Blonde on Blonde: obra-prima de Bob Dylan faz 50 anos hoje
Por Luiz Pimentel
Fonte: Blog do Luiz Pimentel
Postado em 12 de julho de 2016
Acho o Bob Dylan tão chato que faço quase questão de conscientemente esquecer as coisas relativas a ele. Só que no meio de toda genialidade atribuída a ele, há um período de dois anos que considero merecido o incenso.
Entre 1965 e 66 ele lançou três discos que definiram seu potencial além do folk, que foram "Bringing it All Back Home" e "Highway 61 Revisited", de 1965, e este "Blonde on Blonde", de 1966. O disco é meia-obra-prima. Na minha opinião, claro. E digo meia porque foi lançado como álbum duplo e o disco 1 é bem melhor que o disco 2.
É um disco raivoso. Foi conduzido pouco depois do "Newport Folk Festival", de 1965, que ficou famoso por Dylan se apresentar com guitarra e causar indignação nos puristas do gênero. Pete Seeger catou um machado e queria cortar toda eletricidade do palco durante a apresentação de Dylan, que foi mais vaiada que aplaudida por um público também purista.
Voltando ao "Blonde on Blonde", é considerado com justiça pela maior parte dos fãs seu álbum definitivo. Depois disso ainda teve o "Blood on the Tracks", que é um bom momento de sua carreira, ainda nos 1970, mas a obra desde então se filtrada não enche uma xícara de café.
Gosto tanto de esquecer as coisas relacionadas a ele que não lembro se li numa biografia do cantor ou se vi em algum documentário, mas a história que guardo desse disco é que a maioria das canções foram gravadas quase no improviso.
Ele começou a tentar gravar em Nova York, e como a coisa não ia como esperava mudou as sessões para Nashville. Convocou por lá o guitarrista e baixista Charlie McCoy (também na gaita), o guitarrista Wayne Moss, o guitarrista e baixista Joe South, o baterista Kenny Buttrey e Bill Aikins no teclado. Escrevia uma letra à tarde ou noite e de madrugada soltava um "um-dois-três" e os músicos que o acompanhassem. Depois de algumas vezes, achava um take bom e pau no gato para a próxima.
Tudo bem que tem grande licença poética nisso, mas é legal pensar que o maior disco do (reconheço) ícone da música foi registrado assim. Sete das minhas 10 músicas favoritas dele estão nesse disco:
"Rainy Day Women #12 & 35"
"Pledging My Time"
"Visions of Johanna"
"One of Us Must Know (Sooner or Later)"
"I Want You"
"Stuck Inside of Mobile with the Memphis Blues Again"
"Just Like a Woman"
Se tem duvida de por onde começar a ouvir Bob Dylan, fica a sugestão.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Download Festival anuncia mais de 90 atrações para edição 2026
A banda com quem Ronnie James Dio jamais tocaria de novo; "não fazia mais sentido pra mim"
Show do AC/DC no Brasil não terá Pista Premium; confira possíveis preços
O disco do Metallica que para James Hetfield ainda não foi compreendido; "vai chegar a hora"
A música do Kiss que Paul Stanley sempre vai lamentar; "não tem substância alguma"
A única música do Pink Floyd com os cinco integrantes da formação clássica
O solo que Jimmy Page chamou de "nota 12", pois era "mais que perfeito"
Os álbuns esquecidos dos anos 90 que soam melhores agora
O clássico do metal que é presença constante nos shows de três bandas diferentes
Steve Morse admite ter ficado magoado com o Deep Purple
A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia
Greyson Nekrutman mostra seu talento em medley de "Chaos A.D.", clássico do Sepultura
Tuomas Holopainen explica o real (e sombrio) significado de "Nemo", clássico do Nightwish
Ritchie Blackmore faz rara aparição pública e rasga elogios a Bryan Adams
Wolfgang descarta gravar álbum com ex-membros do Van Halen
Rob Halford foi reclamar e criou título de um dos maiores clássicos do heavy metal
O que impediu o Sepultura de ser tão grande quanto Metallica ou Slipknot?
Três grandes bandas de Rock que todos ouvimos, mas que Eddie Van Halen não conhecia

O fabuloso cantor que escolheu Bob Dylan como seu vocalista preferido
As três coisas que sempre irritam Bob Dylan, segundo o próprio
Os dois artistas que Bob Dylan considerava "relíquias do passado" nos anos 1980
Bono explica como Bob Dylan influenciou mudança do U2 em "Rattle and Hum"
Iron Maiden: a tragédia pessoal do baterista Clive Burr
Lista: 12 músicas que você provavelmente não sabe que são covers



