Bruno Sutter diz que pessoas costumam nascer de esquerda e com o tempo virar de direita
Por Gustavo Maiato
Postado em 28 de outubro de 2023
Os termos "esquerda" e "direita" têm origens na Revolução Francesa do século 18, onde os representantes da burguesia sentavam-se à direita do presidente da Assembleia Nacional, enquanto os defensores do clero e da monarquia ficavam à esquerda. Desde então, esses rótulos ideológicos têm sido fundamentais na classificação política, delineando visões sobre a sociedade, economia e papel do Estado.
Na contemporaneidade, a sociedade brasileira enfrenta uma intensificação da polarização entre esquerda e direita. Fatores como desigualdade socioeconômica, corrupção, mudanças culturais e o advento das redes sociais contribuíram para acentuar as divergências. A ascensão de lideranças políticas carismáticas, muitas vezes associadas a extremos ideológicos, também desempenhou um papel significativo na fragmentação do cenário político.
Nesse contexto, o cantor Bruno Sutter, do Massacration, deu sua opinião sobre esse tema, no podcast Guarda Volumes.
"Quando envelhecemos, tendemos a nos aproximar mais da religião e a adotar uma postura mais conservadora. Você nasce de esquerda e, ao longo do tempo, vai endireitando. Na adolescência, é comum ser radical e estar contra tudo e todos. No entanto, ao ter filhos, começamos a perceber a importância de cuidar de nós mesmos, da saúde e a repensar nossas escolhas, como o uso de drogas.
Assim, não condeno alguém que era roqueiro e, de repente, se torna conservador. Isso é uma evolução natural, pois percebemos a necessidade de cuidado e responsabilidade. Não é incomum ver um funk antigo e notar a diferença, assim como observar pessoas que eram extremamente radicais na juventude e agora adotam uma postura mais conservadora.
Quando encontramos um metalhead na rua, lembramos da época da adolescência, e vemos que as coisas mudaram. Ao ver alguém com um visual de cabelo comprido, pensamos que essa pessoa está revivendo o espírito dos anos 80, algo semelhante ao que vemos em ‘Stranger Things’, despertando uma nostalgia das antigas experiências. Muitos movimentos musicais atuais, como o de The Weeknd, incorporam fortemente a sonoridade dos anos 80. Mesmo artistas pop contemporâneos apresentam uma sonoridade marcante dessa época. É interessante observar como a influência dos anos 80 ainda ressoa na música e na cultura atual".

Rock de direita ou esquerda?
Em uma entrevista ao canal Sistema Solari no YouTube, o guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, expressou sua discordância em relação a essa afirmação. Na perspectiva dele, o rock é, acima de tudo, um símbolo de liberdade, inclusive para escolher uma posição política. Ele criticou a ideia de associar automaticamente a orientação política de um roqueiro a um espectro específico, destacando que essa noção é equivocada.
"Considerar que um roqueiro deva ser necessariamente de esquerda é um equívoco significativo. Sua escolha profissional não deve ser determinada por sua inclinação política. A ideia de que um médico deve ser de direita, um engenheiro de esquerda e um roqueiro de esquerda é, na verdade, ridícula e patética. O espírito do rock é intrinsecamente ligado à liberdade, não apenas na música, mas também na capacidade de escolher livremente sua posição política."
Kisser enfatizou que o rock transcende a esfera política, sendo uma manifestação geral de liberdade de expressão. Ele mencionou exemplos como o Ramones, onde o guitarrista era de direita, e artistas como Ted Nugent e James Hetfield, que compartilham essa orientação política. Na opinião dele, a discussão sobre a relação entre profissão e escolha política é vazia, destacando que cada indivíduo tem o direito de ter suas próprias convicções políticas, mesmo que ele mesmo discorde delas.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Internautas protestam contra preços de ingressos para show do AC/DC no Brasil
Os três melhores guitarristas base de todos os tempos, segundo Dave Mustaine
A banda que não ficou gigante porque era "inglesa demais", segundo Regis Tadeu
Como James Hetfield, do Metallica, ajudou a mudar a história do Faith No More
A única música do "Somewhere in Time" do Iron Maiden que não usa sintetizadores
West Ham une forças ao Iron Maiden e lança camiseta comemorativa
Os dois solos que, para Ritchie Blackmore, inauguraram a "guitarra elétrica inglesa"
Slash dá a sua versão para o que causou o "racha" entre ele e Axl Rose nos anos noventa
A melhor banda de metal de todos os tempos, segundo Scott Ian do Anthrax
O hino do metal moderno cuja introdução nasceu de forma "telepática"
A melhor música de cada disco do Metallica, segundo o Heavy Consequence
AC/DC anuncia terceiro show em São Paulo; ingressos estão à venda
A opinião de Rafael Bittencourt sobre bandas que ficam se apoiando no "Angraverso"
A banda que mais pode repetir sucesso do Iron Maiden, segundo Steve Harris
Os três clássicos do Iron Maiden que foram "copiados" do Michael Schenker Group

Andreas Kisser: "Essa coisa de roqueiro ter que ser de esquerda é uma grande besteira"
Sutter diz que foi chamado de preconceituoso por brincadeira contra funkeiro em reality
"Heavy Metal é o novo jazz e será cada vez mais nichado", afirma Bruno Sutter


