Saxon: Com todo Poder e Glória em São Paulo
Resenha - Saxon (Tropical Butantã, São Paulo, 03/05/2018)
Por Nelson de Souza Lima
Postado em 06 de maio de 2018
Um dos maiores expoentes da New Wave Of British Heavy Metal da famosa sigla NWOBHM se apresentou no Tropical Butantã, na última quinta-feira.
Com 42 anos de carreira o Saxon é uma das mais longevas bandas da cena metal lançando discos regularmente, sempre antenado nos rumos que a música pesada toma e se atualizando. Nada que vou dizer aqui é novidade ou surpreendente. Os caras têm um dos mais consistentes espólios do gênero e, acredito, que com tantos hits deve ser difícil formar um set list. Ou não, né? Biff Byford, extraordinário vocalista, e seus asseclas sabe como levantar o público. E foi exatamente isso que fizeram. Mostraram todo seu poder e glória, com clássicos certeiros que correndo como o vento ensinaram seus discípulos o segredo de voar e nunca se render aos gêneros horríveis que estão em voga. Entendedores entenderão.
Bom, foi minha primeira vez num show do Saxon. De longe um dos meus grupos favoritos. O play "Innocense Is No Excuse", aquele que traz na capa uma pseudo virgem segurando uma pseudo maçã tá constantemente no meu toca-discos.
Os britânicos estão em turnê de divulgação do novo álbum, "Thunderbolt", lançado em fevereiro. Aliás, nesse exato momento estou ouvindo o CD. Porradaria da boa.
Cheguei ao Tropical bem cedo tamanha era minha expectativa. Um lanche stop no Boca da USP e bora entrar. Um doce para quem adivinhar qual era a cor predominante nas camisetas com estampas de várias bandas. Público variado: tiozões roqueiros, galera mais nova e até pré-adolescentes. O poder e a glória (de novo?) do Saxon pra aglutinar as gerações.
Cabeludos e não tão cabeludos ansiosos pelo show. Entrei na casa às 19h22. Sei o horário exato pois anotei. Rsssssss
Como fui credenciado com acesso aos camarotes (fica aqui meu agradecimento ao Costábile) circulei bastante. Subia nos camarotes, descia e dava um rolê pra conferir o clima enquanto não ficava cheio. Porque na hora do show não dava mais pra andar. Sold Out total.
Troquei ideia rapidamente com um cara que veio de Limeira pra conferir o show. O fato de ter sido numa quinta-feira complicou. O rapaz disse que teve que "meter um louco" no patrão e que o último ônibus pra Limeira saia às 21 horas. Dançou, meu. Muito provavelmente passou a noite na rodoviária.
Enfim, o rock merece esses sacrifícios.
Claro que o som que rolava pra aquecer a galera era dos clássicos: Judas, AC, Iron, Metallica e por ai vai.
Estava também na expectativa de ver o Armored Dawn, banda de abertura. A brodagem entre os dois grupos deve ter ficado grande. O grupo liderado por Eduardo Parras abriu cinco shows do Saxon na Europa no começo do ano. Não é pra qualquer um. E como já vi duas apresentações do AD sabia que seria uma noite com o melhor do metal contemporâneo.
Exatamente às 20 horas as luzes apagaram para dar início ao show do Armored Dawn. Parras e companhia mostraram em 45 minutos o que se espera deles: Viking/Power/Heavy Metal de responsa. Tocaram, sobretudo, músicas do recente "Barbarians In Black", lançado recentemente. Abriram com "Bloodstone", seguida de "Chance to live Again" e "Eyes Behind The Crow". A banda é muito talentosa Parras sabe como entreter o público. Como sempre um show à parte é o guitarrista finlandês Timo Kaarkoski. O cara além de fazer bases ótimas, tem grande presença de palco. Parras falou ter sido uma honra tocar com o Saxon na Europa e da batalha que é divulgar o Metal brasileiro no Velho Continente. Emocionado comentou a morte de Kato Khandwala, produtor de "Barbarians In Black". Khandwala faleceu em 25 de abril em virtude dos ferimentos sofridos por um acidente de moto. Na sequência tocaram a balada "Sail Away" para homenageá-lo. Após 45 minutos o AD encerrou sua boa apresentação com "Beware of the Dragon". Agora era esperar pela cereja do bolo. Como disse a casa lotou legal. Nem dava pra andar. Então tratei de ficar posicionado no camarote, caso sai-se de lá não encontraria lugar melhor. Ai o pessoal aproveitou pra tirar selfies, tomar cerveja e papear.
O show estava marcado pras 21h30, mas mostrando pontualidade mais que britânica o Saxon entrou três minutos antes.
Luzes apagam, galera de celulares prontos e entra a banda. Saudados pelos seus súditos os caras mandaram de cara "Thunderbolt", do novo disco. Apesar de já serem sessentões ou até mais, como é caso de Biff Byford a banda tá com fôlego de garotada. Nigel Gloker é um batera preciso e técnico, suas levadas são muito certeiras. Paul Quinn, guitarrista, e único da formação original ao lado de Byford faz solos e bases cabulosas. Na outra guitarra Doug Scarrat completa a guita de Quinn. Os dois têm uma harmonia louca. Tanto um quanto outro fazem bases e solos nervosos. Agora o que me chamou atenção foi o baixista Nibbs Carter, além do cara tocar aquele que é meu instrumento favorito pula e agita como um autêntico banger. E claro, faz umas levadas de baixo precisas.
Como disse lá em cima não deve ser fácil fechar um set com tantos clássicos. Então os caras jogaram pra galera. A certa altura do show Byford perguntou se queriam ouvir "The Eagle has Landed", "Run Like the Wind" e "Broken Heroes". Atendeu o público e tocaram as duas últimas. "Broken Heroes", é minha predileta. Mas os caras têm muita coisa pra agitar: "Strong Arm Of The Law", "Power and Glory", "Crusader" e "Princess Of The Night", entre outras, foram cantadas a plenos pulmões.
É claro que as novas também estiveram presentes: "Nosferatu (The Vampires Waltz)", "Sons Of Odin", "Sniper", "The Secret Of Flight" e "They Played Rock and Roll". Esta última homenagem a Lemmy Kilmister, do Motorhead, morto em 2016. Ao final da música os fãs explodiram em gritos de "Lemmy", "Lemmy", "Lemmy".
"Princess Of The Night" encerrou o show. Claro que após aquele docinho voltaram pra mandar mais três porradas "Heavy Metal Thunder", "Wheels Of Steel" e "Denim and Leather". Byford agradeceu e aproveitou pra fazer seu merchan pedindo pra galera comprar o disco novo. Tá certo. Tem que vender o peixe mesmo. Paul Quinn deve ter jogado um caminhão de palhetas para os que estavam mais próximos. Ás 23h13 o Saxon se despediu dos fãs e do Brasil, visto que essa foi sua única apresentação por aqui já deixando saudades e um gostinho de quero mais. Puta clichê. Mas fazer o quê? Noite pra história.
Armored Dawn – SETLIST
Intro
Bloodstone
Chance To Live Again
Eyes Behind The Crow
Men of Odin
Survivor
Sail Away
Gods Of Metal
Barbarians In Black
Beware of the Dragon
SAXON – SETLIST
Intro
Thunderbolt
Sacrifice
Nosferatu (The Vampire Waltz)
Motorcycle Man
Strong Arm of the Law
Battering Ram
Power and the Glory
Sniper
The Secret of Flight
Dallas 1 PM
Never Surrender
Ride Like the Wind
Broken Heroes
The Played Rock and Roll
And the Bands Played On
747 (Strangers in The Night)
Sons of Odin
Crusader
Princess of the Night
Encore
Heavy Metal Thunder
Wheels of Steel
Denin and Leather
Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Comente: Esteve no show? O que achou?
Outras resenhas de Saxon (Tropical Butantã, São Paulo, 03/05/2018)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Dave Mustaine confirma que regravou "Ride the Lightning" em homenagem ao Metallica
A canção do Genesis que a banda evitava tocar ao vivo, de acordo com Phil Collins
Valores dos ingressos para último show do Megadeth no Brasil são divulgados; confira
As 10 melhores músicas da fase progressiva do Genesis segundo leitores da revista Prog
Os 50 melhores discos da história do thrash, segundo a Metal Hammer
Os 16 vocalistas mais icônicos da história do rock, segundo o The Metalverse
Tecladista anuncia que o Faith No More não volta mais
O álbum do Rush que Geddy Lee disse ser "impossível de gostar"
O disco de reggae que Nando Reis tem seis exemplares; "Quase como se fossem sagrados"
Axl Rose ouviu pedido de faixa "esquecida" no show de Floripa e contou história no microfone
System of a Down está no melhor momento da carreira, diz Serj Tankian
O artista que Roger Waters diz ter mudado o rock, mas alguns torcem o nariz
Festival Sonic Temple anuncia 140 shows em 5 palcos para 2026
O primeiro álbum do Pink Floyd que David Gilmour chamou de "obra-prima"
O nobre motivo pelo qual Kurt Cobain mentia sobre o fato de usar drogas
Apple Music divulga lista com 100 melhores álbuns da história; Nirvana aparece no top 10
Cinco bandas com mais de cinquenta anos de história


Biff Byford, vocalista do Saxon, completa ciclo de quimioterapia
5 discos lançados em 1981 que todo fã de heavy metal deveria ouvir ao menos uma vez na vida
Biff Byford, vocalista do Saxon, anuncia descoberta de câncer na próstata
Tributo a "Kill 'Em All", estreia do Metallica, sai em novembro
Prika Amaral conta como teve sua moto roubada por um ladrão de banco
Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista


