Guns N' Roses: o mundo visto do banquinho
Por Alexandre Capitão
Postado em 07 de janeiro de 2016
Dessa vez tudo indica que o Guns n’ Roses voltará a reunir sua formação clássica. A dupla Axl Rose / Slash e o baixista Duff Mckagan estarão no mesmo palco depois de tantos anos. Poderemos dizer que a magia estará de volta, o interesse pela banda crescerá, assim como suas contas bancárias. Na outra guitarra, rumores falam que o guitarrista que gravou os clássicos, Izzy Stradlin, abandonaria seu exílio e também estaria com seus velhos companheiros. Mas há também outros nomes para o posto, que poderiam perfeitamente ser coadjuvantes das seis cordas nesse novo ato. Mas o que me deixa curioso é quem irá ocupar a vaga de baterista. Com um único objetivo, saber qual será a reação de Steve Adler caso ele não seja chamado para o posto.
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E ao que tudo indica, as chances dele sentar naquele banquinho são mínimas.
O que lemos por aí dá conta que o favorito ao posto é Matt Sorum, o baterista de Use Your Illusion. Matt é uma espécie de Cozzy Powel dos anos 90. É bom baterista, é. Porém, mais do que isso, deve ser um gente boa, pois não faltam sorrisos quando falam no seu nome. Além da história com o Guns, Mr. Sorum tem currículo melhor do que Adler. Empunhou as baquetas do The Cult, e também esteve ao lado de Slash em sua carreira solo e no Velvet Revolver.
Steve Adler sabidamente teve problemas com drogas. A heroína impediu que ele gravasse Use Your Illusion, e o colocou para fora do Guns. Contra ele ainda reside o fato de ter movido um processo contra a banda, sob a alegação de serem culpados pelo seu vício, e um acordo gerou um depósito de vários zeros em sua conta. Infelizmente, a heroína continuou sendo sua vilã, e um AVC deixou sequelas em sua fala.
Na história do rock, muitas foram as grandes bandas que tiveram problemas com drogas e álcool. Kiss, Wasp, Black Sabbath, Metallica, Stones, Ratos de Porão. E sempre um membro é escolhido para pagar o pato, perder o emprego e levar a fama. Gente como Ace Frehley, Chris Holmes, Ozzy, Mustaine, Brian Jones, e Jabá, foram sacrificados pelos seus "santos" colegas. No Guns não foi diferente, Slash e Duff não negam que também exageraram, mas de fato, somente Adler foi chutado, com direito a armas e rosas.
Se essas pobres almas usam mais, bebem mais, não dividem, roubam do amigo, ficam mais chatos, demoram pra se recuperar, jamais vamos saber.
Aqueles que esperam pela reunião se dividem entre os que preferem Matt Sorum. Cara limpa, mais técnico, mais experiente. Outros que preferem Steve Adler ao lado de Axl, Slash e Duff. Sempre em busca do sonho juvenil chamado formação original. Há ainda um outro grupo, talvez o maior, para os quais não faz a menor diferença, desde que o chato vocalista e o encartolado guitarrista estejam lá.
Numa de suas tentativas de se manter relevante, ele lançou o álbum Back From The Dead. O sugestivo título retrata sua trajetória, uma luta contra o vício, que ele considera vencida, e que o colocou limpo e trabalhando. E ao menos em sua cabeça, pronto para assumir o lugar que sempre foi dele. E voltar a ter uma luz acessa sobre ele, que não seja aquela do seu banheiro.
Mas e se acontecer o que está pintando, Steve Adler vai aguentar o baque? Se ele souber que os companheiros vão se reunir sem ele, o que fará? Voltará para heroína? Seguirá vivo? Continuará tocando? O que Slash dirá?
Essa é uma história menor perante a mídia, e que vai ganhar pouca ou nenhuma atenção. Um roteiro paralelo aos principais protagonistas, o núcleo pobre dessa novela. Mas, pra quem já não aguenta mais a caricatura que se tornou Guns n’ Roses, e de tudo que envolve o universo da banda, talvez Adler seja o fato humanamente mais interessante.
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