Opinião: Knotfest erra em reservar palco menor e sem estrutura para bandas do Brasil
Por Gustavo Maiato
Postado em 20 de outubro de 2024
Após contratar o brasileiríssimo Eloy Casagrande para o cargo de baterista, os americanos do Slipknot já deveriam ter compreendido que o Brasil tem credenciais e qualidade para andar no mesmo vagão das bandas gringas.
No Knotfest de 2024, no entanto, o que se viu foi uma espécie de apartheid musical. No Maggot Stage apenas grupos brasileiros enquanto no KnotStage as bandas de todas as outras partes do mundo se apresentavam.
O problema é que o local reservado para o Brasil, conforme diversos relatos apontaram, não tinha estrutura decente. Além de ser muito menor, o som e a luz apresentavam qualidade inferior. João Gordo, do Ratos de Porão, chegou até a reclamar disso no show.
Não faz sentido essa divisão. Primeiro porque muitos artistas nacionais reservados ao palco menor eram amplamente mais conhecidos do que os que tiveram o privilégio de tocar com a estrutura melhor do palco gringo. Afinal, Krisiun e Ratos são muito mais relevantes, pelo menos por aqui, do que Orbit Culture.
Talvez fizesse sentido fazer igual o próprio Slipknot fez e miscigenar a coisa toda. No mesmo balaio, dá para conviver perfeitamente bandeiras de todas as cores. Pegou mal essa divisão justamente na primeira vinda de Eloy ao Brasil com sua banda.
Essa situação, infelizmente, reflete ainda o descaso e desconhecimento que o público do exterior tem do Brasil, país que já abriga festivais colossais como o Monsters of Rock, Rock in Rio e Loolapalooza. E se for para dividir, que pelo menos a infraestrutura reservada para as bandas do país anfitrião seja mais decente.
Knotfest Brasil 2024
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