Por que Rafael Bittencourt não ficou nos EUA e montou o Angra por lá? Ele mesmo explica
Por Gustavo Maiato
Postado em 24 de agosto de 2024
Em um episódio de seu podcast Amplifica, Rafael Bittencourt, guitarrista e cofundador do Angra, comentou acerca de sua decisão de voltar ao Brasil após terminar o colegial nos Estados Unidos. Ele revelou que, embora tivesse a opção de continuar sua vida na América, preferiu retornar ao país para montar a banda com músicos brasileiros, decisão que moldou não apenas sua carreira, mas também a história do metal brasileiro.
Rafael destacou a química única entre os membros do Angra, descrevendo a formação inicial como um verdadeiro encontro de talentos. "Começando pela cozinha, o Ricardo e o Luis eram muito entrosados e muito criativos. Fora a cozinha, que já era especial, tinha carisma. Você vê o Luis com aquele carisma todo de calça camuflada, e o Ricardo sempre malucão e estiloso, cada época de um jeito. Aí você pega o Andre e o Kiko, que nem precisava de mim nessa banda", refletiu.
Apesar de suas inseguranças iniciais, Rafael percebeu que tinha muito a contribuir para a banda, especialmente com sua perspectiva externa, adquirida durante sua estadia nos EUA. Ele acreditava que o Brasil tinha músicos extraordinários, que, talvez, não reconhecessem totalmente seu próprio valor.
No entanto, Rafael também compartilhou as dores e os desafios internos que a banda enfrentou ao longo dos anos. "Foi uma banda de muitas conquistas, que inspirou muitas pessoas, mas dentro sempre foi muito dolorido, com brigas, contradições, muito drama. Não era só briga, era o envolvimento emocional. Tudo era grande, as frustrações, os desapontamentos, e quando é grande gera confusões, má comunicação", explicou.
Ele ainda ponderou sobre como sua vida poderia ter sido diferente se tivesse optado por ficar nos Estados Unidos e seguir outro caminho musical. "Hoje eu contesto, por conta dessas dores, e me pergunto: ‘E se eu tivesse escolhido ir para a Califórnia?’ Eu tinha algumas músicas já, como 'Time' e 'Evil Warning', músicas que foram até para o Angra. Se eu tivesse levado meu caderninho, meu violão, minha guitarra para a Califórnia, o que teria acontecido?", questionou.
Ele explica: "Não sei. Talvez eu amadurecesse, porque acho que essas dores todas foram por falta de maturidade da minha parte, emocionalmente falando. Eu sempre tive maturidade no sentido de procurar independência, trabalhar, dar aula. Mas o que sofri foi com as emoções, e isso me dificultou até para tocar. Eu sentia muito as emoções. Hoje, não tanto quanto antes. Hoje eu procuro separar e não ligar muito para isso".
Confira o episódio completo abaixo.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps