Gilby Clarke, ex-Guns N' Roses, fala sobre sua estranha contratação e demissão
Por Igor Miranda
Fonte: Cathouse Hollywood / U. Guitar
Postado em 19 de dezembro de 2019
O guitarrista Gilby Clarke relembrou, em entrevista ao podcast "Cathouse Hollywood" transcrita pelo Ultimate Guitar, de sua passagem pelo Guns N' Roses. O músico substituiu Izzy Stradlin em 1991 e ficou até 1994. Além de ter feito boa parte da enorme turnê "Use Your Illusion", Clarke gravou o disco de covers "The Spaghetti Incident?".
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O músico comentou que o anúncio de sua entrada no programa "MTV News", do canal MTV, serviu para mostrar algo a ele. "Não sou um cara nervoso, mas pensei em muitas coisas. A realidade era: 'eu preciso aprender 50 músicas em uma semana e tocar em uma arena com esses caras'. Eu nem ensaiei com eles, só falaram para eu aprender as músicas e me deixaram com isso. Não era para eu aprender o repertório, de umas 25 músicas: era todo o catálogo, de 50", afirmou.
Mesmo ao refletir sobre isso, Gilby Clarke disse que não ficou nervoso, só pensava em trabalhar duro. Os shows vieram e ele conheceu, de fato, como o Guns N' Roses funcionava internamente. Na época, alguns integrantes estavam no auge de seus vícios e a relação pessoal entre eles não era das melhores.
"Na época, o Guns não era uma dessas bandas em que os integrantes se falavam bastante. Cada um vivia em seu próprio mundo. Quer dizer: com exceção de Axl (Rose, vocalista), a banda toda costumava sair junta, mas não era algo em que eu pudesse chegar ao Slash (guitarrista) e perguntar: 'ei, cara, que roupa eu uso hoje?'", comentou.
O músico afirmou que sua entrada foi bem recebida pelos fãs. "Foi estranho, porque o público estava receptivo e eu acho que foi porque Izzy e eu não parecemos tão diferentes. As pessoas não sabiam mesmo que Izzy estava fora da banda. Slash sempre dizia que era incrível ter uma transição tão tranquila", disse.
Um detalhe curioso revelado por Gilby é que ele não estava acostumado a fazer shows tão longos. "Em todas as bandas que estive, mal tocávamos um repertório de atração principal, tipo 45 minutos, uma hora. Aí, no Guns, tocávamos por três horas. Você raramente come antes de subir ao palco, para não se sentir pesado, então, eu ficava algumas horas sem comer antes do show. Daí eu ficava com fome. Bebíamos no palco e eu sentia a diferença, aí pedia ao roadie para me trazer uma pizza durante o solo de Matt (Sorum, baterista). Duff (McKagan, baixista), Slash e Axl perguntavam se estava tudo bem e eu só dizia que estava morrendo de fome", revelou.
A saída
Antes mesmo de sua demissão ter sido anunciada, Gilby Clarke sabia que seria o fim. E não só de sua passagem pela banda: ele já imaginava que o próprio Guns N' Roses, ao menos como conhecíamos, acabaria após a turnê dos "Illusion".
"Quando a turnê acabou, a banda acabou. Foi minha conclusão honesta. Duff, fisicamente, estava terrível. Seu alcoolismo era terrível. Não acho que ele tinha muito tempo restante. Axl e Slash não se encaravam olho no olho. Axl via a banda de um jeito e Slash, de outro. Não era algo como eu tentando estar no meio: estava 'fraturado', sabe?", disse.
Então, veio a oferta para Gilby Clarke gravar um álbum solo - ele disse que antes do Guns N' Roses, tinha um contrato com a Virgin Publishing, pois era compositor. "Eu não queria fazer um disco solo, preferia um álbum do Guns, mas a banda não iria gravar por um bom tempo. Então, eu perguntei aos caras: 'essas são as minhas músicas, vocês têm interesse em alguma delas?'. Disseram que não, pedi autorização para gravar um álbum e eles deram o ok: 'claro, mantenha-se ocupado'", afirmou.
Em meio a tudo isso, Clarke também participou do primeiro álbum do Slash's Snakepit, banda de Slash que também contou com Matt Sorum na bateria. "Daí, Slash marcou uma reunião comigo e me disse: 'Axl não te quer mais na banda, não sei o motivo, de verdade, então apenas lide com isso - não digo que será permanente, mas é isso'. Axl queria trabalhar em músicas novas e buscava uma mudança. Foi nessa época em que Slash gravou o álbum com o Snakepit. Axl também não curtia o material de Slash, mas Axl não estava tirando Slash da banda por isso. Basicamente, eles não me demitiram, só pararam de me pagar", disse.
Uma semana depois, Slash ligou para Gilby Clarke e disse que ele ainda estava no Guns N' Roses. "Porém, meus pagamentos nunca voltaram a rolar, então foi isso. Nunca fui demitido oficialmente, mas meio que acabou e eu estava com meus trabalhos solo e com Slash", afirmou.
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