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Kreator, Sepultura, Soilwor, Aborted: show na terra da rainha

Resenha - Kreator, Sepultura, Soilwork e Aborted (O2 Forum, Londres, 02/03/2017)

Por Marcello Cohen
Fonte: Blog Coração de Metal
Postado em 09 de março de 2017

Durante uma viagem de férias na capital mundial do Rock N'Roll, tive a sorte de poder assistir um dos shows da aclamada tour europeia do Kreator. Para completar, a tour segue aquele padrão europeu de reunião de várias bandas relevantes na cena. Eram elas Sepultura, Soilwork e Aborted. Ou seja, se tratava de um mini festival. Não tinha como ser melhor.

A experiência de poder ver um show longe do seu país e perceber semelhanças e diferenças com ele é fantástica. O que se percebe de cara é o tamanho que essas bandas tem no velho continente. A casa tinha, de acordo com meu famoso "olhômetro", no mínimo 3 mil pessoas entupindo cada espaço dela. E era imponente aquele O2 Forum. Ele fica localizado próximo a Camden, o bairro mais Rock N'Roll de Londres, que possui uma cena incrível nas noites da cidade ao redor do incrível pub The End of The World. O local do show é um verdadeiro casarão que nada tem a ver com alguns de nossos buracos daqui. São diferentes níveis na própria pista, além do 2o andar, como uma decoração de teatro de elite no Brasil. Assisti tudo direto do mosh pit, esse sim exatamente igual ao nosso em nível de agitação. Uma peculiaridade dele certamente vocês já notaram em transmissões de todos os festivais. Sempre tem alguém o chamado surf crowding, inclusive com segurança atento pegando cada cidadão que voa pela galera e recolocando na pista. Quando dei por mim, fui um deles no show do Sepultura. Em linhas gerais, era um público fiel que idolatrava principalmente Kreator e Sepultura. Headbanger é headbanger em qualquer lugar.

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A parte do Sepultura merece uma citação breve. Tudo que sempre ouvi falar da banda acontece de fato lá fora. Os ingleses tem verdadeira adoração pelo nosso maior expoente do Heavy Metal. Mesmo com tudo que aconteceu, a banda ainda consegue rivalizar com o Kreator em camisas, o que não é pouca coisa. No show, todos tinham os clássicos na ponta da língua, e inclusive pediam outros fora do set, como Troops of Doom por exemplo. Foi seguramente um momento que o orgulho de ser brasileiro explodiu no meu peito. Agora vamos aos shows em si.

A chamada pontualidade britânica realmente existe na prática. Cada apresentação foi rigorosa, o que não é fácil em um show desse tamanho. No Aborted, a casa ainda não estava em sua lotação máxima, contando com um público mais calmo em relação ao que estava por vir. Na hora h, mostraram o motivo de tanto prestígio. Um dos grandes sopros de renovação no Death Metal, os belgas desfilaram brutalidade em cerca de 40 minutos de show. O carequinha Sven "Svencho" sabia mexer com o público, sendo sempre atendido. Das oito músicas, eram quatro do mais recente disco Retrogore, mostrando que eles queriam mostrar para quem não conhecia o que é a banda hoje em dia. Claro que coisas como Hecatomb e Meticulous Invagination não poderiam faltar. Enfim, a banda passou muito bem seu recado na abertura dos trabalhos.

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O Death melódico do Soilwork nunca me chamou muita atenção, mas o show deles superou todas as minhas expectativas. Não é uma banda que conheço a ponto de poder avaliar muito bem seu repertório, mas num palco como aquele, os suecos crescem bastante. Eles já contaram com a casa lotada e extremamente receptiva ao seu som. A formação mostrou técnica apurada feita para shows maiores. A noite estava válida já ali.

Depois de duas grandes bandas relativamente novas, era chegado o momento dos dois gigantes do Thrash Metal - com mais de trinta anos nas costas - mostrarem sua relevância em 2017. O Sepultura não foi tratado em momento algum como "abertura". Para os presentes, eles eram co-headlines da noite. Eloy Casagrande (bateria), Andreas Kisser (guitarra), Derrick Green (vocal) e Paulo Xisto (baixo) já provaram em jornadas anteriores como a atual formação do Sepultura é forte ao vivo e no estúdio. A turnê tem como objetivo promover o bom Machine Messiah. O set mostrou isso, mesmo relativamente curto, com 5 músicas novas muito bem recebidas por um público que se curvava a história da banda. A abertura foi logo com duas delas, I Am the Enemy e Phantom Self - mais que aprovadas no teste do palco. Choke foi a outra representante dos "anos Derrick" além das novas, voltando ao hoje já distante Against (consegue perceber que o 1o disco com o americano já tem quase 20 anos?!). Então o público explode de vez com a mais que clássica Desperate Cry. O mosh pit era intenso, sempre com aquele "Seputhura" no melhor sotaque Inglês gritado a cada intervalo. Depois da breve volta no tempo, chega a hora de mais duas novas. Alethea e Sworn Oath mostram os bons atributos do novo trabalho, que ao meu ver passa longe de ser clássico como alguns falam, mas tem sim muita qualidade. Ai um verdadeiro hino que atende pelo nome de Inner Self instala o caos Inglês, voltando ao disco que fez o mundo se curvar diante desse entidade chamada Sepultura - Beneath the Remains. Resistant Parasites encerra a participação do novo disco na noite, que segue com uma sequência inevitável de hinos da banda. Tome Refuse/Resist, Arise, Ratamahatta e o obrigatório encerramento com Roots Bloody Roots. Ovacionado, o Sepultura parece cada vez mais disposto a viver do presente, mas obviamente celebrando também os discos que fizeram ele ser o que é. O público Inglês mostra enorme respeito com a banda atual sempre que pode, e ganhou uma grande apresentação dos brasileiros. Na minha viagem, foi um grande momento de celebração da minha terra ao lado de alguns brasileiros que pude encontrar ali, sentindo exatamente o mesmo que eu.

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Ai vem aquele breve intervalo para reconstrução das forças para nos curvarmos diante da lenda alemã Kreator. Depois de lançar o fantástico Gods of Violence, mais uma vez Mille Petrozza (guitarra e vocal), Jürgen Ventor (bateria, vocal), Christian Giesler (baixo) e Sami Yli-Sirniö (guitarra) chegam para promover a tradicional destruição. E fazem isso com uma estrutura de palco fantástica. Tinha fogo, explosão, fumaça, papel picado, serpentina e muito mais, algo raro em shows de Thrash Metal. Mais do que isso, teve um público nas mãos que sempre respondia a convocação para o mosh pit - tradição da lenda Mille Petrozza ao longo do show. Assim como na última turnê, o Kreator segue dando uma atenção enorme aos lançamentos posteriores a Violent Revolution na hora de formar seu setlist. Não tem como reclamar, já que as mais recentes trabalhos são fantásticas e o resultado ao vivo é sempre indescritível, seja no Carioca Club ou no O2 Forum.

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A abertura vem com a ótima e já permanente no set Hordes of Chaos - um dos refrões mais fortes da banda. Phobia vem representando os controversos anos 90, mas se é para lembrar de algo relevante feito ali, que seja esse sensacional som. Ao vivo ela cresce muito, e sempre acaba se tornando um dos momentos mais interessantes do show. Com esse começo sensacional, já era jogo ganho para mostrar algumas novidades de Gods of Violence. Nesse momento, dei uma corrida no banheiro para tentar dar um jeito no sangramento no nariz proveniente de um esbarrão sutil no mosh, mas mesmo mais de longe é possível notar como Satan Is Real chega imponente no palco. Então Gods of Violence vem para provar de vez como a banda esteve inspirada num disco que já de cara pode ser apontado como um dos melhores de 2017. A grande forma de estúdio sempre passa para o palco, e nesse assunto, poucos dominam como o frontman do Kreator. Além da voz inconfundível e das palhetadas certeiras, ele sabe como e quando falar com o público, botando ainda mais fogo na explosão em forma de roda que toma conta da pista.

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Ai chega o momento de fazer uma viagem no tempo até os anos de ouro do Kreator. O hino definitivo People of the Lie é a única representante da obra-prima Coma of Souls. A que é para mim a melhor música da carreira do Kreator tem cada verso urrado tanto pelos fãs mais novos quanto pela turma old school. Para arrematar de vez, vem a mais grata surpresa do set. Total Death, uma verdadeira pérola da destruidora estreia que atende pelo nome de Endless Pain vem para arrepiar qualquer um que tem o Thrash Metal no coração. Urrar versos como "Try to run or hide from the death" junto com Petrozza é um verdadeiro sonho para qualquer fã do estilo. Facilmente essa dupla pode ser apontada como o maior momento da noite. Em sequência vem a faixa título de Phantom Antichrist, que mesmo não sendo o disco da tour, ainda tem enorme espaço no setlist. Quando ele começa a "envelhecer", da para sacar de fato qual é a dele, e o tempo vai eternizando o mesmo como um dos grandes trabalhos do Kreator. É a deixa para a fantástica nova Fallen Brother, com aquele clipe sensacional em homenagem a grandes nomes da música que nos deixaram. Ele engrandece ainda mais esse som simplesmente único.

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Enemy of God, outra dos tempos mais recentes já com lugar cativo no set, deixa forte o discurso da banda contra os abusos polítocos e da igreja - sempre lembrados por Mille antes de toca-la. From Flood into Fire, mais uma maravilha de Phantom Antichrist, faz por merecer ser novamente lembrada na tour seguinte. Boa deixa para World War Now, a pedrada que abre o novo trabalho como um de seus grandes momentos. Já Hail to the Hordes eu achei um tanto forçada para o momento, fazendo muitos pararem rapidamente para tomar um ar. Para ficar no disco novo, eu teria escolhido Totalitarian Terror por exemplo. O momento pedia um clássico, e ele veio com a indispensável Extreme Aggression, que colocou fogo na pista. Então Civilization Collapse, a melhor de Phantom Antichrist, mantém a empolgação para fechar a parte regular do show. Então Violent Revolution abre o bis para celebrar o marco que é na história da banda - um verdadeiro renascimento de uma lenda. Para fechar a conta, é hora de clássicos oitentistas. Com a tradicional bandeira em punhos, Mille anuncia a irresistível Flag of Hate, num medley com a gratíssima surpresa Under the Guillotine - uma pérola escondida em Pleasure to Kill. Como não tem cabimento o Kreator deixar o palco sem tocar seu maior clássico, cabe a Pleasure to Kill fechar um grande show de Thrash Metal.

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Nessa nova turnê, o Kreator celebra sua história sem ficar preso no passado. A banda valoriza muito o que foi feito nos discos mais recentes, e em cima deles forma a base do setlist. Mesmo sentindo falta de coisas como Coma of Souls, Endless Pain ou qualquer uma do esquecido Terrible Certainty, não tem como reclamar de um show como esses. Além da sempre grata experiência de ver uma banda como o Kreator em ação, poder compartilhar isso num país tão distante é ainda mais gratificante. Da terra da rainha, só tenho boas lembranças, e a prova de que headbanger é igual em qualquer lugar do mundo - uma paixão sem fronteiras.

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Sobre Marcello Cohen

Carioca de nascimento, Marcello é apaixonado por Rock desde seus 12 anos, quando aprendeu a gostar de Beatles, Rolling Stones, Queen, AC/DC, Metallica, Iron Maiden e Black Sabbath, bandas que até hoje são as suas preferidas. Amante de bandas de variados estilos de Heavy Metal, Hard Rock e Classic Rock, escreve no blog Coração de Metal, nome que rende homenagem ao pioneiro Stress.
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