Matérias Mais Lidas


Lou Reed: A faixa "Pale Blue Eyes"

Por Rodrigo Contrera
Postado em 06 de janeiro de 2018

Como muitos, aproximei-me do Lou por esta música, que ele teria dedicado ao seu primeiro amor, de faculdade: Shelley Albin. Não consegui achar foto dela. Quem puder, fique à vontade para colaborar.

A original:

Lou Reed - Mais Novidades

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Não tenho livros sobre o Lou, então não posso falar sobre ela. Mas é curioso como, na música, Lou aborda lugares comuns sobre amor - e desamor - que vivenciamos todos os dias. Isso deixando um pouco de lado o lirismo de sua poesia. Pois atenho-me especificamente ao conteúdo.

Pois, quando a gente ama, como que passa pela vida. Sentimo-nos alegres, ou tristes, e só algo fica. Que é esse nosso amor por algo que nos ultrapassa. Sei bem o que é dedicar algo a alguém por algo de que esse alguém nem é responsável. Sua beleza. Porque a beleza está lá atrás, a gente sabe. Mas só quem ama vê.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Lou faz isso. Já no título. Pálidos olhos azuis. Todo um carinho transparece nisso que lemos. E nisso que sentimos já nos primeiros acordes. Note-se que Lou é um músico de rock - ele sempre disse isso. Um músico também que não ensaiava a todo momento. Um músico dos três acordes.

Mas aqui há mais. Há uma queda de energia para algo eminentemente plácido, o timbre daquele violâo, acompanhado por outro, em que percebemos haver uma música maior. Não um rock que se impõe. Mas uma mensagem - que se impõe. Numa espécie de canção de amor, mas também de lamento. Não imaginamos o Lou compondo com alguém do lado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Lou conta a relação com Shelley dizendo que não conseguiram continuar. Que ele fracassou. Mas que algo ficou. Ele diz: Pensei em você como meu tudo. Que não pude manter. Amores para valer são muitas vezes assim. Tanto com a pessoa que eu amo hoje. Quanto com aquela que ela - e eu - amamos lá atrás.

Mas logo antes diz: Na maioria das vezes, você só me deixa furioso. Você só me deixa furioso. Notem que essa ênfase na fúria que aquele amor - que não conseguimos manter - nos causa não impede que amemos essa pessoa. Que ainda a queiramos conosco.

Outro lugar comum é querermos que ela se enxergue com um espelho que nós colocaríamos à sua frente. Quem não quis isso, para a pessoa que amou? Quem não quis lhe revelar algo que somente nós víamos? Porque quem estava amando éramos nós, afinal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Porque os lugares comuns que Lou usa em sua música são o que em grande parte nos atrai. Porque são o que nos leva a seu universo, a um universo de amores entre pessoas comuns ou mesmo meio abjetas, e que porque são esses amores que ficam. Impossível deixar de reparar na sinceridade do sentimento que ele expressa em suas músicas.

Shelley era (e deve ser ainda) casada. Ele comenta isso justificando ser a sua (dele) melhor amiga. Essa questão das amizades sinceras entre pessoas que quiseram ficar juntas, ou que ficaram, ou que não ficaram, é também eterna. Longe daqui estão aqueles que questionam o que acontece. Pessoas de mentalidade mais estreita, para as quais as amizades verdadeiras entre homens e mulheres são coisa estranha.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - WHIP
Divulgue sua banda de Rock ou Heavy Metal

Há também sobrando meio que um comentário. De que eles - os amantes - são amigos. Pois é. Como isso é verdade em meio a pessoas que realmente se amam. Como sentimos, quando amamos, que permanecemos amigos, muito embora nos afastemos. Muito embora deixemos de nos encontrar. Porque, quando isso acontece, tudo volta a ser como era. Com amor. Diante de tudo isso, as opiniões alheias são irrelevantes. Pode um homem ser apenas amigo de uma mulher? Claro, porra. E o que alguém pode falar a respeito? Nada. Em Lou, esses olhares, essas conversas, essas intromissões, de outras pessoas, são tão coisa de gente pequena. Não é algo a se dar relevância.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

O arranjo de Pale Blue Eyes captura, colocando um violâo à frente, lindo e singelo, acompanhado por uma harmonia que faz as vezes de eco. Um arranjo como poucos, que nos arrebata pela simplicidade e pelo low profile. Amor não é algo sobre o qual a gente tem que ser obrigado a sair gritando. Amor é algo mais. É paz.

As versões mais conhecidas vão do estranho a algo patético demais para reproduzir aqui. As melhores que achei posto por aqui. Gostei especialmente a da Patti Smith, embora sua energia seja bem diferente. Mas Lou aqui, novamente, vence. Não à toa ele se referia a si mesmo como um perfeccionista absolutamente chato. Mas tem algo que acabo de descobrir: a música em espanhol. Sobre ela, de Carla Morrison, cabe falar algo mais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

The Kills

R.E.M.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - WHIP
publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | Alex Juarez Muller | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |

Maureen Tucker

Patti Smith

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Nasci no Chile. Sou tradutor há mais de vinte anos. Tenho me esforçado muito para captar a beleza de minha infância em algum espanhol que ronda por aí, mas não tenho conseguido. Por vezes, tendo síndrome de Asperger e sendo esquizofrênico, algumas imagens e sons me tiram do sério, e me fazem chorar desconsoladamente. Pois, olha aqui, esta versão da Carla, que é apenas respeitosa, com um violão bonito, me tocou tão profundamente. Caralho, ler ojitos pálidos (pale blue eyes em espanhol), foi realmente foda. Chorei de primeira.

Carla Morrison (em espanhol)

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Um último aspecto a ressaltar é como, nas versões disponíveis, a faixa aparece com uma aparência saudável, como se a pessoa quisesse impressionar ao cantar, mesmo que suavemente. Contrariamente a como o próprio Lou fez com sua criação quando encontrou o guitarrista do The Who. Algo quase de lamento, algo sutil, forte.

Por último, que solo é aquele?

SherylCrow & CountingCrows

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - WHIP
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Lou com Pete Townshend

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal
Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Siga e receba novidades do Whiplash.Net:

Novidades por WhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps




publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | Alex Juarez Muller | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Rodrigo Contrera

Rodrigo Contrera, 48 anos, separado, é jornalista, estudioso de política, Filosofia, rock e religião, sendo formado em Jornalismo, Filosofia e com pós (sem defesa de tese) em Ciência Política. Nasceu no Chile, viu o golpe de 1973, começou a gostar realmente de rock e de heavy metal com o Iron Maiden, e hoje tem um gosto bastante eclético e mutante. Gosta mais de ouvir do que de falar, mas escreve muito - para se comunicar. A maioria dos seus textos no Whiplash são convites disfarçados para ler as histórias de outros fãs, assim como para ter acesso a viagens internas nesse universo chamado rock. Gosta muito ainda do Iron Maiden, mas suas preferências são o rock instrumental, o Motörhead, e coisas velhas-novas. Tem autorização do filho do Lemmy para "tocar" uma peça com base em sua autobiografia, e está aos poucos levando o projeto adiante.
Mais matérias de Rodrigo Contrera.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIAR NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS