Blog Rockrônico: como era o mundo da música em 1971
Por Blog Rockrônico
Fonte: Blog Rockrônico
Postado em 23 de setembro de 2014
Há 40 Anos... Os anos 70 já não eram algo tão novo assim. Os Beatles tinham acabado, Have You Ever Seen the Rain? tocava nas rádios dia e noite, o Brasil já era tricampeão mundial de futebol, Eric Clapton já havia lançado com o Derek and the Dominos o espetacular Layla and Other Assorted Love Songs, e a década se mostrava rapidamente como a mais criativa no mundo da música.
O ano era 1971. Uma avalanche de álbuns que ficariam para a eternidade tomava proporções inimagináveis. Foi em 71 que o Jethro Tull lançou o supremo Aqualung, no mesmo ano que a banda America dava as caras com seu disco homônimo. Quem nunca foi a um barzinho e repetiu o "la, la, la" do refrão de A Horse with no Name, cantada ao violão? Janis Joplin tinha morrido de overdose no ano anterior, mas foi em 71 que Pearl, seu disco mais conhecido, foi lançado. O Walt Disney World é inaugurado, mas nem tudo eram rosas; Charles Manson era notícia e a Guerra do Vietnã se arrastava. Mas ainda havia a ingenuidade dos anos 60 no ar e sim, muitas bandas achavam que iam mudar o mundo e mudaram! John Lennon lançava Imagine, imaginem: isso foi há 40 anos!
Penso como seria, hoje, escrever um artigo sobre a música no mundo em 1971, no melhor estilo Back to the Future.
O Led Zeppelin lança seu quarto álbum e tem uma música épica, que vai ficar na história, o nome dela é Stairway To Heaven. Aposto que até 2011 esse disco venderá 24 milhões de cópias. Esse é o som da moda. O Black Sabbath é a banda do momento e seu Master of Reality é, sem duvida, mais uma obra prima. Para quem é fã do estilo tem também o novo do Deep Purple, Fireball.
Sobrou dinheiro para comprar mais um disco? Alice Cooper lançou o clássico Love it to Death e, aproveite, pois todas essas bandas estão no ápice da carreira com suas formações clássicas! Heavy Metal não é muito a sua praia? Já ouviu o novo do Bee Gees? Chama-se Trafalgar, e aposto que daqui a 40 anos seus filhos cantarão How Can You Mend a Broken Hear em um videoquê. Não sabe o que é um videoquê? Está vendo? Todo mundo é mais feliz em 1971!
Falando em felicidade, não pode morrer feliz quem nunca escutou Tea for the Tillerman, do Cat Stevens, que agora lança o Teaser and the Firecat. Mas ele ainda é Cat Stevens! Quer viajar? Já ouviu 200 Motels, do Frank Zappa? É experimentalismo demais? Que tal, então, o L.A. Woman, do The Doors? Tem também o Meddle, do Pink Floyd. Se gostar de progressivo não perca The Yes Album, do Yes. Prefere viajar no virtuosismo? Tente o Pictures At An Exhibition, do Emerson, Lake & Palmer. Gosta de rock? Do bom e velho rock? Os Stones estão lançando um de seus melhores álbuns, o famoso Sticky Fingers... isso mesmo, aquele do zíper.
Há também o Rod Stewart com o Every Picture Tells a Story. Quer mais peso? Ele gravou com o Faces o A Nod Is as Good as a Wink to a Blind Horse, disco que viria a se tornar influência para a geração punk que chegaria alguns anos depois. Falando em peso, já ouviu o Who's Next, do The Who? Quer algo mais leve? Don McLean acaba de dar a luz a American Pie, e Elton John lança o seu melhor disco: Madman Across The Water.
O que? Os brancos dominaram a indústria da música? Onde estão os negros sempre tão geniais?
1971 foi o 'Ano Internacional da Luta contra o Racismo e a Discriminação Racial', e Marvin Gaye lança um dos discos mais aclamados de todos os tempos, What's Going On. O Sly & the Family Stone esta nas lojas com There's A Riot Goin' On... já ouviu esse? Não? Deveria! Aproveite e compre também o Maggot Brain, do Funkadelic. Nesse ano ainda os Jacksons 5 lançam dois discos: Maybe Tomorrow e Goin' Back to Indiana. É mole? Você ainda não ouviu a Tina Turner cantando Proud Mary na rádio? Gosta de cantoras? Carole King lançou o Tapestry.
Não citei todos? Verdade! O David Bowie veio com o estupendo Hunky Dory. Sim, faltou também o David Crosby que lançou o charmoso If I Could Only Remember My Name... bem lembrado! O quê? Você mora no Brasil, e nessa época os discos levam anos para chegar, pois praticamente não entra produto importado no país devido ao tal do protecionismo? Aqui no Brasil um maluco montou uma tal Sociedade da Grã-Ordem Kavernista, aposto que ele vai fazer sucesso em breve dizendo ser a Mosca na Sopa no lado A e fechando o lado B com uma épica reclamação do sucesso. Ele deveria, sim, estar contente! Mas corram, pois essa sociedade vai sumir misteriosamente das prateleiras, assim como surgiu.
O Robertão fez Detalhes. Tá certo que outros cabeludos tentarão, em vão, gravar essa música, mas ele, o Robertão, não vai parar de cantá-la nunca. E falando em Robertão, aquele gordinho que deu as primeiras aulas de violão para ele lançou seu segundo disco que é o "ó do borogodó" (ou seria uma brasa?). Sem título, apenas Tim Maia vol 2 e "Salve Nossa Senhora"! O compositor de maior prestígio do país lança o seu disco de maior prestígio: Construção. O Caê está morando em Londres, mas London, London será sucesso na década seguinte e não queiram nem saber com quem. E o Brasil não seria Brasil sem as Cartas de Amor, do Waldik Soriano, ou sem Luiz Gonzaga cantando Ovo de Codorna, e sem a Tonga da Mironga do Kabuletê.
Como acredito que jamais poderei viver em 1971, penso como será em 2051, se me pedirem para escrever sobre a música no mundo em 2011. Pois é! Poderei escrever que em 2011 grandes discos completavam 40 anos...
(Cleiton Profeta, 10/03/2011)
Cleiton Profeta é músico e já montou alguns musicais para quem odeia musicas. Atualmente se dedica a sua loja de instrumentos e tenta ouvir todos os bons discos já lançados no mundo.
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