AC/DC: relembrando velhos tempos com desempenho impecável
Resenha - AC/DC (Morumbi, São Paulo, 27/11/2009)
Por Thiago Gacciona
Fonte: Puro Pop
Postado em 03 de dezembro de 2009
Após 13 anos de espera, ANGUS Young e companhia voltam ao Brasil no estádio do Morumbi para um show, único, inesquecível e que já deixa saudades. O concerto faz parte da "Black Ice Tour" e trouxe clássicos, carisma e muito rock and roll para uma sexta-feira chuvosa na maior metrópole do país.
Às 21:30, as luzes do palco se apagaram completamente e o furor do público indicava que os donos da noite estavam prestes a chegar. O estádio estava tomado por chifres que piscavam na cabeça dos inúmeros fãs, que podiam ser comprados na porta ou dentro do estádio por volta de R$10,00, e faziam uma conversão luminosa por toda a pista e arquibancadas. Uma animação começou a ser rodada nos telões onde o endiabrado ANGUS faz uma viagem alucinante com duas belas garotas em uma locomotiva desgovernada e sem freios que acaba em cima do palco com um trem de verdade invadindo o show. "Rock and Roll Train" começa e o estádio vem abaixo.
Não há tempo para se dar conta do que está acontecendo, pois "Hell Ain’t A Bad Place To Be", e "Back In Black", continuam a sequência matadora e nos fazem perguntar se tudo aquilo é mesmo verdade. BRIAN JOHNSON (vocal) pára um segundo para soltar uma gafe, o único erro de todo o incrível show: "Não falamos brasileiro, mas falamos rock and roll". Tudo bem! O show continua em ritmo frenético. Intercalando ótimos clássicos com canções do novo álbum, "Big Jack", "Dirty Deeds Done Dirty Cheep" e "Shot Down In Flames" fazem o público delirar.
Um ANGUS (guitarra solo) impecável e alucinado voa pelo palco, BRIAM grita, dança e se debate como nos tempos áureos e MALCOLM YOUNG (guitarra base), CLIFF WILLIAMS (baixo), e PHIL RUDD seguram a base e a cozinha como ninguém. "Thunderstruck" coloca o estádio em uníssono e "Black Ice" é a melhor execução das novas canções no set list. "The Jack" faz o estádio inteiro cantar junto e ainda dá uma deixa para que ANGUS faça um strip-tease e mostre sua cueca a todos os presentes.
Um gigantesco sino com o logo da banda desce sobre o palco e BRIAN corre, como uma criança apesar dos 62 anos nas costas, para se pendurar e fazer o sino tocar. As badaladas começam e o riff de "Hells Bells" continua o espetáculo. "Shoot to Trill", "War Machine" e "Dog Eat Dog" mostram que os velhinhos australianos ainda possuem muita energia e não deixam o ritmo frenético e avassalador do show diminuir.
"You shook me All night Long" e "TNT" fazem o estádio se transformar em um verdadeiro caldeirão. Em seguida, uma boneca gigante é inflada sobre a locomotiva e o fantástico riff de "Whole Lotta Rosie" continua a odisséia. Depois de uma hora e meia de rock and roll ininterruptos, o público e, principalmente, a banda ainda queria mais. Ao som de "Let There be Rock", Angus passeia pela passarela que leva até um pequeno palco no meio do estádio e em uma performance indiscutível, se atira ao chão, gira e pula como um louco entretendo o público em um solo que dura mais de 10 minutos. Ao fim da música, o AC/DC agradece e se retira do palco.
Com as luzes apagadas, uma fumaça começa a surgir no meio do palco até que o protagonista, ANGUS, surge com a guitarra nas mãos e coloca os dedos na testa como se fossem chifres. "Highway to Hell" inicia o bis e deixa o show em um clima "infernal". Os canhões são colocados a postos e sabemos que o momento do fim está próximo. A introdução de "For Those About To Rock" uni todos os presentes para o coro final e em meio a tiros de canhão o show termina com chave de ouro. A banda agradece e vai embora ovacionada. Ninguém acredita que é o fim, mas os fans parecem ainda mais perplexo pelo o espetáculo que acabra de ver. Fogos jorram pelo palco em direção aos céus e o público começa se retirar.
Para mais de 65 mil pagantes, o AC/DC fez um show incrível, inesquecível, cheio de energia e com muito profissionalismo. Relembrando os velhos tempos e com um desempenho impecável, a banda mostra que ainda tem muita energia para queimar. Que o próximo show no Brasil não demore tanto a acontecer, se um dia chegar a acontecer, pois esse talvez tenha sido o último, mas enquanto isso: "Let There Be Rock!!!"
Setlist:
Rock N’ Roll Train
Hell Ain’t a Bad Place to Be
Back in Black
Big Jack
Dirty Deeds Done Dirt Cheap
Shot Down in Flames
Thunderstruck
Black Ice
The Jack
Hells Bells
Shoot to Thrill
War Machine
Dog Eat Dog
You Shook Me All Night Long
T.N.T.
Whole Lotta Rosie
Let There Be Rock
Bis:
Highway to Hell
For Those About to Rock (We Salute You)
Outras resenhas de AC/DC (Morumbi, São Paulo, 27/11/2009)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Graham Bonnet lembra de quando Cozy Powell deu uma surra em Michael Schenker
O álbum dos Rolling Stones que é melhor do que o "Sgt. Peppers", segundo Frank Zappa
Cinco bandas de heavy metal que possuem líderes incontestáveis
Regis Tadeu elege os melhores discos internacionais lançados em 2025
Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
A primeira e a última grande banda de rock da história, segundo Bob Dylan
Shows não pagam as contas? "Vendemos camisetas para sobreviver", conta Gary Holt
O músico que Ritchie Blackmore considera "entediante e muito difícil de tocar"
Os 50 melhores álbuns de 2025 segundo a Metal Hammer
Desmistificando algumas "verdades absolutas" sobre o Dream Theater - que não são tão verdadeiras
O clássico absoluto do Black Sabbath que o jovem Steve Harris tinha dificuldade para tocar

A canção de natal do AC/DC que foi inspirada em Donald Trump
David Ellefson explica porque perdeu o interesse em Kiss e AC/DC; "Foda-se, estou fora"
Os 5 artistas e bandas de rock mais pesquisados no Google Brasil em 2025
A banda clássica de rock em que Ozzy Osbourne era viciado: "Eles são como carne e batata"
5 rockstars dos anos 70 que nunca beberam nem usaram drogas, segundo a Loudwire
O álbum do AC/DC que era o preferido de Malcolm Young, e também de Phil Rudd
Site americano aponta 3 bandas gigantes dos anos 1970 que quase fracassaram antes da fama
O Melhor Álbum de Hard Rock de Cada Ano da Década de 1980
A melhor música do clássico álbum "Powerage" do AC/DC, segundo Angus Young
Debate: "Highway to Hell" ou "Back in Black" - qual é o melhor álbum do AC/DC?
Metallica: Quem viu pela TV viu um show completamente diferente


