Steve Harris aponta o grande defeito do primeiro álbum do Iron Maiden
Por Bruce William
Postado em 27 de setembro de 2024
Lançado no dia 14 de abril do ano de 1980, o álbum de estreia do Iron Maiden, que traz apenas o nome da banda em sua capa, é um dos álbuns fundamentais da NWOBHM (New Wave Of British Heavy Metal), e a primeira página de uma trajetória marcada pelo sucesso, diz a resenha assinada por Mateus Ribeiro.
Ainda conforme Mateus: "Quem conhece apenas o trabalho da banda com Bruce Dickinson pode até estranhar a 'crueza' e a veia punk do primeiro álbum, trazidos pelo lendário Paul Di'Anno. É claro que com o tempo, o trabalho do Iron Maiden foi sendo lapidado, mas o primeiro registro, além de histórico, mostra outro lado do grupo, que talvez seguisse rumos diferentes se não trocasse de vocalista. Dúvida que jamais saberemos a resposta. E nem queremos, afinal de contas, tanto Paul quanto Bruce fizeram ótimos trabalhos, cada um de uma maneira".
"O som do Iron Maiden nesse seu primeiro registro oficial, apesar de ser meio "cru" comparado aos discos vindouros, era agressivo e cheio de energia, percebia-se toda a garra, disposição e dedicação que era colocado em cada acorde de cada música. Nesses mais de 30 anos desde que "Iron Maiden" foi lançado, foi raro ver um álbum tão puro e verdadeiro como esse", pontua Diego Cesar Bortolatto Simi.
"Aliás, nenhum vocalista nesse mundo jamais cantou as músicas desse álbum como Paul Di’Anno", diz Diego. "Ele não tem a mesma técnica e a mesma potência de Bruce Dickinson (que pra mim é o melhor vocalista da carreira do Maiden), mas Di'Anno compensava tudo com seu 'feeling' inconfundível e sua agressividade, por isso ninguém nunca conseguiu superá-lo cantando esses clássicos".
"Está tudo lá - músicas poderosas, muita atitude e, como cantor, Paul Di’Anno tinha um verdadeiro carisma", disse o baixista Steve Harris para a Classic Rock, em concordância com o que foi dito acima.
Mas, em seguida, ele aponta o grande defeito deste clássico primeiro álbum do Iron Maiden: "Mas todo mundo sabe que não fiquei feliz com a produção. O álbum não mostrava o fogo e a raiva que tínhamos ao tocar. Costumávamos rir do produtor (Will Malone) sentado, com os pés em cima da mesa, fumando um grande charuto e lendo Country Life - porque ele não fazia mais nada. Então, no final, nós simplesmente o ignorávamos. Ainda era um bom álbum, mas não soava tão feroz como era quando a gente tocava esse material ao vivo."
O vocalista Bruce Dickinson comentou, em outra ocasião, a produção deste álbum: "Steve sempre lamentou a produção dele, que não está no mesmo nível do 'Killers'. Ironicamente houve quem achasse que o Iron Maiden fosse meio punk por causa da produção ruim do disco de estreia (risos). Daí quando saiu o 'Killers', disseram que o Iron Maiden havia suavizado e refinado seu som. Mas a banda nunca foi punk. Steve odeia punk. Eu não odeio, mas não é uma coisa que mexeu muito comigo. Pra mim é um estilo que sofre da ausência de ambição em nível musical."
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