O cover do Fleetwood Mac que Santana não queria gravar, e se tornou um de seus sucessos
Por Bruce William
Postado em 07 de julho de 2024
A banda Santana foi formada em 1966 em San Francisco pelo guitarrista mexicano-americano Carlos Santana. Com um som único que combinava rock, blues, jazz e ritmos latinos, Santana rapidamente chamou a atenção na cena musical local, e atingiu o auge do sucesso mundial com a icônica apresentação no festival de Woodstock em 1969.
Santana - Mais Novidades
Seu álbum de estreia, "Santana," lançado no mesmo ano, consolidou seu sucesso com hits como "Evil Ways" e "Soul Sacrifice", que em sua versão ao vivo no Woodstock se tornou um dos grandes clássicos da banda, cuja fusão inovadora de estilos musicais fez com que se tornassem um dos maiores nomes do Latin Rock de todos os tempos.
Mas conforme Carlos Santana conta no livro "O Tom Universal, Revelando A Minha História" no ano seguinte, ao preparar seu segundo álbum, ele sentia que a Santana continuava a ser uma banda de rock, mas vinha construindo sua própria identidade, mudando, criando novas músicas, desempenhando novos papéis. "Mesmo quando lançamos 'Black Magic Woman' e 'Oye Como Va' havia uma voz dentro de mim dizendo que talvez tivéssemos cometido um erro; talvez elas simplesmente não fossem rock and roll suficiente para se tornarem populares". Porém, conforme Carlos, em seguida outra voz interior lhe dizia: "Desculpe, por que você desejaria impor quaisquer limitações a si mesmo? Você não quer ser um prisioneiro de si mesmo. Você não vai querer ficar levantando a mão, dizendo: 'Oi, eu sou Carlos Santana, o cara do rock latino'"
Gregg Rolie conta que levou um ano para convencer Carlos a gravar a faixa. O tecladista de Santana e depois do Journey era fã da música escrita por Peter Green e gravada pelo Fleetwood Mac desde a primeira vez que a ouviu em 1969, após o colega de banda Michael Shrieve lhe dar uma cópia da canção. Rolie decidiu imediatamente que queria trabalhar na música, mas seu chefe demorou muito mais para aceitar a ideia.
"Black Magic Woman" havia sido escrita por Peter Green em 1968, com letras inspiradas por sua ex-namorada, Sandra Elsdon, que Green havia apelidado de "Magic Mamma". Green reconheceu que "Black Magic Woman" foi musicalmente influenciada por "All Your Love", uma canção de Otis Rush que havia sido gravada dois anos antes pela antiga banda de Green, John Mayall & the Bluesbreakers (com Eric Clapton, antecessor de Green, na guitarra solo). Green disse em sua biografia: "Uma das coisas que [Mayall] disse foi que se você realmente gosta de algo, deve pegar as primeiras linhas e criar outra música a partir delas. Então foi isso que fiz com 'Black Magic Woman'".
"Michael Shrieve me deu o álbum que tinha 'Black Magic Woman' porque ele sabia que eu adorava Peter Green desde a época do John Mayall e os Bluesbreakers", contou Rolie, que adorou a música e a levou para a banda - não a gravação em si, mas os acordes. "Durante os ensaios nós a tocávamos. Levou um ano para convencer todos a fazer isso. Carlos finalmente se conectou com ela. Ele perguntou, 'O que é isso?' e eu disse que era uma música do Fleetwood Mac'".
Carlos Santana então adicionou suas influências de jazz e blues. Michael Shrieve acompanhou com as congas e timbales, usando algumas batidas que ele tinha aprendido de um álbum obscuro de B.B. King. O clímax da canção muda de ritmo – e de compositores – com um improviso em "Gypsy Queen" uma peça de um guitarrista de jazz húngaro chamado Gábor Szabó que estava vivendo e gravando nos EUA. Shrieve diz que, no final das contas, o segredo para sua contribuição ao som de Santana foi algo no estilo "menos é mais". "Eu apenas tentei não atrapalhar, para dizer a verdade, com todo o ritmo que estava acontecendo. Em vez de tentar ser algo que eu não era, tentei mais foi dar suporte, e fazer o ritmo se parecer mais com uma tapeçaria".
De sua parte, Carlos Santana diz que a música da banda sempre teve uma qualidade espiritual. "Esta banda Santana, desde o início, tratava de alterar a consciência como fazia [John] Coltrane. Para mim, foi quando meu coração e minha alma se abriram para, tipo, 'Uau, isso é um som diferente de apenas guitarras, congas e amplificadores'"
Em 1970, a canção foi lançada como o primeiro single do álbum "Abraxas" de Santana. A música, cantada por Gregg Rolie, alcançou a quarta posição nas paradas dos EUA e do Canadá, e seu sucesso nas paradas fez da gravação de Santana a versão mais conhecida da canção. E anos mais tarde, Peter Green tocou a música com Santana na cerimônia de indução ao Rock and Roll Hall of Fame em 1998, onde os indicados incluíam tanto o Fleetwood Mac quanto Santana.
Com informações do Ultimate Classic Rock, American Song Writer, Wikipedia e da NPR, além das fontes citadas no texto.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



As 5 melhores bandas de rock dos últimos 25 anos, segundo André Barcinski
O principal cantor do heavy metal, segundo o guitarrista Kiko Loureiro
Nicko McBrain admite decepção com Iron Maiden por data do anúncio de Simon Dawson
Os três álbuns mais essenciais da história, segundo Dave Grohl
O guitarrista que fundou duas bandas lendárias do rock nacional dos anos 1980
"A maior peça do rock progressivo de todos os tempos", segundo Steve Lukather, do Toto
A estrela do heavy metal que recusou a chance de cantar com Lemmy Kilmister
O guitarrista do rock nacional que é vidrado no Steve Howe: "Ele é medalha de ouro"
A música que ficou guardada por uma década e acabou virando um grande clássico de Steve Vai
Não é "Stairway" o hino que define o "Led Zeppelin IV", segundo Robert Plant
As 3 teorias sobre post enigmático do Angra, segundo especialista em Angraverso
A opinião de Tobias Sammet sobre a proliferação de tributos a Andre Matos no Brasil
Mat Sinner anuncia que o Sinner encerrará atividades em 2026
Os 11 artistas que Rita Lee alfinetou no clássico "Arrombou a Festa"
O guitarrista consagrado que Robert Fripp disse ser banal e péssimo ao vivo
Os caras não sabem com o que estão se metendo; quando Santana fez um alerta pros Stones
Santana e Slayer: os artistas que influenciaram Art Cruz, baterista do Lamb of God
A clássica canção que está proibida de tocar no funeral de Santana, segundo o próprio
A tese de Carlos Santana para o sucesso estrondoso do AC/DC
A tocante opinião de Carlos Santana sobre a importância histórica de Jimi Hendrix


