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O que Renato Russo quis dizer na letra de "Eu era um lobisomem juvenil", da Legião Urbana?

Por Bruce William
Postado em 05 de abril de 2024

Dado Villa-Lobos conta no livro "Memórias de Um Legionário" (Amazon) que depois do sucesso do álbum "Que país é este 1978/1987", que fez com que a Legião Urbana se mantivesse entre os maiores vendedores da gravadora EMI no Brasil, a banda renovou contrato mas impôs certas condições para gravar um novo trabalho.

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Uma delas é que eles iriam "baixar a bola" em relação às temáticas explosivas do disco anterior. "'Vamos tomar outra direção agora', disse o Renato, que então passou a inserir em suas letras trechos da Bíblia, do Tao Te Ching (de Lao-Tsé), d’A doutrina de Buda (de Bukky o Dendo Ky okai), entre outras escrituras sagradas", conta Dado. "Então o disco acabou virando uma miscelânea de textos de diferentes épocas e tradições culturais, e desembocou em uma questão espiritual e ecumênica. Mas há outras temáticas contrastantes, como a da sexualidade, por exemplo".

Mais adiante, Dado comenta: "O lado A fecha com 'Eu era um lobisomem juvenil', na qual o Renato mostra que era um observador do cotidiano, entre outros assuntos abordados ("Ontem faltou água/ Anteontem faltou luz/ Teve torcida gritando/ Quando a luz voltou..."). Com exceção de 'Feedback song for a dying friend', todas essas faixas se tornaram sucessos radiofônicos, com maior ou menor intensidade".

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Na análise de "Eu era um lobisomem juvenil" feita por Gui Farias, do canal Pensando Nisso, ele explica que considera o título uma figura de linguagem onde o lobisomem é um bicho do mato. "E bicho do mato é um sinônimo para timidez. Assim eu creio que Renato diz que mesmo que cante todas as canções do mundo, mesmo que seja o maior cantor do mundo, continuará sendo muito tímido", prossegue Gui, que mais abaixo diz ainda: "Num plano geral, acredito que a música fala de estar acomodado em uma situação. O Renato me parece não querer ser acomodado em relação ao mundo, não quer comemorar quando a luz voltar, ele quer mudar o mundo para melhor. Como não é possível, ele cria um mundo só dele. Então a reflexão que fica é que não se pode conseguir o que se sonha se você está sempre preso à realidade".

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Outro trecho da letra exibido no vídeo é o que diz: "Se o mundo é mesmo/ Parecido com o que vejo/ Prefiro acreditar/ No mundo do meu jeito", que Gui diz ser um dos versos mais citados pelos legionários, e que traz uma reflexão interessante: "Quantas vezes nos deparamos com a realidade do mundo e não gostaríamos de fazer nossa própria realidade e nossos próprios momentos? Quantas vezes não queremos um mundo só do nosso jeito?".

Já o letras.mus.br coloca que a música é uma reflexão introspectiva sobre a busca por sentido e compreensão na vida. "A letra começa com uma contraposição entre luz, sentido e palavra, sugerindo que, embora as palavras sejam a forma como nos comunicamos, elas nem sempre refletem o que realmente sentimos no coração". Diz ainda a análise do site: "A música também aborda a dificuldade de se comunicar e ser compreendido ('Não falo como você fala'), e a decisão de acreditar em sua própria visão de mundo, mesmo quando ela difere da realidade percebida pelos outros ('Prefiro acreditar no mundo do meu jeito')".

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E como é de praxe em toda análise envolvendo músicas da Legião Urbana, o jornalista Júlio Ettore também comparece com um vídeo onde contextualiza a parte histórica da canção com uma série de curiosidades, e uma delas se refere à origem do nome da música, que seria um filme de 1957 chamado "I was a Teenage Werewolf", cujo significado em português é justamente "Eu era um lobisomem juvenil". E depois Júlio também cita uma música do The Cramps com o mesmíssimo nome.

O filme "I was a Teenage Werewolf", um clássico do cinema de terror do final dos anos cinquenta, conta a história de um jovem problemático chamado Tony Rivers que é submetido a um medicamento experimental cujo objetivo seria regredir a personalidade de pessoas com problemas aos seus instintos primitivos. No entanto, o tratamento transforma Tony em um lobisomem violento e incontrolável. Conforme a transformação de Tony se intensifica, ele começa a atacar e matar pessoas na cidade.

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E a canção do The Cramps fala basicamente do mesmo tema, com um jovem que se sente incompreendido por todos ao redor dele, como se ele fosse um lobisomem, e que aquilo faz com que ele sinta muita raiva de tudo e de todos, e que ninguém consegue controlá-lo.

No vídeo, Júlio exibe o trecho final do filme (ALERTA DE SPOILER!), quando Tony é morto pela polícia. "E a moral do filme, que o policial diz, é: 'O homem não deve interferir nas vontades de Deus'". Júlio explica que provavelmente Renato escutou a música e assistiu o filme, o que abre um leque enorme de interpretações. "O que fica muito claro é que Renato está falando sobre a perda da inocência, e aprendendo a agir no meio desta decepção que é o mundo dos adultos. 'Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo/ prefiro acreditar no mundo do meu jeito'" diz, citando um trecho da letra da música. "Ele pode estar falando de uma série de transformações, não só filosóficas como espirituais e como sexuais também", finaliza.

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Sobre Bruce William

Quando Socram chegou no Whiplash.net era tudo mato, JPA lhe entregou uma foice e disse "go ahead!". Usou vários nomes, chegou a hora do "verdadeiro". Nunca teve pretensão de se dizer jornalista, no máximo historiador do rock, já que é formado na área. Continua apaixonado por uma Fuchsbau, que fica mais linda a cada dia que passa ♥. Na foto com a Melody, que já virou estrelinha...
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