A obra épica do Pink Floyd que é rejeitada pelo quarteto que a gravou
Por Bruce William
Postado em 12 de abril de 2024
Bandas como o Pink Floyd são tão consolidadas na história do Rock que até mesmo os seus pontos baixos são relevados em nome de uma obra fechada de valor inestimável. Mas isto não impede que os próprios integrantes torçam o nariz para alguns trabalhos individuais, que inclusive podem ser favoritos de alguns fãs, que enxergam a obra com outros olhos.
E no caso do quarteto formado inicialmente por Syd Barrett, Roger Waters, Nick Mason e Richard Wright, e que mais tarde continuou sendo um quarteto com a saída de Syd e a entrada de David Gilmour, os sete álbuns gravados até o comecinho dos anos setenta são considerados como sendo essenciais para estabelecer as obra-primas que viriam a seguir, notadamente o "The Dark Side of the Moon" de 1973, um dos maiores clássicos atemporais da história do Rock.
Como bem lembrou a Far Out, discos como "Meddle", a trilha sonora do "More", o "Ummagumma" e o "Atom Heart Mother" são trabalhos que possuem seus predicados, alguns deles sendo preferidos de muitos fãs, mas nenhum deles é tão consistente e muito menos influente quanto o DSOTM.
O "Atom Heart Mother" é um excelente exemplo de trabalho pré-DSOTM que possui faixas marcantes como "Fat Old Sun" e "Summer 68", mas a suíte que ocupa um lado inteiro do vinil e que batiza o álbum hoje em dia é considerada desnecessária pelos próprios músicos da banda. "Estávamos desorientados, nenhum de nós sabíamos o que estávamos fazendo ou tentando fazer. Acho que estávamos quase no fundo do poço", disse um implacável David Gilmour em conversa com a BBC nos anos oitenta.
Roger Waters foi outro que não teve dó de criticar a suíte, afirmando que ficaria feliz se ela fosse "jogada na lata do lixo" para que nunca mais alguém tivesse que escutá-la. Nick Mason acha que ouvir a obra é algo difícil, e não por causa da longuíssima duração, mas por considerar que o trabalho feito pela seção rítmica deixou muito a desejar. "Ouço isso com grande constrangimento. O tempo sobe e desce. É uma peça de vinte minutos onde a gente aparenta estar cambaleando", disse o baterista, relembrando que ele e Waters gravaram suas partes em um único take.
Por sua vez, o saudoso Richard Wright foi o único que teve uma certa condescendência com a suite: "Na época achei que a gente estava fazendo a música mais incrível do mundo, mas observando hoje, não era tão boa", declarou para a Mojo. "Atualmente nos tornamos muito mais profissionais e não corremos riscos como antes".
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps