Roger Waters conta a Joe Rogan a trágica história de Syd Barrett
Por André Garcia
Postado em 17 de dezembro de 2022
Uma das maiores bandas britânicas de todos os tempos, o Pink Floyd chamou atenção na cena psicodélica londrina em 1966. No ano seguinte, na sala ao lado dos Beatles gravando "Sgt. Pepper's…' produziu seu álbum de estreia "The Piper at the Gates of Dawn".
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Na época, a banda girava em torno de seu enigmático e carismático líder — Syd Barrett, guitarrista, vocalista, principal compositor e até mesmo porta-voz. Pink Floyd era mais a banda de Syd Barrett do que o The Doors era a banda de Jim Morrison. Afinal de contas, por não tocar instrumentos, Jim dependia das mãos de seus colegas de banda. Algo pelo qual Bono também passa no U2, como ele confessou recentemente. E que inclusive aquilo nutre nele uma antiga frustração em sua carreira.
Apesar de ser um dos mais promissores nomes do rock britânico, Syd demonstrava um comportamento cada vez mais imprevisível e errático — sintomas de um quadro de esquizofrenia agravados pelo LSD. Chegando a colocar a existência da banda em risco, em 1968 Roger Waters e companhia se viram obrigados o demitir, colocando em seu lugar David Gilmour.
Em recente entrevista ao podcast de Joe Rogan, Waters relembrou a trágica trajetória de herói grego vivida por Barrett.
"Syd enlouqueceu em 1967. Em 1969, a gente já nem o via mais, ele tinha desaparecido completamente." Ao ser perguntado se aquilo aconteceu por causa do LSD, o baixista prosseguiu: "Eu acho que não, mas essa é a narrativa — uma das narrativas. Pode ter sido porque ele andava com o pessoal que tomava ácido frequentemente, creio eu. E sei ao certo que ele tomou muito daquilo, muito mesmo. Mas será que ele já não estava desenvolvendo o que chamamos de esquizofrenia? Eu acredito que provavelmente sim."
"[Começou] bem quando nosso primeiro single entrou nas paradas, 'Arnold Layne'. Não, foi depois de 'Arnold Layne'! Foi quando 'See Emily Play' saiu, e nós começamos a tocar em programas de TV na Inglaterra. Ele ficou muito esquisito. [...] Ele foi ficando mais e mais desconectado até que ficou completamente maluco, não fazia mais sentido nenhum."
"Eu fiz muitas tentativas de descobrir qual era o problema e avisar sua família. Como ele tinha irmãos mais velhos, eu liguei e disse: 'Aí, tem alguma coisa muito errada com Roger (o nome dele era Roger, não Syd). Um de seus irmãos foi até Londres, viu ele e me ligou dizendo 'Ele está bem; teve uns problemas, mas está bem'. [Eu respondi] 'Não, não está! Acredite em mim, eu moro com ele!'"
"Tentamos levá-lo a um psicólogo várias vezes, mas ele nunca ia, e foi ficando cada vez mais esquisito: incomunicável, não fazia sentido algum... E lá estávamos nós, tão jovens, tentando chegar a algum lugar. Naquela época David [Gilmour] já estava na banda, porque Syd não conseguia tocar."
"Nós dois produzimos (ou ajudamos a produzir) os discos solos dele depois daquilo [sua demissão do Pink Floyd]. Ele estava bastante desconectado, era difícil conseguir com que ele fizesse alguma coisa. Depois ele voltou para casa, para viver em Cambridge, e viveu uma vida muito solitária."
"Eu conversei com a irmã dele, Rosemary, depois daquilo. Eu perguntei se ajudaria se eu fizesse uma visita e ela disse 'Não, não faça isso!' Ela disse que ele ficaria muito agitado e chateado caso se lembrasse do passado. Ele não gostava. Ele não queria ver as pessoas de seu passado, preferia ficar sozinho. Ele gostava de pintar, e viveu praticamente sozinho em Cambridge até morrer, aos 60 anos. Eu nem sei o que dizer. Foi algo trágico, obviamente."
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