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Motorgun: confira entrevista exclusiva com a banda carioca

Por Andre Smirnoff
Fonte: X-PressON!
Postado em 26 de maio de 2015

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Confira a entrevista exclusiva com o baterista Leo Rodrigues da banda carioca Motorgun.

Por Anna Tuttoilmondo

1. 2014 foi um ótimo ano para o Motorgun. Vocês lançaram o EP Heading For Tomorrow no inicio desse ano e, desde então, vem fazendo shows pelo país. Como o publico recebeu o EP?

Realmente 2014 foi excelente para nós. Quando lançamos o EP em janeiro, não haviam grandes pretensões, é claro que achávamos que o material era bom, mas a resposta do público surpreendeu a todos nós. Logo percebemos que deveríamos levar a coisa adiante, foram tantas mensagens e críticas positivas na internet. Posso dizer que o Motorgun só existe hoje como banda por causa dessa resposta fantástica do público.

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2. Falando em público, hoje no Brasil há um eterno debate sobre bandas e a falta de presença e participação do publico em seus shows. Como tem sito a relação do Motorgun, uma banda relativamente nova, com o público nos shows?

Esse é um tema complicado e até controverso, porque público pra rock tem em todo o Brasil, mas realmente quando se trata de bandas autorais a presença nos shows é bastante tímida. Por esse motivo temos mesclado em nossos shows covers de bandas que gostamos com as nossas músicas próprias. Isso facilita em nos manter tocando com regularidade e sempre alcançando o máximo de pessoas possível. O fato de tocarmos covers nos shows também ajuda o público a se identificar conosco, já que tocamos músicas que eles conhecem e gostam. Isso é ao mesmo tempo estimulante porque em todos os shows somos constantemente desafiados a tocar nossas músicas o melhor possível para que se destaquem entre clássicos como War Pigs do Black Sabbath.

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3. Como vocês se conheceram e quando decidiram criar o Motorgun Trio?

Eu e Edinho (baixista) somos irmãos e sempre tocamos juntos. Conheci o Bebeto Daroz em 2002, provavelmente em um show da Possessonica, lembro que fiquei impressionado com a sua maneira de tocar guitarra, conseguia unir peso, técnica e feeling, com uma pegada realmente rock 'n' roll. Meses depois fui tocar na Woodstock Band, uma banda de classic rock bastante renomada no Rio de Janeiro, e Bebeto estava lá. Desde então ficamos amigos e temos trabalhado juntos em diversas oportunidades. Desde 2009 eu, Edinho e Bebeto vínhamos fazendo shows com o nome de V8 Rock Trio com aquele repertório de sempre e nunca ensaiávamos, simplesmente chegávamos no lugar e tocávamos num clima de jam session. Um dia resolvemos ensaiar e começamos a improvisar em alguns riffs do Bebeto, as músicas começaram a surgir quase que instantaneamente, como se elas estivessem no ar e nós simplesmente fossemos o canal pra dar vida a elas. Acho que esse período entre 2009 e 2013 fazendo shows constantemente sem ensaios fortaleceu a confiança e o entrosamento entre nós, tanto que todo o processo de produção do EP foi muito rápido e ao mesmo tempo tranquilo. E foi assim que nasceu o Motorgun.

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4. Vocês têm algum projeto paralelo ao Motorgun?

No momento eu só tenho o Motorgun, Bebeto tem diversos trabalhos com bandas tributo, além da Possessonica, Edinho tem trabalhado nas gravações do Santo Junkie que é uma banda de amigos nossos.

5. A temática das músicas do Motorgun é um "revival" do rock n’ roll como conhecemos hoje: mulheres, bebida, carros. Contem um pouco suas maiores influencias e inspirações na hora de compor as músicas.

Nossas influências são as mais diversas dentro do universo do rock, vão de Elvis Presley à Slayer rsrsrs. Por exemplo, eu sempre ouvi muito Classic Rock dos anos 60 e 70, mas também Heavy Metal e Grunge. Fora do rock eu gosto de ouvir Jazz de big bands. Bebeto não é muito diferente, mas acho que acaba focando mais no Hard Rock e Heavy Metal, além de Blues e Edinho segue a mesma linha com uma queda maior para o Southern Rock. No final as músicas acabam refletindo os nossos gostos pessoais, qual rocker não gosta de mulheres, bebidas e carros.

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6. Alguns criticos "rotulam" a banda como Stoner, que é um gênero que vem crescendo no Brasil. Vocês se consideram, musicalmente, "stoners"? Embora o genero stoner tenha uma pegada de rock n’ roll clássico setentista, é um rótulo que limita a banda?

Gosto de muitas bandas stoners e não vejo problema em ser chamado assim. Mas quando compomos nunca pensamos "bom, vamos colocar um pouco de distorção no baixo para parecer stoner", não é algo direcionado assim. Acho que também existe uma tendência da imprensa especializada em chamar tudo o que tem alguma pegada setentista de stoner. O termo é muito abrangente, você vê bandas como Graveyard e Red Fang serem chamadas de stoner e o som deles não tem nada a ver. Por um lado é bom esses rótulos porque acaba definindo uma cena musical e acho que o Brasil tem andado carente nesse sentido, no que se refere a Rock. Quanto a limitar, bom não sei, o Motorgun é uma banda de Rock 'n' Roll e nós vamos continuar assim. Você poderá nos ver tocando músicas mais viajantes ou mais pesadas ou mesmo baladas, mas sempre será Rock 'n' Roll.

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7. Quais bandas do gênero no Brasil que vocês conhecem e destacam?

Sei que tem crescido o numero de bandas de stoner rock aqui no Brasil, mas sinceramente não conheço muitas. Das que conheço posso destacar a Statik Magik aqui do Rio e Macumbazilla de Curitiba.

8. Falando de bandas brasileiras em geral, quais são as bandas que mais tem chamado sua atenção?

Acho interessante esse revival de bandas clássicas do metal brasileiro como Metalmorfose e Taurus. Tem uma galera fazendo southern rock de alto nível aqui no Brasil também como a The High Head Hunters, de Brasilia. Acho que a internet ao mesmo tempo que facilitou o acesso de todo mundo à informação, também dispersou muito os conteúdos e fica até difícil saber quem está fazendo o que nesse universo de bandas. Mas enfim, tem muita música boa por aí, só tem que procurar porque provavelmente não vai passar na TV Globo.

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9. Em julho vocês lançaram o primeiro videoclipe, "Heading For Tomorrow". Por que vocês escolheram essa música para produzir o videoclipe e de onde surgiu a ideia do videoclipe?

O video que lançamos de Heading for Tomorrow não é exatamente um clipe,trata-se de um video gravado em um show por um amigo nosso que tem uma produtora de filmes. Ele pegou as imagens e áudio do show e editou com uma sequencia que ele tinha do meu Dodge Dart. A edição ficou legal e resolvemos lançar. Mas provavelmente ainda vamos fazer o clipe oficial dessa música. Heading for Tomorrow certamente é a música que melhor define o som do Motorgun e merece um clipe caprichado!

10. Analisando 2014 até agora, quais foram os melhores e piores momentos da banda?

Sinceramente não consigo me lembrar de piores momentos. A única coisa que posso considerar ruim é o fato de não termos um maior tempo disponível para dedicar a banda. Mas mesmo assim considero que em 2014 nos dedicamos o máximo possível ao Motorgun. O melhor, pra mim, foi logo no início do ano quando lançamos as músicas no Soundcloud e notamos que o público realmente estava gostando do nosso trabalho e que deveríamos seguir em frente.

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11. Quais os planos para 2015?

Estamos trabalhando em um álbum completo que vamos gravar esse ano. Queremos ainda fazer um ou dois clipes, shows, lançar merchandising e beber muita cerveja.

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Sobre Andre Smirnoff

Fotógrafo, apresentador, responsável pelo Fanzine Mosh, Mosh Productions, Mosh XPress, Mosh Records e Mosh Travel, e ainda Chef de cozinha e Confeiteiro.
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