Com camisinhas, o Pink Floyd mudou a história dos shows ao vivo
Por Bruce William
Postado em 24 de outubro de 2022
Uma das características mais marcantes do Pink Floyd, que se intensificou a partir do final dos anos setenta e ficou cada vez mais sofisticada ao longo dos anos, é o uso de visuais ricos de detalhes e chamativos para acompanhar sua música ao vivo, em shows repletos de efeitos e recursos inovadores para ilustrar sua música.
Na verdade, tudo surgiu ainda lá nos anos sessenta, quando Syd Barrett ainda estava por ali e a banda entrou de cabeça no psicodelismo. E uma curiosa ideia seria sugerida por um gerente de turnê do grupo, conforme contou Jack Whatley, em artigo para a Far Out.
Peter Wynne-Wilson se juntou ao Pink Floyd em meados de 1966. Claro, eles não usavam este nome na época, pois apesar de extremamente talentosos, jovens como eram eles ainda estavam em busca de sua própria identidade. E a entrada em cena de Wynne-Wilson traria novas ideias para aqueles garotos, ideias essas que revolucionariam os equipamentos de iluminação e mudariam a sorte da banda para sempre.
Graças às inovações propostas por Wynne, um show do Pink Floyd em 1966 de repente se transformou em um evento artístico. Isso fez com que a banda se destacasse em meio a uma multidão de grupos britânicos da época. Se por um lado os Beatles e os Stones começavam a encontrar suas próprias maneiras de absorver e expressar as vibrações da psicodelia da época, o Pink Floyd foi além e mostrou para todos que eles estavam um passo adiante.
E tudo começou quando a banda passou a entregar no palco um show que incluía visuais que ninguém mais tinha, e como se tratava de algo novo eles tinham que improvisar. E um destes improvisos surgiu de uma ideia de Wynne-Wilson, que usava e abusava da criatividade trazendo espelhos, filtros polarizadores e que propôs efeitos de luz criados a partir de camisinhas esticadas sobre uma lente, que eram então salpicadas com tinta e óleo e ficavam sendo giradas, o que gerava efeitos estroboscópicos que combinavam perfeitamente com o estado lisérgico da plateia.
A partir dali ficou claro para muitos que não somente a música importa, mas o visual também tem muita relevância num show ao vivo. O Pink Floyd iniciou uma tendência que hoje em dia é essencial e vital para concertos. A tecnologia avançou, não é mais necessário improvisar com camisinhas sob uma lente, mas o conceito continua o mesmo.
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