Quando Brian May defendeu uma lendária banda de rock que havia "se vendido"
Por Bruce William
Postado em 31 de maio de 2025
Durante os anos 1980, o Rainbow viveu uma guinada de sonoridade que deixou parte do público tradicional incomodado. A transição do som épico e fantasioso dos tempos de Ronnie James Dio para faixas mais acessíveis ao rádio fez com que muita gente acusasse Ritchie Blackmore de "vender a alma". Mas foi nesse momento mais criticado que o guitarrista do Queen, Brian May, enxergou algo especial.
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A música em questão é "Since You Been Gone", lançada em 1979, com vocais de Graham Bonnet (youtube). Simples, direta e dançante, ela trazia os mesmos quatro acordes que sustentam boa parte do pop rock desde os Beatles. Mas, segundo May, isso não a torna descartável. Pelo contrário: "É um ótimo disco pop, mas isso não tira o fato de que, na minha opinião, é um ótimo rock. Acho que é perfeita", afirmou em conversa com a Planet Rock, com transcrição da Far Out.
Para ele, o que Blackmore fez ali foi capturar a essência do rock radiofônico sem abandonar a personalidade. "Você nunca sabia o que esperar quando ia ver o Deep Purple com o Blackmore, mas também o Rainbow", comentou. "Aquilo era só dele, era selvagem e perigoso." A observação de May reforça que, mesmo em sua fase mais pop, Blackmore ainda impunha presença com sua guitarra afiada, que cortava a mixagem com precisão cirúrgica.

O solo de "Since You Been Gone" é um bom exemplo disso: conciso, eficaz e sem exageros. Nada de escalas infinitas ou exibições virtuosísticas gratuitas, apenas o necessário para dar brilho à melodia. Para May, esse tipo de decisão mostra maturidade musical e respeito ao formato da canção, sem sacrificar o impacto.
Apesar da crítica de parte dos fãs mais radicais, a fase "mais pop" do Rainbow também cumpriu o papel de apresentar a banda a novos públicos. E se alguém duvidar do valor artístico disso, vale lembrar que o próprio Brian May — um guitarrista que sempre equilibrou peso e melodia — fez questão de destacar aquela canção como exemplo do que ele considera a combinação perfeita entre energia e apelo popular.

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