A quem pertencem os direitos autorais dos Beatles atualmente?
Por André Garcia
Postado em 14 de janeiro de 2023
Ao longo da pandemia, virou tendência entre alguns dos maiores nomes da música popular, como Bob Dylan, a venda dos direitos sobre seu catálogo musical. Embora tenha se popularizado nos últimos anos, a prática é tão antiga quanto a indústria fonográfica.
Um dos maiores e mais polêmicos casos de aquisição de direitos autorais foi em 1985, quando Michael Jackson, apesar de grande amigo de Paul McCartney, passou na frente dele na compra do catálogo dos Beatles. Com o passar do tempo, conforme o insano estilo de vida do Rei no Pop sangrava suas finanças, ele foi sendo obrigado a abrir mão daquilo.
Hoje em dia, a quem pertence o catálogo dos Beatles, afinal de contas? O canal Beatles Bible no YouTube fez uma linha do tempo bem resumida de como o acervo dos Fab Four foi mudando de mãos:
1963 - John Lennon, Paul McCartney e Brian Epstein tiveram a ideia de fundar uma empresa para controlar a publicação das futuras músicas dos Beatles. Eles fundaram com Dick James uma empresa chamada Nothern Songs.
1965 - Para levantar fundos e fugir dos impostos, a Nothern Songs se tornou uma empresa de capital aberto, vendendo ações.
1969 - Dick James decidiu vender sua parte da Nothern Songs, e ela foi adquirida por uma empresa maior de publicação musical chamada ATV Music.
1985 - Michael Jackson comprou o catálogo da ATV Music, adquirindo assim os direitos autorais dos Beatles.
1995 - Com problemas financeiros, Michael Jackson vendeu 50% da ATV Music para a Sony Music.
2006 - Com problemas financeiros ainda maiores, Michael Jackson vendeu mais 25% da ATV Music para a Sony Music.
2016 - Os herdeiros de Michael Jackson venderam os 25% restantes da ATV Music para a Sony Music. Pouco depois, Paul McCartney processou a Sony para recuperar o controle de seu próprio catálogo musical.
Portanto, ao que tudo indica, o catálogo dos Beatles, em sua maior parte, hoje pertence a seu baixista, Paul McCartney.
Beatles
Pioneiro, John Lennon formou o The Quarrymen em 1956 — ano do lançamento do álbum de estreia de Elvis Presley, considerado o marco zero do rock. Paul McCartney se juntou a ele em 58, George Harrison em 59. Após trocar de nome várias vezes, em 1960 a banda adotou o definitivo: The Beatles.
Em ascensão então sem precedentes, eles conquistaram Liverpool em 62, a Inglaterra em 63 e os Estados Unidos e o mundo em 64, o ano da beatlemania. Após serem apresentados à maconha por ninguém menos que Bob Dylan, em meados da década o quarteto deu uma guinada em sua carreira, se afastando das canções pop e buscando fazer algo mais maduro.
Ao abandonar os shows ao vivo em 1966 — que, cada vez mais caóticos, chegaram a colocar a vida de seus membros em risco —, os Beatles puderam se dedicar integralmente às gravações. Com álbuns como "Revolver" (1966) e "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" (1967), eles atingiram seu auge criativo abusando de instrumentos exóticos, experimentações sonoras e inovadoras técnicas de gravação. Não é por acaso que o "Sgt. Pepper's…" está entre os álbuns mais vendidos de todos os tempos.
Com o "White Album" (1968), por outro lado, eles já davam sinais de crescerem em direções diferentes, perdendo a unidade e coesão. A partir dali, cada vez mais a banda ficou pequena para os quatro. Insatisfeitos, para poderem fazer o que realmente queriam, tiveram que seguir caminhos separados, o que aconteceu após a gravação de "Abbey Road" (1969). O "Let it Be" (1970) já foi lançado como um trabalho póstumo.
Apesar de terem encerrado sua trajetória há mais de meio século, os Beatles seguem conquistando a novas gerações, e até hoje permanecem entre os nomes mais populares da música.
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