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As novas faces do progressivo brasileiro

Por Roberto Lopes
Postado em 03 de novembro de 2008

A cena progressiva brasileira, ao entrar nos anos 1990, ainda sofria uma certa rejeição por parte da mídia especializada, mas foi percebido também que a pior fase já havia passado e que uma nova geração de músicos estava surgindo para a renovação do estilo no país.

O primeiro bom sinal de que uma nova safra de bandas de rock progressivo estava aparecendo foi o lançamento do disco "Velha Gravura" do Quaterna Réquiem no início de 1990. Liderado pela virtuosa tecladista Eliana Wiermann, o grupo mostrava novas influências sonoras, Camel e King Crimson especificamente, e uma nítida evolução musical se comparada com alguns grupos de prog que existiram anteriormente.

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Durante essa década e o inicio do novo milênio, uma gama realmente diversificada e surpreendente de bandas e músicos surgiu no cenário prog brasileiro, que mostrou novos e interessantes grupos em diferentes subestilos. A região sudeste continuou sendo o lugar onde mais se produziu grupos ligados ao estilo, apesar de as regiões sul e do nordeste, a partir de 2000, também estarem apresentando boas bandas, especialmente ligados ao post rock, abrindo um pouco mais o leque da cena progressiva brasileira.

Apesar da falta de suporte de parte considerável da mídia musical, de alguns grupos ainda pecarem em se assemelhar em demasia aos medalhões europeus ou norte-americanos, de algumas dessas bandas, por diferentes motivos, terem encerrado suas atividades e a carência de festivais que possam promover o estilo no país (com exceções obviamente), pode se afirmar que o rock progressivo brasileiro está bem vivo e, na medida do possível, mostrando que tem força e, muitas vezes, qualidade.

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Aqui será feita uma listagem (inevitavelmente incompleta, mas que tentará ser a mais abrangente possível), apresentando os principais grupos progressivos que surgiram no Brasil nas últimas duas décadas (1990-2008).

Progressivo sinfônico

Na "cena" sinfônica brasileira, podemos encontrar uma grande quantidade de novos grupos que apresentaram bons trabalhos, a maioria calcados em medalhões ingleses com o Yes, Camel, ELP, Renaissance e Gentle Giant. Nos anos noventa, além do já citado Quaterna, outras bandas que apareceram e mostraram bons resultados foram o Acidente, Dogma (que mesclava uma sonoridade sinfônica com elementos do neoprogressivo), Via Lumini, Poços e Nuvens, Tempus Fugit (como o nome indica, bastante carregado numa sonoridade à Yes), Anima Dominum, Trem do Futuro, Blezqi Zatsaz, Lei Seca e sua cria posterior, Tarkus, além de bandas que, apesar de se mostrarem promissoras, só apresentaram um disco de estúdio, como o Vesania, Kaizen, Grandbell, Loch Ness, Algaravia e Chonos Mundi.

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Entre 1999 e 2008, novos grupos apareceram mostrando bons trabalhos em estúdio, com destaque para as bandas Arion, Aether, Cartoon, Index, Octophera (com interessantes elementos que lembram Gentle Giant), Diapasão (que lembra vagamente o After Crying na fase "Fold es Egg"/ "De profundis"), Mantra, Tesis Arsis e Spin XXI (na verdade, uma espécie de reformulação de um grupo oriundo da década de setenta). Outros grupos, de menor repercussão, são o Eclipse, Palma e Alexl.

Progressivo eletrônico

A "cena" relacionada ao prog eletrônico no Brasil começou a se consolidar em 1991, com o lançamento do primeiro disco do grupo Apocalypse, que revelou o talento do virtuoso tecladista Eloy Fritsch, que apresentou uma consistente carreira solo a partir de 1996. Outros bons grupos e projetos também surgiram com o passar dos anos, como, por exemplo, Soundchaser, Analog Dream, Magnum Opus e Astronomusic. Podem ser citados também diferentes instrumentistas, ou melhor, tecladistas, que de alguma forma apresentam boas propostas para o subestilo, com destaque para Alex Saba, Gustavo Jobim, Patrick Wichrowski, Kiriat Barin,Yesus e Edson Frank.

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Post rock e Metal progressivo

Apesar de ainda um tanto escasso em gravações e lançamentos em estúdio (mesmo que a Internet esteja inundada de registros de grupos do estilo), existem algumas boas bandas de post rock nacionais que começam a mostrar seu trabalho, sejam em festivais ou em sítios especializados. Entre uma considerável quantidade de novos e recentes grupos relacionados a esse subestilo, destaque para o Hurtmold, Herod Layne, Hoping to Colide With, Constantina, Blanched, [Art].Ficial, Duelectrum, Ahlev de Bossa, ruído/mm, Farveste, Lenore, Fossil, Sertão Agrário e Gray Strawberries.

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Já em relação ao metal progressivo brazuca, que teve um vertiginoso crescimento nos últimos anos, apesar de ser notada uma clara, porém talvez inevitável, influência do Dream Theater na sonoridade de muitas bandas do subestilo, podem ser citados também grupos com uma surpreendente qualidade musical, como o Sleepwalker Sun, Deventter, Mindflow e Akashic, seguido por boas bandas como Khallice, Engima 18, Hollowmind, Silent Cry, Scars Souls, Sigma 5, Thessera, Freakeys e Vougan, entre outros.

Outros subestilos

Algumas novas bandas brasileiras apostam também em uma mistura de subestilos ou de outros gêneros musicais. Alguns exemplos nesse sentido são a banda Atmosphera, que mistura elementos do progressivo sinfônico e eletrônico, o Dialeto, que mistura elementos do progressivo sinfônico com experimentalismo e algumas improvisações, o Zarg, que bebe em fontes sinfônicas e do prog metal, e as bandas Nave, Agnus Graal, John Armless Project e Cactus Peyotes.

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O projeto mineiro Caleidoscópio apresenta uma interessante sonoridade, onde apresenta uma proposta "pop-MPB-prog" parecida com a de grupos como o 14-Bis, só que com um resultado pouco mais trabalhado. Já o grupo (também mineiro) Cálix, apesar de influenciado em demasia pelo Jethro Tull, se apresenta como um bom nome nacional ligado ao folk progressivo, que, ainda nesse subestilo, também apresenta os bons grupos Ashtar e o Tuatha de Danann, este último seguindo uma linha mais ligada ao metal. Na linha referente ao neoprogressivo, temos os grupos Tisaris (também classificado como sinfônico), Tau Ceti, Haddad, Cinema Show e Solis. Projetos em separado de músicos como Sérgio Benchimol, Alexandre Marsalis, André Mello, Gérson Werlang e Márcio Rocha também merecem citação.

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Em relação ao subestilo relacionado ao indo-prog, temos o músico Alberto Marsicano, que faz uma interessante fusão de música indiana com psicodelia (em especial, elementos ligados a Hendrix e Zappa). Grupos como Semente e Lehmejum também merecem nota, mesmo que no caso dessas duas bandas, as mesmas já tivessem uma relativamente longa estrada antes de seus trabalhos em estúdio.

Avant-prog

No Brasil, a vertente vanguardista do progressivo durante décadas passou em brancas nuvens (não incluindo grupos de jazz e MPB que bebiam na fonte deixada por instrumentistas como Egberto Gismonti e Hermeto Pascoal, mas a que, nesse caso, deve-se ter muita cautela em tentar colocar o rótulo progressivo nesses projetos). Porém, nos últimos anos, surgiram alguns bons grupos, que podem de alguma forma ser relacionados a esse subestilo, indicando que existe algum tipo de vida para esse tipo de proposta de rock progressivo no país. Destaque para os grupos Satanique Samba trio, que apresenta um som complexo e que lembra em alguns momentos grupos de progressivo de vanguarda norte-americanos e o Projeto B, que, quando bebe na fonte ligada a música neo-clássica, chegam bem perto ao nível de bandas de RIO, como o Univers Zero em seus primeiros trabalhos.

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Em relação ao jazz-rock/fusion, podem ser citados os trabalhos da banda Sexteto Blazz e do músico Willy Verdaguer, mesmo que, nesses casos, a classificação do som de ambas talvez caia mais para o jazz do que para o rock progressivo.

E com essa pequena lista, podemos ver que o progressivo nacional, apesar dos pesares, ainda consegue manter o saudável hábito de produzir novos e bons grupos para o gênero. Segue-se uma lista de sítios onde podem ser conferidos os trabalhos de alguns desses grupos ou onde pode ser adquirido material dessas bandas:

Rock Symphony: http://www.rocksymphony.com.br
Masque Records: http://www.masquerecords.com/port/bandas.htm
Editio Princeps: http://www.editioprinceps.com
Som Interior: http://www.rockprogressivo.com.br/sominterior
Trama Virtual: http://tramavirtual.uol.com.br
Sinewave: http://www.sinewave.com.br

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Roberto Lopes, 30, é arquivista e moderador do Ummagumma, onde é conhecido como bobblopes. O Ummagumma é um fórum que procura discutir todas as vertentes do progressivo. Todos estão convidados a visitá-lo e discutir a música progressiva, desde os medalhões sinfônicos até as bandas mais experimentais.

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Sobre Roberto Lopes

Arquivista, professor, cientista da informação e pseudo escritor de música nas horas vagas. Apesar de mais focado no Rock Progressivo e clássico, também curte metal, punk, rock alternativo e indie Rock.
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