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Carcass: Uma entrevista com Jeff Walker

Por Tiago Dantas da Rocha
Fonte: Bucketlist Music Reviews
Postado em 13 de abril de 2016

Por Syd Ghan - Bucketlist Music Reviews

Muitas pessoas na comunidade do metal estão pelo menos cientes da existência do CARCASS. Eles chegaram até a serem mencionados, de forma breve, no seriado americano Friends (17º episódio da 7ª temporada, "The One With The Cheap Wedding Dress"). A banda iniciou sua carreira na segunda metade dos anos 80 com fortes influências de thrash metal, em seguida foram pioneiros no grindcore e death metal melódico, com isso tendo influenciado uma legião de imitadores. Apesar da banda ter se separado pouco tempo antes do lançamento do álbum de 1996, Swansong, que até hoje divide opiniões, eles voltaram em 2007, e desde então tem aproveitado uma carreira de sucesso, incluindo múltiplas aparições em festivais e turnês, além do criticamente aclamado álbum de 2013, Surgical Steel. Eu tive a chance de conversar com o baixista e vocalista Jeff Walker para discutir sobre o estado atual da banda.

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SYD: Então, como você está?

JEFF: Estou bem, muito bem. Só curtindo. Voltamos da Europa no início de Dezembro. Eu tive quatro dias de folga, então aproveitei para ir tocar no México com outra banda (BRUJERIA) no festival Knotfest, mas desde a segunda metade de Dezembro que eu estou mais relaxando, sem fazer nada. É meio que um luxo na verdade. Esse é provavelmente o maior tempo de férias que já tiramos desde o início de 2013.

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SYD: Vocês tem feitos muitas turnês ultimamente.

JEFF: Tem sido algo consistente, mas não tão sólido. Nós fizemos duas ou três grandes turnês, talvez até quatro, e então tocamos em alguns festivais. Daí tirávamos uma semana de folga e então tocaríamos no final de semana. É alguma coisa aqui, outra ali, mas não é algo sólido.

SYD: Vocês estão se preparando para sair em turnê com o SLAYER e o TESTAMENT. Você está ansioso para isso?

JEFF: Sim, claro. É uma grande oportunidade, então será algo muito interessante. Nós nunca havíamos feito uma turnê pelos Estados Unidos em algo desse nível. Sempre ficamos presos nesse tipo de situação que eu chamo de "o gueto do death metal". Então quando aparece uma chance fora disso, para tocar em algo mais, digamos, palavras como comercial e popular não são adequadas nesse contexto, mas o SLAYER é uma banda muito maior, então é uma chance de podermos entrar num circuito muito maior. Na verdade estávamos tentando entrar na turnê do MEGADETH, o que acabou não dando certo. Mas parece que foi o melhor que nos aconteceu, porque eu acredito que essa é uma turnê muito mais interessante e sólida. Espero que seja algo bem bacana.

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SYD: Vocês tem algum tipo de plano para tocar nesse estádios muito maiores?

JEFF: Tipo o que?

SYD: Uma produção maior, adereços no palco, um setlist diferente?

JEFF: Talvez, mas porque eu deveria te falar isso agora? Estragaria todas as surpresas! De fato, somos muito limitados no que podemos fazer. Obviamente que o SLAYER tem toda aquela preparação de palco, e o TESTAMENT vai fazer uso disso, mas pode ter certeza que nós também faremos o nosso uso. Digamos assim, vai ser algo incrível para o orçamento que temos disponível.

SYD: Eu acompanhei vocês no Rockfest nesse verão, e o setlist foi incrível, mas eu não pude deixar de perceber que vocês evitaram completamente tocar qualquer coisa do Swansong. Tem algum motivo para isso?

JEFF: São sempre as limitações de tempo. Se não me engano nosso tempo disponível no palco era de 35 ou 40 minutos, então tivemos que sacrificar os elos mais fracos, as que atingiram uma vendagem menor. (Risadas) Mas se tivéssemos mais tempo, teríamos tocado "Keep On Rotting In The Free World" que é a única faixa daquele álbum que já tocamos ao vivo de qualquer forma.

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SYD: Planos para novas músicas?

JEFF: Ahh, na verdade não. Eu quero dizer que não sou o tipo de pessoa de fazer planos, eu vivo um dia de cada vez. Não existe um grande plano, não há uma agenda. Tenho certeza que quando chegar a hora, trabalharemos em novas músicas. Sinto muito não poder te falar que já temos pronto um álbum duplo ou algo do tipo. Nossa música é como vinho ou cerveja. Precisa de tempo para fermentar. Vai demorar um tempo. Não será esse ano. Isso eu posso te adiantar.

SYD: Pode me falar alguma coisa sobre o seu processo de composição?

JEFF: O que acontece normalmente é alguém chegar na sala de ensaio com alguns riffs, daí adicionamos algumas batidas, então começamos a cortar algumas partes e mudar outras, o pessoal vai adicionando suas ideias, e depois disso eu começo a escrever as letras e a ditar o andamento da música, o que as vezes nem sempre Bill (Steer, Guitarrista) concorda. (Risadas). Foi assim no Surgical Steel. Mas eu acredito que dessa vez será diferente. Bill e Dan (Wilding, Baterista) andaram fazendo algumas jams, e aonde eles estão fica tão longe para mim, talvez eles estejam fazendo isso de propósito para me deixar de fora. Mas eu gosto dessa ideia de não botar a mão na massa como foi com o Surgical Steel, talvez com isso eles dois façam todo o trabalho braçal. Porque de certa forma muito do melhor material que o CARCASS já gravou antes foi feito por Bill e Ken (Owen, baterista original. Sofreu um aneurisma cerebral em 1999 e sua condição o impede de tocar com a banda) antes mesmo que eu entrasse na sala de ensaios, de certa forma. Então eu gostaria de voltar aquela forma de trabalho de antes, porque eu sou muito teimoso por natureza. Foi tranquilo da última vez, mas eu acredito que seja mais interessante deixar o Bill tomar o controle e expressar plenamente suas ideias antes de querer meter meu nariz. Porque de certa forma é isso que acontece. Se eu estiver lá desde o início eu já começo a ouvir as coisas de uma forma diferente da dele, então talvez o próximo álbum poderá ser mais interessante se eu ficar fora do caminho um pouco. Deixa que eles façam todo o trabalho de composição das músicas então eu posso apenas escrever as letras. Até hoje o Bill nunca escreveu um álbum completo do CARCASS, do início ao fim, então talvez esse próximo álbum será assim.

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SYD: Acredito que muitos chefs numa cozinha possa ser algo ruim.

JEFF: Muitos chefs numa cozinha pode até não ser algo ruim, contanto que todos estejam dispostos a ouvir as ideias uns dos outros e tentar coisas novas. E com certeza foi isso o que fizemos com o Surgical Steel, tentávamos algo, e se não funcionava era descartado. É só isso que eu peço, e acredito que todas as bandas deveriam ser assim. Se alguém chega com uma ideia, os outros deveriam pelo menos tentar, é através da tentativa que você descobre se uma ideia é boa ou ruim. Eu nem consigo te explicar como foi difícil pra caralho fazer com que Bill aprendesse ou gravasse "The Granulating Dark Satanic Mills" que é uma canção que eu escrevi. Tipo, no estúdio eu acabei ficando responsável por organizar as partes de bateria com Dan Wilding, o que é algo que eu nunca havia feito antes, porque no estúdio Bill é quem faz tudo desde as guitarras base até organizar tudo com a bateria. Então de certa forma, Bill teve que dar o braço a torcer.

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SYD: Interessante, porque geralmente no estúdio quem vem primeiro é o baixo e a bateria, certo?

JEFF: Nós aprendemos com o bom e velho METALLICA, que até onde sabemos começava tudo com Hetfield e Ulrich gravando a guitarra base e a bateria, e depois disso é que ia se construindo a música. Em relação ao baixo, ele só é gravado depois das guitarras base. Eu tenho que tocar de acordo com a forma que Bill toca, o que é algo absolutamente difícil, especialmente quando você não sabe as partes. (Risadas)

SYD: Então quando vocês estão no estúdio tem um sentimento meio que "tudo pode acontecer"?

JEFF: Sim e não. Com certeza estávamos muito bem preparados com o Surgical Steel. Estávamos preparados como quando gravamos Heartwork aonde já havíamos gravados demos de todo o álbum. Mas com o Surgical Steel, na minha mente eu achava que já saberia como todas as canções soariam porque eu tenho uma imaginação muito ativa. Quando finalizamos e adicionamos todas as partes, tudo soou milhares de vezes além daquilo que eu imaginei. Só para você ter noção, a introdução de "1985" foi algo que surgiu do nada no estúdio. Então nem tudo é planejado meticulosamente. Nós planejamos os arranjos até um determinado momento, mas sim, eu posso pensar em algumas canções no Surgical Steel que foram bastante modificadas. Eu não quero passar a impressão que fazemos tudo na base de improvisações, porque não é verdade, mas trabalhamos de forma muito conservadora. Entretanto, existe um certo grau de flexibilidade.

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SYD: Qual a sua opinião em relação a tecnologia de gravação de música de hoje em comparação quando vocês gravavam seus álbuns no fim dos anos 80 e início dos anos 90?

JEFF: Com certeza hoje é muito mais simples e barato. O que eu gostava no formato analógico... ou o que era incrível na época do analógico era que tínhamos um produtor e engenheiro de som fora de série. Colin (Richardson, Produtor) era um verdadeiro gênio nesse tipo de gravação. Mas a realidade hoje é que você pode entrar no estúdio e fazer qualquer um parecer fantástico, o que é uma verdadeira dádiva para mim. (Risadas). Mas de certa forma eu sinto que as bandas não estão sendo pagas pelos seus direitos merecidos. O que eu gostava naqueles caríssimos estúdios antigos era que eles deixavam tudo que era lixo de fora. Já nos dias hoje qualquer um consegue criar uma gravação absolutamente fantástica. O que eu quero dizer é que eu sou completamente a favor do cara que escreve uma ótima canção, não me entenda mal, mas é que eu tenho a impressão que qualquer idiota pode criar algo nessa era digital.

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SYD: Com isso dito, existe alguma banda moderna que você sente que se destaca entre as outras?

JEFF: Não. (Risadas) Quer dizer, eu vi o NIGHT DEMON ano passado, e realmente gostei, achei que eles eram incríveis. Mas a parte triste nessa história é que o motivo pelo qual eu gostei deles é porque me lembravam TANK ou o DIAMOND HEAD, então o que isso tem a falar do meu gosto pessoal? Entende o que eu quero dizer? Eu não vou me sentar e ouvir BRING ME THE HORIZON. Entretanto, eu não tenho nada de ruim a comentar sobre essa banda, eu entendo porque as pessoas gostam deles. Mas para mim eles são meio que como um LINKIN PARK para uma geração mais nova, e eu já tenho 47 anos. Não preciso ouvir uma versão requentada de algo que já aconteceu antes, porque eu já gostava das bandas originais, tá entendendo?

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SYD: O seu rosnado é muito icônico e gerou muitos imitadores. O que você tem a dizer a essas pessoas?

JEFF: Porque diabos alguém iria querer parecer como uma imitação patética de Mille do KREATOR ou Dave Mustaine do MEGADETH? Eu não sou muito fã dos meus vocais, eu faço o que faço porque ninguém na banda vai querer assumir a função e fazer os vocais, então eu tenho que fazer isso. Eu tenho certeza que existem pessoas melhores que eles poderiam imitar ou serem inspirados. Acredito que eu deveria me sentir lisonjeado, e talvez até esteja, mas de verdade eu não consigo acreditar nisso que você acabou de me falar.

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SYD: Como sempre um cara modesto e muito bem sucedido! O CARCASS iniciou em 19 de Fevereiro uma turnê de um mês junto com o TESTAMENT como bandas de abertura para o SLAYER em divulgação do seu último álbum de estúdio, Repentless.

Datas da turnê do Slayer, Testament e Carcass:

19/2 Riviera Theatre, Chicago, IL
22/2 War Memorial, Nashville, TN
24/2 The National, Richmond, VA
26/2 House of Blues, Myrtle Beach, SC
27/2 The Ritz, Raleigh, NC
29/2 The Fillmore, Charlotte, NC
2/3 Capitol Theatre, Port Chester, NY
3/3 The Fillmore, Philadelphia, PA
5/3 The Fillmore, Silver Spring, MD
6/3 The House of Blues, Boston, MA
8/3 LC Pavilion, Columbus, OH
9/3 The Orpheum, Madison, WI
11/3 Myth, St. Paul, MN
12/3 Civic Auditorium, Fargo, ND
14/3 MacEwan Hall, Calgary, AB
15/3 Shaw Centre, Edmonton, AB
17/3 Revolution Event Center, Boise, ID
19/3 The Paramount, Seattle, WA
20/3 Roseland Ballroom, Portland, OR
22/3 Warfield Theatre, San Francisco, CA
26/3 The Joint, Las Vegas, NV

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