Slayer: Não houve frio, trânsito ou ingresso caro que impedisse
Resenha - Slayer (Via Funchal, São Paulo, 01/09/2006)
Por Alexandre Cardoso
Postado em 08 de setembro de 2006
Não houve frio, trânsito ou ingresso caro que impedisse os fãs do Slayer de comparecerem em massa à Via Funchal no dia 1º de Setembro, para o primeiro dos dois shows da banda em São Paulo.
O Ungodly, banda de death metal vinda da Bahia, foi a responsável pelos primeiros sons a saírem dos PA’s nessa noite. Infelizmente, não pude ver o show dos caras na íntegra, devido ao atraso que sofri por causa do trânsito. Mas as duas últimas músicas de seu show mostraram uma banda cheia técnica, além de tocar com uma puta vontade. O Ungodly faz um som brutal, que agradou em cheio ao público, e este retribuiu com muitas "rodas" e aplausos.
Passaram-se 8 anos desde a última vez que o Slayer tocou em São Paulo, na última edição do festival Monsters of Rock, em 1998. Claro que isso já é um grande motivo para comemorar a turnê dos caras por aqui, mas houve mais um: era a primeira vez que os brasileiros poderiam presenciar uma apresentação com a formação original da banda, graças ao retorno do fantástico baterista Dave Lombardo.
E foi um show que mostrou o porquê da banda ainda ser referência no thrash metal.
Amparados por um gigante pano de fundo do novo álbum (que mostra um Jesus Cristo decrépito) e muita fumaça, o Slayer começou naquele palco, às 22:50, um massacre sonoro como há muito não se via. O longo hiato desde o último show por aqui talvez tenha feito com que a banda escolhesse um repertório com músicas antigas, tanto que eles tocaram apenas "Cult", de seu último lançamento, "Christ Illusion".
Após a introdução que fez soar um ensurdecedor coro de "Slayer, Slayer", a banda dispara logo de cara o clássico "South of Heaven", seguido de "Silent Scream", ambas do álbum "South of Heaven", de 1988. Houve alguém que ficou parado? Duvido. Era só olhar por toda a Via Funchal e você via todos agitando: do simples balançar do corpo até o mais feroz "headbanging", sem contar a roda que se abriu no meio da pista e durou o show todo.
Com tamanha empolgação do público, não se podia esperar uma performance menos digna de Tom Araya (baixo/voz), Kerry King e Jeff Hanneman (guitarras) e Dave Lombardo (bateria). Apesar de não serem mais jovens, em cima do palco há uma dedicação total da banda. Tom Araya (com alguns cabelos brancos e barba, idem) teve grande performance durante todo o show, para a alegria daqueles que temiam uma falta de vigor de sua parte, especialmente na voz. Mas o público estava lá para cantar por ele, como fez durante todo o show.
Kerry King e Jeff Hanneman dispensam apresentações: a dupla de guitarristas é daquelas que mais influenciaram e ainda influenciam jovens guitarristas. Tocar na velocidade que as músicas do Slayer pedem, sem errar notas e com grande entrosamento é algo que, no mínimo, merece palmas. Mas acredito que ver o público se acabando na pista, gritando e erguendo seus punhos a cada música também é uma grande recompensa.
Já o que Dave Lombardo faz com seu instrumento é coisa de outro mundo. Isso porquê ele não tocou com seu tradicional kit da marca Tama, devido à problemas no transporte da mesma. A produção conseguiu às pressas uma bateria por aqui, a qual foi devidamente surrada por Dave Lombardo; e ele faz aquilo parecer tão fácil! Quando o cara é bom, ele não precisa de solo de bateria pra mostrar a que veio: basta tocar!
Em show do Slayer, a comunicação verbal da banda com o público é escassa. Claro que isso não demonstra falta de simpatia por parte da banda (muita gente conversou e tirou fotos com os caras no hotel), mas por que perder tempo com isso? Tem banda que fala tanto ao vivo e priva o fã de ouvir três ou quatro músicas a mais, o que seria mais interessante do que tais bate-papos.
Também não rola nenhuma daquelas brincadeiras "eu canto, vocês repetem", "lado esquerdo, lado direito"... afinal, é show do Slayer! Para o público, o que importava era se acabar ao som de "Seasons in the Abyss", "Hell Awaits", "Raining Blood" e "Angel of Death", entre outras.
Foram 15 músicas em pouco mais de uma hora de show, um tempo curto que decepcionou aqueles que esperavam no mínimo, uma hora e meia. Mas isso não tira a qualidade do que se viu e ouviu naquela noite: uma grande apresentação do Slayer, que recompensou uma ausência de 8 anos fazendo um show direto, objetivo e com total aprovação dos fãs.
Set-list:
01) "South Of Heaven"
02) "Silent Scream"
03) "War Ensemble"
04) "Blood Red"
05) "Cult"
06) "Disciple"
07) "Mandatory Suicide"
08) "Seasons In The Abyss"
09) "Chemical Warfare"
10) "Dead Skin Mask"
11) "Postmortem"
12) "Rainning Blood"
13) "Hell Awaits"
14) "The Antichrist"
15) "Angel Of Death"
Outras resenhas de Slayer (Via Funchal, São Paulo, 01/09/2006)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Megadeth anuncia mais datas da turnê de despedida
A maior canção já escrita de todos os tempos, segundo o lendário Bob Dylan
Os cinco maiores guitarristas de todos os tempos para Neil Young
"Fade to Black" causou revolta na comunidade do metal, segundo Lars Ulrich
A melhor banda ao vivo de todos os tempos, segundo o lendário Joey Ramone
"Estou muito feliz pela banda e por tudo que conquistamos", afirma Fabio Lione
Os dois guitarristas que são melhores que Ritchie Blackmore, de acordo com Glenn Hughes
A música inspirada em Soundgarden que virou um hit do Metallica - não é "Enter Sandman"
A banda que enche estádios, mas para Roger Waters seus shows são "uma piada"
Bruno Sutter aposta alto e aluga o Carioca Club para celebrar 50 anos de Iron Maiden em São Paulo
A melhor banda de rock de todos os tempos, segundo Bono do U2
O cantor que Robert Plant admite que nunca conseguiu igualar
Filho confirma que Ozzy Osbourne não tinha condições de fazer o show de despedida
Quem é Alírio Netto, o novo vocalista do Angra que substituiu Fabio Lione
A balada do rock nacional que uma rádio tocou 79 vezes em menos de 24 horas
Jeff Hanneman achava que "Diabolus in Musica" lembrava os primeiros discos do Slayer
10 álbuns incríveis dos anos 90 de bandas dos anos 80, segundo Metal Injection
Bandas de heavy metal da nova geração não empolgam Kerry King
Kerry King revela qual é sua música favorita do Mastodon
Max Cavalera acha que novo álbum do Soulfly tem a mesma vibe de "Reign in Blood", do Slayer
Slayer anuncia edição comemorativa do álbum "Hell Awaits"
O pior disco de cada banda do Big Four do thrash, segundo Mateus Ribeiro
Kerry King coloca uma pá de cal no assunto e define quem é melhor, Metallica ou Megadeth
A curiosa história por trás de uma das frases mais ofensivas da carreira do Slayer
Metallica: Quem viu pela TV viu um show completamente diferente
Maximus Festival: Marilyn Manson, a idade é implacável!


