Aquiles Priester: o que ele diz a quem o critica por erro no teste do Dream Theater
Por Igor Miranda
Fonte: Podihhcast
Postado em 02 de abril de 2021
Em 2011, Aquiles Priester (Dragonforce, W.A.S.P., Edu Falaschi, ex-Angra) participou de uma audição para baterista do Dream Theater, realizada após a saída de Mike Portnoy. O teste foi divulgado em vídeo na internet e a filmagem chamou atenção por trazer o músico errando a complexa instrumental "The Dance of Eternity".
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Apesar das críticas, o baterista seguiu com sua carreira e passou a se envolver com outros artistas e bandas de fama internacional. Entre eles, há trabalhos recentes com W.A.S.P., Dragonforce, Primal Fear e Tony MacAlpine.
Em entrevista ao Podihhcast, com transcrição do Whiplash.Net, Priester se recordou de sua audição para o Dream Theater e refletiu sobre as portas que se abriram para sua carreira após o teste. O músico também deixou um recado bem claro àqueles que o criticam pelos erros cometidos naquela ocasião.
Inicialmente, todos caíram na risada assim que o nome do Dream Theater foi citado. O motivo, claro, tem a ver com os erros cometidos por Aquiles Priester. O próprio baterista riu da situação na entrevista, mostrando que leva na brincadeira.
"Filho da p*ta! (risos) [...] Sabe o que eu gostaria de colocar agora? O depoimento que o senhor Mike Portnoy deu sobre a minha pessoa para o meu documentário", disse ele, inicialmente.
O baterista disse que não iria falar muito sobre aquela audição porque pretende abordá-la em seu documentário. Porém, após insistência dos apresentadores, ele compartilhou sua visão sobre tudo aquilo.
"O que eu posso falar é: somente sete pessoas do mundo inteiro estavam lá para fazer essa audição. E eu era um deles. Eu era o único da América do Sul que foi chamado. Todos os outros caras já tinham tocado no Modern Drummer, nos maiores festivais de bateria, já tinham sido capa de revista. Fui como o único representante de uma banda de metal de verdade, além do Peter (Wildoer), que também tinha gravado com o James LaBrie e tocava no Darkane - e é um p*ta de um batera. Eu e ele éramos bateristas de metal", afirmou.
Priester apontou que os brasileiros têm "um problema de baixa autoestima", de "não aceitar as coisas", e que "não tem problema" em ter errado naquela situação. "É só você ver o documentário. Tem partes de outros bateristas tentando tocar a mesma parte da música por três vezes. Mas não importa. Eles são eles e eu, Aquiles, errei", disse.
Mesmo antes do vídeo da audição ter sido divulgado, Aquiles já lidava com críticas de internautas. "A audição foi feita em outubro de 2010 e o vídeo só saiu em março ou abril de 2011. Quando eles soltaram os primeiros trailers [...], um site no Brasil publicou e eu lembro de ler os comentários. Antes da audição sair, os caras diziam: 'o Aquiles não pode entrar, ele é um robô, não gosto dele tocando'. Antes das pessoas assistirem, já tinha gente contra", declarou.
Apoio de Thomas Lang e Mike Mangini ao trabalho dele
Ainda durante a entrevista, Aquiles Priester contou que, futuramente, outros dois bateristas que participaram da audição demonstraram apoio ao trabalho dele: Mike Mangini, que acabou ficando com a vaga, e Thomas Lang. O segundo chegou a elogiá-lo em uma entrevista.
"Antes de eu fazer uma live com o Thomas Lang, vi uma entrevista que algum fã me mandou: 'olha, o Thomas Lang falou de você'. E é um p*ta de um batera, um amigo meu. A audição foi há 11 anos. E o Thomas falou: 'o baterista que tinha que ter entrado na banda, para mim, era o Aquiles, pois era o cara certo, que tinha o perfil para aquele tipo de coisa'", afirmou.
Com relação a Mike Mangini, Aquiles comentou: "Eu me dou muito bem com o Mike Mangini. Somos amigos, trocamos mensagens por telefone. É um cara que respeita meu trabalho. Ele usou minha camiseta em um show do John Petrucci em São Paulo. É um respeito. O cara sabe que um baterista tocar o que eu toco em um nível de performance, tem que ter dedicado a vida dele - assim como ele dedicou a vida para tocar o que toca. Existe esse respeito lá fora".
Priester ainda contou que, na época em que o vídeo da audição foi divulgado, recebeu uma mensagem de "força" de Marcelo Barbosa, guitarrista do Almah que entraria para o Angra futuramente. "Depois que ele viu a audição, me mandou uma mensagem dizendo: 'fiquei muito orgulhoso de você ter estado lá representando o Brasil'. Isso é algo que eu nunca mais vou me esquecer", comentou.
Portas abertas
De acordo com Aquiles Priester, a audição com o Dream Theater ofereceu, indiretamente, outras oportunidades para sua carreira.
"Fico feliz de ter sido chamado. No ano seguinte, saí dividindo uma história de capa com o Gene Hoglan na revista Modern Drummer americana, com oito páginas de entrevista. No outro ano, fui chamado para tocar no Modern Drummer Festival", contou, de início.
Em seguida, ele comentou que foi recomendado por John Petrucci, guitarrista do próprio Dream Theater, para um trabalho com Tony MacAlpine. "O Tony MacAlpine estava procurando um baterista para uma turnê na Europa em 2012, ele ligou para o John Petrucci e disse: 'já toquei com o Virgil (Donati), já toquei com o Marco Minnemann, que fizeram a audição, você acha que teria alguém legal para a minha banda?'. O Petrucci falou: 'pega o Aquiles porque o som de bateria dele é incrível'", disse.
Surgiram, em seguida, outras oportunidades. "Toquei muito com ele até 2017, quando fiz uma audição com o W.A.S.P., uma das maiores bandas de metal dos anos 1980, e comecei a fazer turnês com eles. Mas ano passado ele me chamou de novo para fazer turnê, também me chamaram para o Dragonforce", destacou.
Por fim, Aquiles deixou um recado mais direto aos que o criticam pelo erro na audição do Dream Theater. "O que posso falar sobre todas essas pessoas que falam que eu errei é: olha a história. Mostra outra pessoa que tenha catado lixo para tocar seu primeiro chimbal, que tenha catado ferro velho para comprar seu primeiro pedal, que tenha montado uma bateria de lata no fundo do quintal e, hoje, seja um dos bateristas mais reconhecidos no mundo do metal", concluiu.
O trecho em que Aquiles Priester fala sobre o assunto pode ser conferido no vídeo abaixo, em um corte feito pelo canal Dona Dina Cortes.
A entrevista completa ao Podihhcast pode ser conferida a seguir.
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