Kerry King conta o que sentiu quando descobriu que o Slayer iria acabar
Por Mateus Ribeiro
Postado em 14 de maio de 2024
O Slayer foi fundado no início da década de 1980 pelos guitarristas californianos Kerry King e Jeff Hanneman. O grupo, que também contava com o baixista/vocalista chileno Tom Araya e com o baterista cubano Dave Lombardo (posteriormente substituído por Paul Bostaph), se transformou em um dos ícones do Thrash Metal e lançou discos inesquecíveis, como "Reign In Blood", "South Of Heaven" e "Seasons In The Abyss".
A trajetória do Slayer foi encerrada em novembro de 2019, após quase quarenta anos de serviços prestados à música extrema. O último show do quarteto foi realizado em Inglewood (Califórnia), e encerrou uma história repleta de clássicos (e polêmicas).
Felizmente (para alguns, infelizmente), o Slayer pegou o mundo de surpresa em fevereiro deste ano, quando anunciou, sem alarde nenhum, um breve retorno. Até o momento desta nota, o quarteto havia anunciado três apresentações em solo estadunidense, todas realizadas no segundo semestre.
Kerry King concedeu entrevista à Revolver Magazine e falou sobre o fim da banda que ele fundou décadas atrás. O guitarrista e compositor contou o que sentiu quando ficou sabendo que Tom Araya não queria continuar escrevendo a história do Slayer.
"Eu tinha todas as intenções de fazer outro álbum do Slayer. Até que Tom estava dando uma entrevista para alguma publicação e perguntaram a ele sobre o próximo álbum do Slayer. Ele disse algo como: 'Não sei, preciso conversar com Kerry antes de começarmos a trabalhar no próximo disco'. E era sobre isso que ele queria falar comigo: Ele não tinha intenção de gravar outro disco", disse King.
"E quando descobri isso, é claro que fiquei magoado, antes de mais nada. Em segundo lugar, pensei: 'Tenho muito trabalho a fazer'. Em terceiro lugar, pensei: 'Tenho que fazer meu show da melhor forma possível todas as noites [na última turnê] e me preparar para seguir em frente'. E, em quarto lugar, eu pensei: ‘OK, todas essas músicas que eu estava escrevendo para o Slayer? Agora elas são só minhas", complementou o guitarrista, que fundou uma banda que leva seu nome.
Embora não tenha gostado do fim precoce do Slayer, Kerry King aparentemente vê a aposentadoria da banda com outros olhos nos dias atuais.
"Quero dizer, há algo a ser dito sobre sair por cima, e estou feliz por fazer parte disso. Sinto-me como Peyton Manning [jogador de futebol americano] - ganhei o Super Bowl e parei. Mas eu estava acabado? Absolutamente não.
Se eu tivesse terminado, não teria esse grande álbum na minha frente. Esse teria sido o próximo disco do Slayer? Provavelmente, embora haja algumas coisas nesse álbum que eu talvez não colocaria no próximo disco do Slayer. Não é que eu nunca tenha me sentido cego no Slayer, e nunca me senti preso ao Slayer; mas quando você tira o nome de Slayer, meu cérebro não se sente tão contido."
O novo projeto de Kerry King também conta com Mark Osegueda (vocal), Phil Demmel (guitarra), Kyle Sanders (baixo) e Paul Bostaph (bateria). O primeiro disco do grupo, intitulado "From Hell I Rise", será lançado dia 17 de maio.
Slayer: O último show da banda
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