Pink Floyd: balé progressivo agitou a moçada
Por Fotoboard Tramparia
Fonte: Pink Floyd - Mark Blake
Postado em 24 de abril de 2018
O que acontece quando uma banda de rock divide o mesmo palco com uma apresentação de balé?
Essa pergunta é respondida com a leitura do pequeno trecho retirado do livro Nos Bastidores do PINK FLOYD, do autor, escritor e jornalista especializado em rock'n'roll Mark Blade, a respeito da interação da banda com o grupo de Ballet de Marsellie.
Como fotógrafo encarregado de toda a função ilustrativa do portalblog misterial.com.br, acredito que a mistura de artes possa resultar numa grande obra ou espetáculo, e foi isso que os "Rosados Floydianos" fizeram no começo da década de 1970.
A experiência foi única, tanto para os fãs, quanto para os protagonistas do Concerto de Balé Progressivo.
A colaboração do PINK FLOYD com o Ballet de Marseille finalmente tinha dado frutos, após doze meses de idas e vindas.
O FLOYD fez cinco shows na Salle Valliers, em Marselha, em novembro de 1972, antes de levar o show para o Palais de Sports, em Paris, em janeiro do ano seguinte.
O programa incluía três sessões, "Allumez Les Etoiles" (Light the Stars), um balé inspirado na Revolução Russa, com música de Mussorgsky e Prokofiev; "La Rose Malade" (The Sick Rose), baseado no poema homônimo de William Blake; e, finalmente, a prosaica "The PINK FLOYD Ballet", durante a qual tocava "Echoes", "One of These Days", "Careful With That Axe Eugene", "Obscured by Clouds" e "When You're In".
As coreografias de Ronald Petit incluíam dois astros do Ballet de Marseille, Rudy Bryans e Danièle Jossie; esta aparentemente arrastada pelo palco em um espacate, para o estarrecimento da imprensa especializada em rock, pouco habituada a tamanho atletismo.
Houve erros inevitáveis. Em Marselha, uma versão alongada de "One of These Days" resultou nos dançarinos completando a coreografia muitos minutos antes de a música terminar, o que gerou uma hesitante saída do palco com o FLOYD ainda mandando ver.
Como precaução, a banda pediu que um dos seus puxa-sacos se sentasse próximo a RICHARD WRIGHT quando ele estivesse em seu solo de piano e segurasse cartões com o número de compassos escritos.
Ele foi instruído a mostrar em um novo cartão a cada quatro compassos, permitindo efetivamente que a banda soubesse em que ponto estava da música.
Na maioria das noites, os fãs de rock reunidos não estavam a fim de esperar calados dois atos de balé antes que a atração principal começasse, e gritavam e vaiavam, pedindo a entrada do FLOYD.
"Era fantasticamente ofensivo", reclamou NICK MASON na época.
"Roland (Petit) fez o que era uma velha rotina do FLOYD - ele apenas saiu e discursou diante do público, pedindo que eles fossem tomar um drinque até que chegasse a hora de ver o que queriam."
Como a colaboração entre a banda e orquestra de Atom Heart Mother, o caso de amor mútuo entre rock pesado tocado por cabeludos e balé clássico fazia sentido na época e, como NICK MASON confessou depois, "apelava para certo intelectualismo esnobe dentro de nós".
Essa matéria faz parte da categoria Trecharias BioRockers no Portalblog Misterial.
Faixa 1: Obscured By Clouds | Álbum: Obscured By Clouds (1972) | PINK FLOYD | Gravadora: Harvest Records
Faixa 6: Echoes | Álbum: Meddle (1971) | PINK FLOYD | Gravadora: Harvest Records
O álbum duplo The Wall, do PINK FLOYD, faz parte da Discoteca Cifranegriana
Comente: O que acontece quando uma banda de rock divide o mesmo palco com uma apresentação de balé?
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps