Lurid Heaven: contos sobre solidão, decepção, ciúme, vinganca e medo
Por Diego Prestes
Postado em 02 de março de 2024
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A Viola Caipira comumente associada à música sertaneja, tem ganhado cada vez mais espaço no universo do rock e do metal graças a nomes como Braia, Tuatha de Danann, Arandu Arakuaa, Stoneria e o duo Moda de Rock.
Com origens que podem ser rastreadas até a Pérsia antiga, o instrumento é cercado de lendas, logo as letras conceituais estão entre as principais características das modas de viola raiz, a nossa tradicional música folk, narrando causos e histórias muitas vezes de arrepiar.
Baseado nessa perspectiva o Lurid Heaven apresenta um álbum peculiar que ambienta lendas do litoral paulista em uma atmosfera lúgubre que apesar de forjada em um cenário underground, Doomer, Black Metal/DSBM, sempre teve como característica principal o total desapego à idéia de confinar-se em um único gênero musical, combinando o peso das guitarras distorcidas com o background misterioso e hipnotizante da viola caipira, entre passagens sinfônicas, eletrônicas e tribais.
Versos cantados em português e inglês narram contos fantásticos sobre solidão, decepção, ciúme, vinganca e medo.
O single "Nimbostratvs" abre o álbum com uma polirritmia caótica nadando contra a corrente das tradicionalidades musicais e refletindo a influência de nomes como Katatonia, Opeth e Pain of Salvation.
Seguido pela faixa instrumental "Reza a Lenda..." que traz uma sonoridade única, servindo como prelúdio do primeiro single que foi liberado ano passado, a faixa "Ypupîara", a história de uma criatura marinha de fisionomia humanóide que teria sido encontrada em Guaiaó no ano de 1564. A música foi repaginada para compor o novo lançamento.
Peabeyú é um arranjo inspirado no mito sobre um caminho que, no passado, interligava diversos lugares do Brasil e América da Sul e que teria um dos seus ramos na cidade de São Vicente palco das lendas narradas no play.
A quinta faixa é uma nova versão do segundo single "O Lamento da Feiticeira" faz referência ao ponto turístico da praia do Itararé conhecido como a "Pedra da Feiticeira", em timbres melancólicos narra uma triste história sobre o anseio de uma mulher pelo retorno de seu amado marinheiro.
A Vingança de Itaíra conta sobre um maremoto que teria devastado a primeira vila do Brasil em 1541 e levado os sinos da igreja para o fundo do mar de onde ecoam badaladas fantasmagóricas.
"Once Upon a Time..." abre espaço para "The Dark Lady" de Bernadette Gillece, um conto sobre um imponente navio Fantasma, música que foi regravada por diversos grupos folk como The Bilge Pumps, The Seadogs e Rambling Sailors.
"Wreckage" inicia uma escalada de tensão que tem seu auge em "Despair Shades" com um único e longo grito de agonia completamente subvertido nos timbres da faixa "Outro" um tema oriental abrasileirado que prenuncia "Rio Abaixo" faixa que fala da mítica "afinação do Diabo" afinação esta, utilizada em todas as faixas que compõe a obra.
"Petrichor" encerra o trabalho da mesma forma que o EP Cvmvlvs Nimbvs, com um tom crisálido, tranquilo e acústico, que lembra algo do Dead Can Dance, Galley Beggar ou Empyrium. Apesar de não ser uma obra conceitual o álbum traça uma trajetória linear que pode ser interpretada e assimilada de diversas formas, iniciando-se em um visão caótica e tempestuosa que se desenvolve ao longo das faixas culminando em uma calmaria penumbral.
Lançado em 13 de fevereiro de 2024 "À luz da Lenda" está disponível nas principais plataformas digitais.
1. Nimbostratvs
2. Reza a Lenda
3. Ypupîara
4. Peabeyú
5. O Lamento da Feiticeira
6. A Vingança de Itaíra
7. Once Upon a Time
8. The Dark Lady
9. Wreckage
10. Despair Shades
11. Outro
12. Rio Abaixo
13. Petrichor
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