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Dickinson não faz questão de tocar nos EUA

Por Renan Corradini Colber e Juliano Komay
Fonte: MTV
Postado em 25 de agosto de 2006

(Tradução de matéria publicada na MTV.com)

Desde 1999, quando o vocalista Bruce Dickinson voltou ao IRON MAIDEN depois de oito anos fora da banda, o conjunto inglês vem tentando lançar um dos maiores álbuns de metal — um álbum que seja complexo sem ser extravagante e memorável sem ser previsível. Agora, em sequência aos discos "Brave New World" (ambicioso, mas óbvio) de 2000 e "Dance Of Death" (grandioso, mas exagerado) de 2003, o IRON MAIDEN conseguiu o seu objetivo com o novo "A Matter of Life and Death". E, comparando-se aos trabalhos anteriores, nem precisaram trabalhar muito.

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"Terminamos o álbum dentro de um período de quatro meses," começou Dickinson. "Nós não nos juntamos para compor com tanta frequência mais, então quando o fizemos estávamos muito entusiasmados, e este entusiasmo transformou-se neste período muito produtivo."

A banda começou a compor o novo álbum no final de 2005 e ficou clara a ausência das discussões que costumavam atormentar os membros da banda. "No passado, nós deveríamos ser mais egocêntricos, mas agora estamos muito mais relaxados e acabamos nos dando muito bem em estúdio, evitando discussões," disse Dickinson. "Eram muitas idéias e cada um de nós escutávamos a opinião e idéia do outro."

O IRON MAIDEN ensaiou as músicas no início de 2006 e depois entrou no West Studios em Londres com o produtor Kevin Shirley, que trabalhou com a banda nos últimos trabalhos do conjunto. Eles agendaram três meses de gravação, mas acabaram usando apenas dois. "Não trabalhamos tão rápido desde o 'Number of the Beast' e o 'Piece of Mind' e naquela época (da gravação destes álbuns) não tínhamos opção," Dickinson comentou. "Nós estávamos nos divertindo bastante, escrevendo ótimas músicas e de repente, falamos, 'Wow, terminamos!'"

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Nada em "A Matter of Life and Death" soa apressado. A maioria das músicas tem mais de sete minutos e o álbum está cheio de riffs complexos, mudanças de tempo e ótima musicalidade. Os vocais variam de sussurros a agudos; os teclados estão bem atmosféricos e são complementados pelo baixo e a bateria. E as guitarras estão bem galopantes, depois param e galopam um pouco mais.

"É tremendamente profundo. Tem muito material nele, pois não víamos razão para fazer um álbum idêntico aos anteriores. Existem muitas bandas fazendo álbuns com músicas de cinco minutos que podem ser classificadas como 'pop-metal', então pensamos, 'Vamos fazer algo realmente extraordinário.'"

Muitas músicas estão relacionadas com a guerra. "Brighter Than a Thousand Suns" enfatiza a vida na sombra da bomba atômica, "The Longest Day" fala sobre o Dia D na II Guerra Mundial, e "These Colours Don't Run" coloca guerra e patriotismo frente a frente.

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"A guerra é um negócio e sempre foi, não importa qual delas estamos falando," Dickinson disse. "São caras que tiveram seus pais e avós soldados, e mais outro pai se despedindo de sua família sem saber se volta vivo ou em um saco para cadáveres."

Talvez "Life and Death" pareça ter um apelo político, mas Bruce afirma que isso não é verdade. "Fazemos algumas observações porquê gostamos de usar nossos cérebros," conta. "Mas desviamos de assuntos políticos, pois nesse campo você deve escolher entre um lado ou outro. Tentamos olhar para o lado humano por trás de tudo que está rolando. Umas das coisas que acontecem durante as guerras são pessoas virando desumanas. Nações tornam-se desumanas. Se você disser, 'Sr. and Sra. Hussein moravam em uma casa, mas uma bomba caiu lá por engano e matou todos os seus filhos,' você pensa, 'Oh, isso é uma tragédia.' Mas quando você os rebaixa e os chama de 'terroristas iraquianos,' fica fácil de esquecer a tragédia humana pela qual eles passaram."

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A banda, que na última turnê teve uma participação controversa no Ozzfest, fará uma pequena turnê desta vez pela América do Norte, turnê esta que começa dia 4 de outubro em Hartford e termina no dia 21 deste mesmo mês em Irvine. Depois, o grupo iniciará uma extensa turnê pela Europa e talvez não voltará para os EUA antes de seu próximo lançamento.

"Não temos interesse em tocar para dúzias de cidades nos EUA, porque, sejamos honestos, não temos muitos fãs por lá que justificariam uma extensa turnê. Será que o IRON MAIDEN venderia 20,000 lugares num show em Iowa? Provavelmente, não", finalizou Bruce.

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