas em agosto de 1967, mas antes disso o quarteto de Cambridge já havia lançado dois singles: "Arnold Layne" e "See Emily Play".
Conforme resgatado pelo canal no YouTube Yesterday's Papers, foi assim que a mídia britânica reagiu ao surgimento do Pink Floyd.
"Arnold Layne"
Lançado em março de 1967, chegou em #20 nas paradas
Derek Johnson, da New Musical Express:
"Esse é o grupo que chamou atenção com seus efeitos visuais, como luzes piscando, projeções coloridas e coisas do tipo.
Devo dizer que, em termos de aura, isso ['Arnold Layne'] não me soa muito psicodélico, mas é uma música incomum com uma letra esquisita e um som grandioso. Belo trabalho com o teclado, timbres e um desenvolvimento arrepiante. Com toda a publicidade que eles tem, isso pode muito bem ser um hit.
O lado b, 'Candy and a Currant Bun', é alegre. Um número espontâneo conduzido por uma guitarra distorcida e ritmo cadenciado. O solo [final] é meio cantado, meio sussurrado, num canto estranhamente oscilante."
Peter Jones, da Record Mirror:
"Esse grupo está recebendo uma tremenda publicidade, e essa produção transmite um ar fora da casinha, é diferente e bem tocado. Fiquem de olho."
Outra edição de Record Mirror:
"Citação do Pink Floyd, apontado como um dos grandes novos grupos do ano: 'Se tivermos que ter uma definição, você pode dizer que somos luz e som: dois meios que se complementam, e que nós definitivamente não usamos de brincadeira.'
Eles dizem não ter intenção de provocar efeitos alucinatórios no público, mas se ergueram como porta-vozes de um germinante movimento: a experimentação de todo tipo de arte — até mesmo a música."
Simon Dee, DJ da BBC:
"A magia das baladas podem devolver um pouco de sanidade à cena, dominada por má publicidade e discos ruins com letras atrozes como (...) "Arnold Layne", do Pink Floyd.
Eu não aguento mais essas músicas, eu me recuso a tocar elas. Me horroriza que crianças como a minha possam ter que ouvir uma música sobre uma travesti. Nós não precisamos dessa porcaria desnecessária."
Benny Williams, um leitor da Disc Magazine:
"Que tipo de gosto tem os adolescentes britânicos, que vão a shows ouvir Jimi Hendrix e seus discipulos diabólicos, como Pink Floyd e Soft Machine, cuja habilidade musical se limita a fazer barulho."
Elaine Kilburn, em resposta a Benny Williams:
"Como se atreve esse tal de Benny Williams a dizer que Pink Floyd é barulho? O Pink Floyd é um grupo fantástico, e enquanto ele não assistir pessoalmente, deveria calar a boca. Eles são uma revelação e eu os desejo todo o sucesso com 'Arnold Layne'."
Melody Maker:
"O Pink Floyd, cujo primeiro single 'Arnold Layne' estreou essa semana no top 50 na posição 33, acabou de concluir a quinta faixa de seu primeiro álbum. O Beatle Paul McCartney deu um pulo em algumas das sessões deles e falou que o álbum será um estouro."
New Musical Express:
"Syd Barrett é a figura misteriosa do grupo, de coração cigano. Ele ama música, pintura e ficar sentado conversando com as pessoas. Totalmente artístico, ele foi criado em meio a música pop e gostava dos Shadows, mas hoje em dia prefere Beatles, Stones, Donovan e Bob Dylan."
"See Emily Play"
Lançado em junho de 1967, chegou em #5 nas paradas
Chris Welch, da Melody Maker:
"A produção criativa é evidentemente superior no sucessor de 'Arnald Layne', do Pink Floyd, 'See Emily Play'. Embora a letra não seja imediatamente compreensível, como a anterior, o som quase etéreo da guitarra, teclado e das vozes causam um impacto imediato."
Peter Jones, da Record Mirror:
"Empolgante, como esperado, com vocais muito bons. É o melhor do grupo até o momento, e progride bem o bastante para ser um hit em potencial. As passagens instrumentais são fora da casinha, inteligentes e distintas. Muito bom trabalho."
Penny Valentine, da Disc & Music Echo magazine:
"Eu não pirei com a última música do grupo. Eu não posso, com toda a honestidade, dizer que gostei. É mais uma dessas músicas com uma aparente inocência infantil para transmitir mensagens malignas."
G. Rollason, leitor da Melody Maker:
"Acabei de assistir ao Pink Floyd e estou perplexo. Alguém pode me explicar qual é a dessa porcaria de psicodelia? A performance deles não tem qualquer relação com a música, e após três monótonos e ensurdecedores números, eu fui embora enojado. Podem ficar com suas luzes piscantes e suas projeções coloridas, e me devolvam meu bom e velho rock and roll!"
Um leitor em resposta a G. Rollason:
"Eu não entendo a visão de leitores como G. Rollason, que condenam tudo que é progressivo e criativo. O Pink Floyd está tentando explorar dimensões musicais desconhecidas, e tal criatividade deve ser aplaudida, não achincalhada. Se não fosse pelos Beatles, Eric Clapton, Stevie Windwood e Pink Floyd, nós ainda estaríamos ouvindo Bill Haley."
Mais um leitor em resposta:
"Os Beatles são ultrapassados e fazem um som patético e sem graça, enquanto o Pink Floyd é novo, empolgante e, acima de tudo, criativo. Que sentido faz essa polêmica de o Pink Floyd não conseguir reproduzir seu som no palco? Tampouco conseguem os superestimados Beatles!"
Steve Mariott para a Disco Magazine:
"'See Emily Play' é uma bela música feita por belas pessoas."
Stevie Windwood para a Disco Magazine:
"'See Emily Play, eu gosto muito. Tem um órgão bacana essa música."
Fonte:
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