Guns N' Roses: O último dos gigantes - a biografia - de Mick Wall
Por Ricardo Bellucci
Postado em 07 de julho de 2020
Nestes tempos de isolamento social, ou de reclusão, como preferirem, a leitura acaba por ser, além de um prazer, uma espécie de fuga, mesmo que por breves momentos, da realidade louca que nos cerca.
Já a muito tempo estava "dormindo" a biografia do Guns N' Roses na minha estante. Estava terminando de ler a biografia do ACDC, de Jesse Fink.
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Decidi encarar e ler na sequência a biografia do Guns escrita por Mick Wall.
Conheço o estilo de Mick de outras obras, arguto e irônico, carregado daquele humor tipicamente britânico.
O início da obra me surpreendeu, abordando a infância e a juventude dos membros da banda, com uma descrição rica em detalhes, traçando um verdadeiro perfil psicológico de cada um deles.
No entanto, a medida que a obra fluía, digamos assim, senti que o autor ficou muito "preso" à vida pessoal de cada um. Ok, a vida tumultuada e problemática dos caras é um dos traços marcantes da banda, influenciado em seu estilo e letras. Mas creio que Wall se perdeu um pouco nisso, dando ênfase demais a esse aspecto. Com toda a certeza devem existir fatos, acontecimentos marcantes na trajetória do Guns que não apenas a loucura e "piração" da gang que merecem ser narrados.
Um aspecto positivo que pude perceber no texto foi o a narrativa detalhada do papel dos empresários na história da banda, principalmente de Alan Niven. Niven não apenas estruturou a banda como foi elemento essencial para o Guns atingir o patamar sonoro que alcançou. Esse lado dos bastidores, da estrutura da banda, da logística envolvida, do apoio fundamental da galera dos bastidores, da administração dos porres e crises psicológicas de cada membro é narrado em riqueza de detalhes e profundidade por Wall, revelando, também, com maestria, todo o jogo político e psicológico na disputa pelo poder e grana que envolvem o sucesso de uma mega banda.
Esse lado realmente me surpreendeu. O sucesso de uma banda não depende apenas e tão somente do talento dos músicos, da qualidade do letrista ou do produtor, mas, se deve muito a estrutura que está escondida atrás do palco, depende da qualidade dos homens e mulheres que estão por trás da cortina.
Wall, também, descreve com maestria, como a vida tumultuada de Axl marcou a trajetória da banda, a sua qualidade como vocalista e letrista, como o seu perfeccionismo foram fatores essenciais para a banda alcançar o patamar que atingiu. Esse mesmo gênio indomável, rebelde e inseguro, no entanto, foi um dos fatores essenciais para o fim precoce da banda.
A obra de Wall, como um todo, vale a pena ser visitada. É consistente, detalhada e crítica, na dose exata.
Guns N' Roses, O Último dos Gigantes é uma obra que, com certeza, vale a pena ser visitada!
Longa vida ao rock!
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