Namoradas do Sepultura faziam "curso" de metal entre elas para se enturmar nos papos
Por Gustavo Maiato
Postado em 12 de abril de 2024
Em entrevista para Bruno Sutter no podcast oficial do Summer Breeze Brasil, Jairo Guedz, guitarrista do The Troops of Doom, comentou sobre o início de sua carreira no Sepultura. Ele vai tocar com sua atual banda no festival no dia 28.
"Na época dos anos 1980, os estilos não se misturavam, né? O punk e o headbanger. Não podiam se encontrar, senão dava treta", se recordou Bruno Sutter.
"Sim! O primeiro show do Sepultura em São Paulo foi curioso. Acabamos o show e tivemos que sair correndo. Durante o show, mesmo sem internet e celular, deu tempo dos skinheads saberem do show, pegar o metrô e ir para lá. O produtor falou para sairmos porque o bicho ia pegar.
Como estava no início, era algo embrionário, viemos dos anos 1970, do progressivo. Depois, veio a geração punk. O Judas Priest tinha um pouco de punk. A coisa foi virando nichos. Tinha o glam metal de Los Angeles, o death e o black. Cada um foi tendo uma identidade muito própria. Não aceitávamos misturar. Se eu fizesse uma base dentro do Sepultura que lembrasse qualquer coisa que não fosse death metal, era perigoso eu ser apedrejado", disse Guedz.
Sutter disse que pegou um pouco desse período de segregação musical: "Lembro de um resquício dessa coisa. Eu só tenho camisas de bandas que conheço toda a discografia de trás para frente! Porque na época se você fosse visto com a camisa de uma banda e as pessoas perguntassem o nome da segunda música do lado B do disco tal. Se você não soubesse, tomava um pau e te tiravam a camisa!".
Guedz, então, retrucou: "Lembro que na época do Sepultura, nossas namoradas faziam um curso entre elas para entender quais eram as bandas. Que banda era aquela que o Max Cavalera escutava? Senão elas ficavam sem assunto na mesa. Era muito louco isso".
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