Quando Michael Jackson traiu a amizade que tinha com Paul McCartney
Por Bruce William
Postado em 01 de agosto de 2024
Uma das parcerias mais interessantes que aconteceu na música Pop aconteceu envolvendo o ex-Beatle Paul McCartney e o astro Michael Jackson, e que rendeu algumas colaborações conjuntas e uma amizade que, mais tarde, seria desfeita por causa de uma "traição" cometida por Michael.
Paul McCartney - Mais Novidades
A dupla se conheceu brevemente pela primeira vez em 1974 e depois se reencontraram alguns anos depois em uma festa em Beverly Hills, quando Paul e sua banda celebravam o fim da etapa norte-americana da turnê "Wings Over The World". Entre o primeiro e o segundo encontro, Paul, sabendo que Michael era um grande fã dele e dos Beatles, decidiu preparar uma pequena surpresa na festa. Paul disse a Michael que tinha escrito uma música especificamente para ele chamada "Girlfriend". Por várias razões, a oferta acabou não dando certo e a música acabou sendo gravada pelo Wings e incluída no álbum "London Town", lançado em 1978.
O produtor Jackson, Quincy Jones, trouxe uma ideia para Michael. Quincy Jones havia ouvido a música no álbum do Wings e, supostamente, não fazia ideia de que originalmente ela havia sido destinada a Michael [wikipedia], que a gravou no álbum "Off the Wall" de 1979. Então, talvez arrependido de não ter aceitado a oferta inicial de Paul para "Girlfriend", Michael decidiu dar uma ligada para Paul. "Eu ouvi Michael pela primeira vez quando ele me ligou, no Natal de 1980, e minha reação inicial foi: 'quem é esse cara e onde ele conseguiu o telefone da minha casa?' Michael riu e me explicou quem era e enquanto conversávamos perguntei o motivo da ligação e ele disse: 'Quer fazer algumas músicas?' e esse foi o começo de uma aventura juntos"
Michael foi para a Inglaterra e passou um tempo com Paul, tendo a dupla gravado duas músicas: "Say Say Say" e "The Man", que só sairiam no quinto álbum solo de Paul, "Pipes of Peace" (1983). Depois de gravar essas músicas, a dupla passou para "The Girl is Mine", que serviu como o primeiro single para o álbum de Jackson que é o disco mais bem-sucedido de todos os tempos, "Thriller" (1982). A faixa foi escrita por Michael. Diz a lenda que a música inteira veio a ele no meio da noite. Ele acordou e gravou tudo com sua voz em um gravador de voz para mostrar mais tarde a Quincy Jones. A partir daí, a faixa foi arranjada e McCartney foi convocado para sua parte vocal.
Jackson sempre considerou o processo de gravação desta música como um dos mais agradáveis de sua carreira. "Trabalhar com Paul McCartney foi muito emocionante e nós literalmente nos divertimos. Foi como muita comédia e brincadeiras, jogando coisas um no outro e fazendo piadas" Mas a relação se romperia após Michael adquirir o catálogo musical de Paul, de seus tempos de Beatles. "Foi uma coisa engraçada, porque tínhamos uma ótima relação. [...] Um dia ele me perguntou 'Você tem algum conselho para mim, Paul?' e eu falei para ele pensar na ideia de entrar no negócio de direitos autorais. Eu pensei que ele estava brincando quando ele disse 'Eu vou comprar os seus'"
Paul McCartney não recebia nenhuma parte de qualquer música dos Beatles desde 1969, tudo porque ele e John Lennon eram jovens e ingênuos quando assinaram o primeiro contrato de publicação. "John e eu não sabíamos sobre publicação de músicas. Literalmente pensávamos que as músicas estavam no ar e que todos as possuíam". Mas o problema, de acordo com Paul, não foi a compra em si, e sim o uso das músicas de uma forma que eles não queriam, como em campanhas publicitárias tal qual um comercial da Nike dos anos oitenta, que usou "Revolution", o que violava uma decisão da banda, cujo consenso era de que exploraria financeiramente seus fãs:
"Em nosso caso, a questão era que nós jamais fazíamos comerciais. E olha que recebemos grandes propostas de uma certa empresa de refrigerante. Mas a gente pensava 'Não, isso estragaria a coisa'. Aquilo acaba tirando vantagem das pessoas que gostam dos Beatles. Elas vão ficar, tipo, 'Poxa cara, é 'Revolution!'' Elas vão sentir alguma coisa por aquilo, sabe? A gente estava naquela de nos mantermos na resistência aos comerciais. Acontece que nossas músicas estão sendo veiculadas em comerciais agora, o que não me agrada, porque estraga um pouco a coisa para mim".
Hoje em dia, ao que se sabe, o catálogo dos Beatles retornou às mãos de Paul, já que de 1995 até 2006 Michael havia vendido 75% do catálogo para a Sony Music, e em 2016 os herdeiros do cantor, falecido em 2009, venderam os demais 25% e Paul processou a Sony para recuperar o controle de seu próprio catálogo.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps