Jackson pode perder direitos sobre catálogo dos Beatles
Fonte: UOL Música
Postado em 08 de junho de 2005
Reuters
Por Sue Zeidler
LOS ANGELES (Reuters) - Enquanto os jurados decidem sobre a culpa de Michael Jackson no caso de abuso sexual infantil, executivos da indústria da música e banqueiros decidem sobre uma outra questão: será que ele terá que vender sua participação de 500 milhões de dólares no catálogo dos Beatles?
Michael Jackson comprou os direitos sobre o catálogo dos Beatles por cerca de 48 milhões de dólares há duas décadas, no auge de sua carreira.
Mas agora, de acordo com testemunhos dados ao júri, Jackson está afundado em dívidas, e cresce o interesse sobre o catálogo, segundo especialistas da indústria fonográfica.
Muitos acreditam que Jackson terá de vender sua parte no catálogo se for condenado, e mesmo uma absolvição pode ser suficiente para provocar a venda.
As músicas dos Beatles pertencem a Michael Jackson e à Sony. O advogado de Jackson, John Branca, e seu assessor, o editor musical Charles Koppelman, não responderam aos telefonemas para comentar o assunto.
O catálogo da Sony/ATV também inclui músicas como o clássico de Bob Dylan "Blowin in the Wind" e trabalhos de artistas como Joni Mitchell e Stevie Nicks.
Uma representante da Sony/ATV não quis fazer comentários, mas muitos observadores da indústria apostam que a Sony está esperando uma oportunidade para comprar a parte do cantor. Uma fonte próxima à Sony, porém, afirmou que aparentemente não havia um contrato iminente.
Jackson e o ex-Beatle Paul McCartney trabalharam em algumas músicas juntos durante a década de 1980, e foi a partir de uma conversa com McCartney que Jackson teve a idéia de comprar os direitos.
A ATV havia comprado em 1969 a Northern Songs, empresa criada pelos Beatles. O catálogo incluía cerca de 4.000 músicas, entre elas mais de 200 dos Beatles, responsáveis por cerca de dois terços do valor do catálogo todo.
A ATV pertencia então ao magnata australiano Robert Holmes, cuja empresa negociou com Jackson por 10 meses antes de vender a ele o catálogo, em agosto de 1985.
Em 1995, Jackson reduziu sua participação a 50 por cento, com a fusão da ATV com a Sony. O cantor também tem participação de 50 por cento nas novas músicas incluídas no catálogo.
"Ouvi boatos de que ele está tentando levantar capital, e a Sony provavelmente teria a preferência de venda, e seria a primeira da fila se ele resolvesse vender", disse Owen Sloane, advogado da indústria do entretenimento que participou da negociação de 1985 pelo lado da ATV.
Segundo o testemunho do contador John Duross O'Bryan ao tribunal, o cantor de 46 anos teria de pagar cerca de 200 milhões de dólares para manter o catálogo, já que vinha tomando adiantamentos.
Esses adiantamentos, na forma de empréstimos, eram inicialmente pagos pelo Bank of America, mas foram vendidos no mês passado a um fundo de ações privado de Nova York, o Fortress Investment Group, segundo fontes próximas ao assunto.
O grupo Fortress não fez comentários, mas se Jackson não pagar os empréstimos o fundo teria o direito de assumir o controle sobre a Mijac, empresa que administra o copyright das músicas de Michael Jackson.
Apesar das vendas de CD terem decaído com a explosão da divulgação digital, os direitos de publicação se valorizaram, já que as músicas são licenciadas para uso em todo tipo de mídia, de filmes a toques de celular e videogames.
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