Green Day: energia e competência de sobra no show em São Paulo
Resenha - Green Day (São Paulo, Arena Anhembi, 03/11/2017)
Por Jorge A. Silva Junior
Postado em 05 de novembro de 2017
Sete anos se passaram até o retorno do GREEN DAY ao Brasil. Desta vez, o trio formado por Billie Joe Armstrong (vocal e guitarra), Mike Dirnt (baixo) e Tré Cool (bateria) desembarcou no país com sua "Revolution Radio Tour" para quatro shows – Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Na capital paulista, o público lotou a Arena Anhembi para conferir uma apresentação energética de um dos responsáveis por colocar o punk rock – com uma boa dose de pop – no mainstream no início dos anos 90.
Em entrevista contida no DVD 'Bullet In A Bible' (2005), Mike Dirnt revela a necessidade de já entrar suado no palco antes de cada show do GREEN DAY. "É como pular em um trem em movimento, por isso devo estar preparado", disse. O baixista tem conhecimento de causa para tal afirmação, afinal são 10 álbuns de estúdio lançados em uma carreira respeitável de quase 30 anos. E se mesmo assim alguém duvida da energia da banda ao vivo, basta perguntar a qualquer uma das 25.000 pessoas que cantaram e pularam por mais de duas horas em São Paulo.
Não há como negar que uma apresentação do GREEN DAY atrai um público bem diversificado. Tem o grupo dos fanáticos e histéricos; o pessoal que comparece pelo "evento de selfies"; a galera que escutou apenas duas ou três músicas do aclamado disco 'American Idiot' (2004), mas que não captou a mensagem; e também aquela minoria, quase imperceptível, que escuta o punk rock clássico de VIBRATORS, BUZZCOCKS e STIFF LITTLE FINGERS e ainda assim não problema com o toque pop que Billie Joe e companhia acrescentam ao seu som.
Neste clima o grupo natural de Berkeley, Califórnia (EUA), entrou em cena pontualmente às 22h com a ótima "Know Your Enemy", faixa do álbum '21st Century Breakdown' (2009). Na sequência vieram duas do mais recente trabalho, 'Revolution Radio' (2016): "Bang Bang" e a própria faixa-título. Vale destacar a qualidade destas composições atuais, sempre muito bem executadas e que trazem de volta a fórmula crua e direta dos primórdios da carreira – mais punk, menos pop.
Mesmo que muita gente torça o nariz para o lado comercial do GREEN DAY, não há como negar que este quesito foi crucial para que a banda lotasse estádios e arenas ao redor do mundo por mais de duas décadas. Não fosse assim, Jason White certamente não teria sido contratado como guitarrista de apoio. Com este auxílio foi possível comprovar que Billie Joe se porta no palco como um típico vocalista do show biz. Ele interagiu o tempo todo com os fãs - um deles foi levado ao palco durante "Longview" -, usou um jato de água para molhar o pessoal da fila do gargarejo e até colocou uma bandeira LGBT no pedestal após "Boulevard Of Broken Dreams".
Mas Mike Dirnt e Tré Cool não ficam atrás e também são um show à parte. Enquanto o primeiro esbanja linhas de baixo precisas com seu jeito discreto e visual típico de integrantes do DAMNED ou UK SUBS, o baterista dá uma aula de ritmo com viradas sempre sensacionais. Foi notável ver o entrosamento dos dois em faixas como "When I Come Around", "Welcome To Paradise" e "Basket Case", todas de 'Dookie' (1994), álbum que na época ganhou um Grammy e vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo.
Já na parte final da apresentação o GREEN DAY reservou o primeiro bis para as tão aguardadas "American Idiot" e "Jesus Of Suburbia", ambas cantadas em uníssono por todo o público. E no momento apenas voz e violão, Billie Joe emendou a saideira com "21 Guns" e "Good Riddance (Time Of Your Life)", famosa balada do album 'Nimrod' (1997).
Se é punk, pop ou punk pop, não importa. O GREEN DAY sempre foi mais que um rótulo musical. Uma banda com tamanha competência e energia ao vivo deve ser sempre aplaudida, assim como foi em São Paulo.
Texto: Jorge Junior
Fotos: Divulgação – Midiorama
GREEN DAY
São Paulo - Arenha Anhembi (03/11/17)
Banda:
Billie Joe Armstrong - vocal e guitarra
Mike Dirnt - baixo
Tré Cool - bateria
Músicos de apoio:
Jason White - guitarra
Jason Freese Teclado
Set List:
01. Know Your Enemy
02. Bang Bang
03. Revolution Radio
04. Holiday
05. Letterbomb
06. Boulevard Of Broken Dreams
07. Longview
08. Youngblood
09. 2000 Light Years Away
10. Armatage Shanks
11. J.A.R.
12. F.O.D.
13. Scattered
14. Nice Guys Finish Last
15. Waiting
16. When I Come Around
17. Welcome To Paradise
18. Minority
19. Are We The Waiting
20. St. Jimmy
21. Knowledge
22. Basket Case
23. King For A Day
24. Shout / Always Look On The Bright Side Of Life / Break On Throught / (I Can’t Get No) Satisfaction / Hey Jude
25. Still Breathing
26. Forever Now
Bis 1
27. American Idiot
28. Jesus Of Suburbia
Bis 2
29. 21 Guns
30. Good Riddance (Time Of Your Life)
Luis Alberto Braga Rodrigues | Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Comente: Esteve no show? Como foi?
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Ex e atuais membros do Pantera, Pentagram, Dark Funeral e Fu Manchu unem forças no Axe Dragger
O vocalista que irritou James Hetfield por cantar bem demais; "ele continua me desafiando"
A maior linha de baixo do rock, para Geddy Lee; "tocaria com eles? Nem a pau"
A banda que nunca fez um álbum ruim, de acordo com Ozzy Osbourne; "grandes e profissionais"
Garotos Podres são indiciados e interrogados na polícia por conta de "Papai Noel Velho Batuta"
A banda australiana que não vendia nada no próprio país e no Brasil fez show para 12 mil fãs
As 10 turnês de rock mais lucrativas de 2025
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
Box-set do Rainbow com 9 CDs será lançado em março de 2026
Regis Tadeu explica se reunião do Barão Vermelho terá tanto sucesso como a dos Titãs
Matt Tuck fala sobre show com Limp Bizkit no Brasil e a morte de Sam Rivers
A banda que Slash considera o auge do heavy metal; "obrigatória em qualquer coleção"
O álbum conceitual do Angra inspirado no fim do casamento de Rafael Bittencourt
Adrian Smith se diz triste pela aposentadoria de David Coverdale, mas reconhece que era o momento
Yngwie Malmsteen afirma que ex-vocalistas estão "tentando se aproveitar" da sua marca
A música do Led Zeppelin que Noel Gallagher escolheu como uma das melhores de todos os tempos
A música do System of a Down que John Dolmayan considera a mais difícil de tocar na bateria
O dia que Ivete Sangalo arrasou cantando Slayer com João Gordo na TV aberta

A canção punk que Billie Joe Armstrong queria ter escrito; "a guitarra é surreal"
Os 25 melhores álbuns de rock lançados nos últimos 25 anos, de acordo com a Loudwire
"Mouse Para Sima": a cola do Green Day para se comunicar com os fãs brasileiros
Em 16/01/1993: o Nirvana fazia um show catastrófico no Brasil
Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista


